No último dia 23 de novembro, com o tema Jatobá: do chão à mesa, o Projeto Jatobá participou como convidado no Mesa Tendência, um dos segmentos do Mesa São Paulo, evento internacional de gastronomia, que acontece no Memorial da América Latina, em São Paulo. O convite foi feito pelo pesquisador e colaborador do evento, Daniel Gomes, diretor regional da Agência Paulista de Tecnologia para o Agronegócio (APTA), polo Campinas.
Dividiram o palco o pesquisador Daniel Gomes e a professora doutora Izabel Castanha Gil (coordenadora do projeto). Acreditando no potencial do fruto, o chef Rodrigo Mocotó e o chef Alê abrilhantaram a equipe, apresentando duas criações gastronômicas à base de jatobá: o panetobá, dando um toque de brasilidade às comemorações de final de ano, e o pavlova com frutas tropicais, usando o jatobá como ingrediente original adicionado à sobremesa.
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O pesquisador Daniel contextualizou a APTA, vinculada à Secretaria da Agricultura e Abastecimento, cuja missão “é coordenar e gerenciar as atividades de ciência e tecnologia voltadas para o agronegócio, por meio de suas atividades de pesquisa e produção de bens e serviços”. A professora Izabel contextualizou a concepção, os objetivos e as estratégias utilizadas para estruturação da cadeia produtiva do jatobá, que nasce na Nova Alta Paulista e já se expande para outros estados do Brasil.
“Cozinha com propósito: o que você está servindo para o mundo?” foi o tema do Congresso Internacional de Gastronomia Mesa Tendências 2024, ocorrido durante a 21ª edição do megaevento Mesa São Paulo. Por ele passaram alguns dos mais relevantes nomes da gastronomia mundial. Diversificado, em paralelo ocorrem várias atrações, entre eles o Farofa do Brasil, espaço aberto a artesãos e processadores de alimentos. Moreno Gengibre, de Osvaldo Cruz e membro do projeto, levou produtos à base de jatobá para comercialização: xarope, farinha, mistura para bolo de caneca em micro-ondas e outras delícias.
A participação no megaevento Mesa São Paulo fortalece e credencia os esforços empreendidos por dezenas de pessoas envolvidas no Projeto Jatobá. Ousado, ele desafia três improbabilidades: surge no oeste paulista, onde os jatobazeiros foram quase dizimados; não faz parte dos hábitos alimentares regionais e se trata de uma cadeia produtiva ainda não estruturada no Brasil.
Inicia-se em 2019, com apoio da APTA Regional de Adamantina e, desde então, vem se estruturando por meio de uma ampla rede de cooperação técnica, científica, solidária e comercial, composta por instituições públicas e organizações privadas e da sociedade civil. Tem como propósitos organizar a cadeia de valor do jatobá, regenerar parte do bioma Mata Atlântica ocidental, gerar renda e construir o território criativo Latitude 21, por meio da bioeconomia.
Usando técnicas gastronômicas e criativas, o chef Édipo Willian, de Parapuã, vem construindo agradáveis memórias olfativas nas pessoas que provam as suas criações (destaque para os testes de aceitabilidade com estudantes de várias escolas da região); Moreno Gengibre apostou no xarope da casca de jatobá e conquistou aqueles que apreciam remédios naturais; microempreendedoras de várias cidades usam sua técnica e sua arte para criar produtos inspirados no jatobá; estudantes e egressos de História, Geografia e Administração da FAI vêm desenvolvendo estudos sobre os diferentes aspectos que envolvem o extrativismo de espécies nativas do Brasil; parceiros de várias cidades já plantaram milhares de mudas de jatobá e de outras nativas; coletores urbanos e rurais vêm dando significado a um fruto antes desperdiçado.
Você também pode fazer parte do Projeto Jatobá: conheça, divulgue, consuma, presenteie, colete, plante mudas, fotografe uma árvore e envie à coordenação. Neste Natal, surpreenda seus familiares e convidados com o panetone, sorvete e outras delícias com farinha de jatobá.
As encomendas podem ser feitas diretamente com o chef Édipo: @chefedipow. Outro canal para encomendas é pela plataforma virtual experimental: www.emporioflamejante.com.br. Se desejar conhecer melhor o Projeto Jatobá, entre em contato com a coordenadora ou com os envolvidos.
Prof.ª dr.ª Izabel Castanha Gil