A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) tem desenvolvido e implantando diversos projetos voltados ao bem-estar e competências socioemocionais dos 3,5 milhões de estudantes. Mas cabe a cada uma das mais de 5,1 mil escolas estaduais aplicarem essas ações dentro do seu contexto e necessidades individuais.
Em Adamantina, a Escola Estadual Helen Keller uniu os programas Dignidade Íntima e Psicólogos da Educação para falar sobre higiene menstrual e reforçar sua importância com alunas e a comunidade escolar.
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“O Programa Dignidade Íntima veio em ótima hora para nossas escolas. Grande parte das nossas meninas experimentam no seu período menstrual uma extrema pobreza, devido à grande parte da população ser bem vulnerável, mas com este programa nós tivemos a chance de poder distribuir e ajudar com absorventes e itens para a higiene, além de orientações para prevenção de doenças, ações de empoderamento feminino e também aproveitamos para abrir, junto ao Programa Psicólogos da Educação, um diálogo sobre violência doméstica e outros temas que serão úteis para a manutenção das garotas na escola”, disse Paulo Araújo, diretor da Escola.
O programa Dignidade Íntima se baseia na compra de itens de higiene menstrual para serem disponibilizados a qualquer estudante da unidade que necessite. Em todo estado, foram investidos mais de R$30 milhões, que foram distribuídos com o Programa Dinheiro Direto nas Escolas (PDDE-Paulista). A Escola Helen Keller adquiriu absorventes, lenços umedecidos e sacolas para descartes adequados do material de higiene menstrual.
Já o Psicólogos da Educação possui mil profissionais da área à disposição para atendimento de alunos, professores e demais profissionais da rede estadual de Educação. As sessões podem ser agendadas e cada escola tem à disposição entre 2 e 20 horas semanais de atendimento com um psicólogo, dependendo da demanda de cada local.
Ana Beatriz, aluna da Escola, também nos falou um pouco sobre os programas e como eles ajudam na escola: “É muito legal e importante o Dignidade Íntima, pois muitas meninas deixam de ir à escola durante o período menstrual e emocionalmente se sentem fragilizadas e inseguras devido às condições nas quais são colocadas, então com o programa ajudando no combate a estes casos de garotas mais vulneráveis, acredito que nós só temos a ganhar em relação a tudo isso’’. Ana também falou sobre a conversa com a psicóloga: “Foi muito interessante ouvir sobre o assunto, aprender cada vez mais e poder trocar experiências.”
O projeto de explicação do Dignidade Íntima na unidade de Adamantina foi direcionado às alunas, Grêmio Estudantil, Líderes de Turma e Associação de Pais e Mestres. A ideia para o encontro surgiu em uma das reuniões do programa Psicólogos na Educação e com a diretoria da escola.
“Em uma dessas reuniões, o diretor Paulo perguntou se eu poderia falar com as alunas sobre o Dignidade Íntima e eu aceitei na hora. É importante falar desse tema, sobre os tabus que existem e apresentar o programa que será um suporte para as alunas que antes até perdiam dias de aulas por isso, além de dar mais segurança na continuidade no desenvolvimento escolar’’, explica a psicóloga Renata Santos Silva, que acompanha a unidade.
“O programa é muito necessário, falar da pobreza menstrual é essencial, já que o índice de mulheres que não têm acesso a produtos de higiene menstrual e carência de informação sobre o fenômeno natural do corpo chega a 25% das mulheres no Brasil. Quando olhamos para estes dados, achamos fundamental para a comunidade feminina falar sobre o tema’’, complementa.