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quinta-feira, 22 maio, 2025

Sistemas Agroflorestais trazem soluções sustentáveis para frear crise climática

O tempo seco e o avanço do desmatamento têm facilitado o surgimento e a disseminação de focos de incêndio na região.

Nesta quinta-feira, 29, o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Defesa Civil do Estado de São Paulo emitiu um novo alerta para o risco elevado de incêndios em quase todo o estado nos próximos dias, devido ao aumento da temperatura e queda da umidade relativa do ar.

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Os incêndios florestais representam uma das ameaças mais graves ao meio ambiente e à fauna, especialmente durante os períodos de seca, afetando ecossistemas inteiros e colocando em risco a sobrevivência de diversas espécies.

Neste contexto de crise climática, os Sistemas Agroflorestais (SAFs) se apresentam como alternativa capaz de promover sustentabilidade à terra e consequentemente à vida humana.

O aspecto de floresta, com diferentes espécies coexistindo lado a lado é o que predomina em um espaço de Saf | Foto: Estela Mendes

Em Lucélia, o Esperançar Agroecologia se transformou ao longo de sete anos, em um espaço de Saf, adotando práticas agroecológicas e conquistando a Certificação de Produtos Orgânicos.

Conforme a proprietária, Tatiana Jó, tratam-se de dois hectares com plantio de diversas culturas, além de uma variedade de plantas, ervas medicinais e cerca de 30 espécies diferentes de árvores. Atualmente os alimentos cultivados no espaço são fornecidos para escolas do município através do Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar).

“Plantar SAFs biodiversos e produtivos é a maneira mais rápida e eficiente para devolver a porosidade para o solo absorver e armazenar água. É uma forma de cuidar do ambiente e ao mesmo tempo, produzir alimento.”, explica Tatiana.

O aspecto de floresta, com diferentes espécies coexistindo lado a lado é o que predomina e caracteriza, entre outros elementos, um espaço de Saf. No Esperançar a plantação de banana, por exemplo, é ao lado da de mamão e mais duas espécies de árvores. “Num sistema agroflorestal bem manejado, a poda acontece em maio. Em julho, já deu tempo de rebrotar e a planta fica verde, sem precisar de irrigação. A árvore, quando já estabelecida, funciona como uma bomba, puxando a água debaixo da terra e trazendo para as raízes mais superficiais que trocam umidade com as plantas de raízes não tão profundas. Num SAF, também podemos usar a palma para compor o sistema, pois acumula muita água e em períodos de seca, ela distribui esta agua com suas vizinhas, para manter o microclima.”, esclarece.

Mesmo com tantos pontos positivos, a técnica agrícola mais comum em nossa região ainda é a monocultura, isto é, o cultivo de um único tipo de cultura num campo específico. A consequência desta prática é o esgotamento dos nutrientes do solo, o que pode a longo prazo, torna-lo infértil.

“Na nossa região, quando andamos pelas áreas rurais, o que mais vemos é cana e pasto. A estimativa é que daqui 25 anos, o Brasil seja um deserto, então, temos 25 anos para trabalhar plantando o que desflorestamos. Nossa região era de floresta. Meu avô plantou até batata, aqui na região, porque a terra era boa”, finaliza.

Alguns levantamentos indicam que a maior parte dos focos de incêndio da última semana, começaram em áreas de atividade agropecuária, principalmente em plantações com monocultura de cana-de-açúcar.

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