Democratizar o acesso ao curso de Medicina da UniFAI (Centro Universitário de Adamantina) é o objetivo de uma proposta que está sendo discutida entre a Câmara Municipal, Prefeitura e a própria autarquia municipal.
Encabeçada pelo vereador Alcio Ikeda, a iniciativa foi apresentada no ano passado, mas passa por modificações para possibilitar condições igualitárias aos possíveis candidatos, além de proporcionar mais segurança jurídica tanto para quem concede o benefício como para quem será contemplado pelo projeto.
Conforme o site da UniFAI, o valor da mensalidade do curso de Medicina é de R$ 7.990, tornando inacessível para boa parte da população de Adamantina, cidade que possui renda média mensal dos trabalhadores formais em 2,2 salários mínimos. O dado do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) é de 2019, quando o salário mínimo era de R$ 998.

Inicialmente, a intenção de Alcio Ikeda era conceder bolsa de estudo baseado ao desenvolvido por autarquia municipal de Franca, que também possui esta graduação. Mas, ao debater o projeto com os setores jurídicos do Legislativo, Executivo e Centro Universitário, foi proposto o Programa Médico Adamantinense com um modelo de gestão diferenciado.
“A ideia que seja um programa de financiamento estudantil, que possibilite o pagamento posterior, por meio de parcelamento ou através da prestação de serviços na cidade. É uma das possibilidades que está sendo discutida”, disse o parlamentar.
Ikeda ressalta que um dos pontos com bastante empenho no desenvolvimento é em relação aos critérios de seleção. “O objetivo de origem, da Câmara, é que aquela pessoa que não tenha condição de fato pagar a mensalidade de Medicina possa sonhar com essa formação por meio deste Programa”.
As discussões, realizadas internamente no momento, devem envolver ainda os demais vereadores e população para regulamentação mais adequada do método de definição dos contemplados.
“Estamos nos reunindo internamente com representantes da UniFAI e Prefeitura para discussão do esboço deste projeto de lei, principalmente com a autarquia municipal, que possui o know how, o conhecimento sobre o funcionamento interno, como as normativas do MEC (Ministério da Educação). A UniFAI tem dado um apoio fundamental para que os critérios sejam definidos de forma técnica e acadêmica, além da visão social”, ressalta Ikeda.
Financiamento estudantil deve ser o modelo escolhido para o projeto, em que o contemplado, após o período de estudos, possa pagar parcelado o valor da graduação, como o desenvolvido pelo Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior), do Governo Federal, ou preste serviço à rede municipal de saúde de Adamantina.
“O diferencial, que estamos prevendo, que a contrapartida seja em prestação de serviços na cidade, tornando essa opção muito mais viável ao beneficiário. A ideia é que o médico recém-formado fique um tempo em Adamantina, prestando serviço por tempo determinado para que também possa atuar na área privada, tendo renda. Este modelo estamos estudando”.
O projeto de lei deve entrar em breve na pauta da Câmara Municipal para contemplar já a próxima turma do curso de Medicina. “A princípio o programa começará com apenas uma bolsa, mas, almejamos que no futuro seja ampliado a quantidade de oportunidades”, finaliza vereador Alcio Ikeda.