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Adamantina
quarta-feira, 19 fevereiro, 2025

Feira livre de Adamantina registra queda no movimento

Quem costumava frequentar a feira livre de Adamantina alguns anos atrás, estranha ao se deparar com o pátio da Fepasa quase vazio nas tardes de quarta-feira e manhãs de domingo. Com a quantidade de feirantes diminuindo cada vez mais e pouco movimento, a feira adamantinense está perdendo até para as de cidades menores vizinhas, como Lucélia.

Alda Melo, feirante no município há mais de 30 anos, se encontra angustiada com a situação. “Nunca esteve tão difícil. Meus filhos até saíram do ramo, porque não estava dando. Se continuar assim, não sei como vai ser para me sustentar”, lamenta.

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Alda comenta ainda que é impossível competir com os mercados. “Eles têm muita variedade de produtos e conseguem fazer promoções constantemente. Nós já não conseguimos baixar o preço. É por isso que em algumas cidades, pelo menos no domingo de manhã, os mercados não abrem, para ajudar os produtores a faturarem um pouco”, diz.

Outro feirante, Aluisio Pereira, mantém mais fontes de renda. “Se fosse para sobreviver só disso, seria impossível. O movimento anda mais fraco do que nunca”, lamenta.

O Secretário de Agricultura Thiago Benetão acredita que o movimento da feira está diminuindo em razão do aumento na diversidade de produtos hortifrútis nos mercados, que concorrem diretamente com os feirantes, fazendo com que o produtor opte por outros meios para escoar a produção. “Existem centenas de produtores da agricultura familiar em nosso município, e o que observamos é que uma pequena parcela comercializa sua produção na feira. Boa parte deles entregam a produção para a merenda escolar de Adamantina e região”, diz.

Segundo o secretário, além da merenda, a Prefeitura adquire esses produtos através de outro programa chamado de PAAM – Programa de Aquisição de Alimentos Municipal, onde os alimentos são distribuídos para 12 entidades do município. “Esses produtores são atendidos pela Prefeitura com acompanhamento técnico, com doação de composto orgânico para enriquecimento do solo e, ainda, faz aquisição de parte dessa produção através de chamamento público”, diz.

Em contato com o Secretário de Desenvolvimento Econômico, Gustavo Andrade, ele afirmou que o foco é escoar os produtos da agricultura familiar para diversos tipos de comércio. “Em geral, esses produtos são destinados aos programas de alimentação, como merendas, etc. Queremos fortalecer a agricultura familiar fazendo uma conexão entre ela e as empresas, como supermercados, lanchonetes e restaurantes, através de alguma cooperativa ou associação, estilo uma mini CEASA (Centro Estadual de Abastecimento). Deste modo, os produtores poderão vender mais sem depender exclusivamente dos programas. Já tivemos algumas reuniões neste sentido e estamos em busca desse novo tipo de negócio”, afirma.

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