O grave acidente de trânsito ocorrido na noite de segunda-feira (23), em Adamantina, que culminou na morte de Izaura Baraldi Gestal, de 71 anos, moradora em Lucélia, segue sob investigação da Policia Civil.
O pastor evangélico, de 55 anos, apontado como motorista do veículo que colidiu frontalmente com a moto e fugiu do local em seguida, responde por homicídio qualificado pela omissão de socorro, fuga de local de acidente, omissão de socorro e lesão corporal. Ele chegou ser preso, mas pagou a fiança arbitrada pelo juiz em R$70 mil e responderá ao processo em liberdade.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O corpo da vitima foi sepultado na terça-feira (24) na cidade de Lucélia.
A família pede por justiça, conforme relatou o filho de Izaura e condutor da moto envolvida no acidente, Ricardo, em entrevista para o IMPACTO na tarde desta quinta-feira (26).
“A justiça tem que ser feita. É uma vida, que foi tirada da gente. Quem já passou por isso sabe como dói e como é difícil reconstruir. Eu acho que não consegue reconstruir, mas amenizar um pouquinho a dor”, relata Ricardo.
Ao relembrar o ocorrido, ele conta que estava indo para Adamantina no velório da mãe de um amigo com a sua mãe, quando ainda na Avenida Moysés Justino da Silva, o veículo, depois identificado como GM Equinox ocupado pelo pastor, colidiu frontalmente com a moto ocupada pelas vítimas, uma Honda Biz.
O motorista responsável pelo acidente não parou para prestar socorro à vítima e ainda se evadiu do local. Pessoas que passavam, pararam para ajudar as vítimas e testemunharam à polícia qual era o veículo, bem como a informação de que havia um emblema de propaganda eleitoral de uma candidata a vereadora atrás, o que ajudou na identificação do autor posteriormente.
Os dois ocupantes da moto foram arremessados após a colisão. Ricardo acredita que tenha caído há cerca de três metros da moto, já sua mãe foi arremessada para a vegetação, onde só foi localizada instantes depois, após pessoas que presenciaram o acidente ajudarem a encontrá-la.
Izaura sofreu múltiplas fraturas no membro inferior esquerdo, incluindo uma fratura exposta de tíbia. A vítima foi atendida pelos profissionais do Corpo de Bombeiros e levada ao pronto-socorro de Adamantina, mas não resistiu aos ferimentos, em razão do agravamento do seu quadro.
“O sentimento é de ela ter sido tirada da gente. Minha mãe tinha uma saúde de ferro. Tinha 71 anos e andava a cidade inteira. Todo mundo conhecia ela. Ela colocava a bolsinha dela, colocava embaixo do braço e fazia o mercadinho dela, pagava as contas dela. Sempre ajudou todo mundo, uma pessoa humilde e simples. Nossa família está destruída”, lamentou Ricardo.
A polícia foi acionada e o local preservado para o trabalho dos peritos da Polícia Científica, que recolheu um retrovisor pertencente ao veículo que havia se evadido. Ainda de acordo com a testemunha ouvida pela PM o veículo SUV, de cor preta, trafegava pela vicinal em zigue-zague, vindo a ingressar na contramão de direção e colidir com a moto.
Após diligências, a equipe da PM conseguiu chegar à residência do suspeito, que admitiu ser proprietário do veículo e após apresentar versões contraditórias e incoerentes, afirmou ter levado o veículo a uma funilaria, alegando não se recordar do ocorrido.
Ainda sensibilizado com todo ocorrido, Ricardo se emocionou ao lembrar: “Mesmo com o corpo fraturado, as pessoas que estavam ali ajudando me disseram que ela não parava de perguntar pelo filho”.
O filho caçula, Janailson, considera a impunidade inaceitável: “acidentes acontecem, agora da forma que aconteceu é inaceitável, pois hoje quem está sofrendo e desolado é a nossa família, amanhã pode ser de qualquer pessoa, quem tira uma vida assim não pode ficar impune ou simplesmente pagar um valor e ficar por isso mesmo”
Conforme informações da Policia Civil, o pastor se recusou a fazer o bafômetro, mas fez o exame clínico com médico legista que resultou negativo para embriaguez.
A fiança foi arbitrada pelo juiz em R$70 mil e por ter sido paga ele responderá ao processo em liberdade. Ainda de acordo com a polícia, não consta que tivesse qualquer outra pessoa com ele.
A Polícia aguarda os laudos periciais e investiga o crime de favorecimento pessoal em relação a quem o ajudou após o acidente.