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Adamantina
sábado, 5 julho, 2025

Evento multicultural debate o papel da mulher na sociedade neste fim de semana

Marcando o Dia Internacional da Mulher, que será comemorado na terça-feira (8), Adamantina recebe um evento multicultural neste fim de semana. Neste sábado (5) e domingo (6), mulheres dos mais diversos segmentos vão debater a participação feminina na sociedade.

“A mulher vem assumindo todo seu espaço social. Saímos das prendas domésticas para o mercado corporativo há anos, e esse debate é para cada vez mais tornarmos conscientes dessa condição. Uma brasa afastada da fogueira se apaga fácil, mas, todas juntas, promovem calor por muito tempo. Falar sobre esse assunto e estar sempre juntas para debates como este nos tornam fogueiras”, pontua Meire Cunha, uma das organizadoras do evento.

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‘Das Pretas – Ancestralidade que constrói’ vai trazer bate-papo, palestras e oficiais. A ação é organizada pelo Gangazumba, um grupo de pesquisa e difusão da cultura negra composto por voluntários da comunidade afro-adamantinense. Mas a programação está aberta para todas as mulheres da região.

“Somos humanas e esse é o papel mais importante. O que nos faz ‘ser’ alguma coisa é nossa atuação. Somos tudo aquilo em que atuamos. Em todas as esferas sociais, culturais e corporativas encontramos, hoje, mulheres exercendo seu papel”, ressalta.

PROGRAMAÇÃO
Serão dois dias de debate e oficinas. No sábado, a programação começa às 13h e, no domingo, a partir das 8h. “As convidadas para a condução do evento são brilhantemente mulheres”, destaca Meire.

No primeiro dia, a advogada Nádia Leocadio tratará de assuntos relacionados a vida profissional. Também profissional do Direito, Liliam Minga debaterá sobre relacionamentos abusivos. A psicóloga Natália Mota de Melo falará do empoderamento feminino nesse momento da sociedade.

E, ainda, três mulheres vão abordar a beleza natural. “Gisele Silva, especialista em cabelos reais, e duas trancistas, a Mabi que também é poetiza e MC e Raquel Paes, que é pesquisadora da Cultura Negra e uma das primeiras especialistas em tranças da cidade, vão proporcionar oficinas especiais”, explica. “Elas foram solicitadas por serem especialistas nos assuntos. A experiência que cada uma delas tem com mulheres e com o mercado de trabalho, com certeza, serão riquíssimas para trocas de conhecimentos”, enfatiza Meire.

Além da programação do dia 5, a mestre Sara e a profª. Suelem conduzem uma roda de capoeira com troca de cordão no domingo.

EDUCAÇÃO QUE TRANSFORMA
É a primeira vez que o Gangazumba promove esse tipo de evento voltado especificamente para mulheres e multicultural em Adamantina. Porém, a ação não é inédito na cidade. Em 2019, o Coletivo Camaleão, coordenado pela Arieni Ciceri, realizou um evento semelhante, quando dentro da feira de exposições existiu um espaço específico para se falar diretamente à mulher, o racismo e do papel da mulher negra na sociedade.

Também, o Coletivo Cíclicas 018, um grupo feminista coordenado pela Jéssica De Mazzi, promoveu vários encontros e debates sobre o papel da mulher na sociedade.

“Penso que educação é a única escada que leva o ser humano a alcançar o que de fato necessita para viver com paz e dignidade. E essa educação não está apenas nas carteiras escolares, sobretudo, está na vivência diária do ser humano, nas experiências agregadas dos ancestrais e nas expectativas que criamos. E o eixo de trabalho do Grupo Gangazumba de Cultura Negra é difundir educação e conhecimento, atendendo com equidade as necessidades da sociedade mista que vivemos ou sobrevivemos hoje”, pontua Meire Cunha, que complementa: “Por meio de palestras, cursos, seminários e outras maneiras de divulgar a cultura negra com seu valor, trabalhamos incansavelmente nesse contexto. Este final de semana é apenas um exemplo pequeno de tudo aquilo que juntos podemos realizar. Sou grata a minha ancestralidade, pela herança da resiliência, resistência e senso crítico de justiça e igualdade social”.

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