Adamantina é uma cidade em movimento. Por diversos cantos é possível observar o cidadão jogando bola, caminhando, pedalando, praticando alguma atividade física! Seja em espaços públicos ou locais privados, o esporte está na essência do adamantinense, que também se destaca em diversas modalidades.
No ano passado, o Município foirepre sentado nos Jogos Olímpicos, de Paris (França). No atletismo, Lucas Marcelino e Izabela da Silva leva ramo nome de Adamantina para a principal
competição esportiva do mundo. São inúmeros os exemplos de adamantinenses que são referências em modalidades tradicionais ou naquelas que ainda ganham espaço e adeptos por todo o país, como o biribol. O esporte é o que mais proporcionou medalhas para a cidade na história recente dos Jogos Regionais e Jogos Abertos do Interior – considerado a Olímpia das do interior paulista.

A MODALIDADE
A trajetória do biribol na cidade teve início na década de 1990. Porém, a modalidade surgiu em meados dos anos de 1960, em Birigui. Tanto é que o nome – anterior mente denominado frescobol – é inspirado na cidade natal, sendo a junção com a palavra bola.
O esporte, que é praticado dentro da piscina, tem semelhanças ao voleibol, porém, possui algumas características diferentes, com a quantidade de atletas por equipe: quatro de cada lado. Geralmente, a piscina conta com 8 por 4 metros e 1,3 metro de altura. A rede utilizada para equipes masculinas é de 2,62 metros. Já para femininas, é de 2,40 metros.
No início, as regras e medidas não eram tão específicas. Mas, a integração e socialização proporcionadas pela modalidade motivaram os primeiros praticantes em Adamantina, ainda em piscinas particulares. Logo, o biribol foi ganhando adeptos até se tornar competitivo.

O TIME DE ADAMANTINA
A história do biribol em Adamantina é contada à VOX pelo biomédico Edinho Ruete. Ele relembra o início da prática do esporte pelos primeiros fomentadores de uma equipe para representar a cidade. O ano era 2000. “Me recordo, que nesta época, começamos a praticar com mais seriedade, ter uma frequência maior de treinamentos”, pontua. Os treinos eram nas casas de João Pedro Forti, Pedro Ruete e Kiko Micheloni.
Com o engajamento dos praticantes, o empresário Sylvio Bortoleto deu a ideia de montar uma equipe para disputas de campeonatos. E em 2003, os atletas de Adamantina se reuniram e buscaram apoio para os Jogos Regionais. Mas, neste início, Pedro Ruete, Edinho Ruete, Guilherme Zanandréia, Luciano Frizão e Pedro Henrique Ruete representaram a cidade de Sagres, conquistando a medalha de bronze na primeira competição.
Depois do resultado positivo nos Regionais de Dracena, o time adamantinense foi novamente convidado para representar a cidade de Sagres, desta vez na competição em Ourinhos, conquistando novamente a medalha de bronze, de 2004. A equipe era formada por Edinho Ruete, Pedro Henrique Ruete, Guilherme Zanandréia e Rafael Martins (Potô).
No ano seguinte, já na gestão de Kiko Micheloni – que também era um dos primeiros praticantes da modalidade -, o time local começou a levar o nome de Adamantina para a principal competição esportiva da região.
Em 2005 e 2006, diversos nomes passaram pela equipe. Newton Molina, Sylvio Bortoleto, Fernando Fratini, Jairo, João Pedro Forti, Carlos Martins, Rogério, José Paulo Micheloni, Sérgio Servegni, Branco, Jairo Nascimento, Lui Virgílio, Guilherme Virgílio, Lucas Andrade e Daniel Robles foram alguns dos praticantes juntamente com os outros atletas já citados nesta matéria.

NOVA FASE
Em 2007, o time de Adamantina entra em uma nova fase, agora disputando também a Liga Nacional de Biribol. Nesta época junta-se a equipe os irmãos João Pedro e João Vitor Castro. “Queríamos adquirir mais experiência e, para isso, nada melhor que está entre os principais competidores de biribol do país. Por isso, optamos por participar da Liga Nacional”, conta.
A equipe da estreia na principal competição da modalidade, além das disputas já corriqueiras dos Jogos Regionais, era formada por Edinho Ruete, Jairo Nascimento, João Pedro Castro e Daniel Robles. Nesta busca por mais experiências, Edinho e João Pedro jogaram uma etapa do Nacional pelo time do Santos B, em 2008.
No ano seguinte, Adamantina se efetiva como membro da Liga de Biribol, recebendo também uma etapa da competição nas piscinas do ATC (Adamantina Tênis Clube). “Foi um momento histórico!”, enfatiza Edinho Ruete. “Trouxemos para a nossa cidade uma fase do principal campeonato deste esporte, o que, não apenas incentivou novos praticantes, mas também fomentou a nossa economia, na época”. Ainda, em 2009, o time de Adamantina, formado por Edinho Ruete, João Pedro Castro, Pedro Henrique Ruete, Guilherme Zanandrea, José Paulo Micheloni e Alessandro, foi vice-campeão da etapa de Uberaba (MG) e venceu a fase de Dracena, em sua categoria.
Em 2010, junta-se aos adamantinenses atletas de outras cidades, como Sérgio Zago, de Uberada (MG), Thiago Bin, de Goiânia (GO), e Luis Fante, de Dracena. Tal movimento foi para aprimorar as técnicas, tornando o time ainda mais competitivo.



IDAS E VINDAS
O histórico de vitórias, tanto de Edinho como do time de Adamantina, foi ampliado a partir de 2012. João Vitor, Pedro Henrique, Sérgio Zago, Branco, Lucas Andrade, João Paulo Dalaqua e Gabriel Texeira. Já Edinho Ruete representava São Caetano do Sul, ficando entre os cinco melhores atletas de biribol do país.
“Este resultado é fruto de dedicação de todos os meus companheiros de time. E o companheirismo, a irmandade, é uma das principais marcas da nossa equipe, que sempre está junto e comemora as conquistas individuais e coletivas”, destaca Edinho.
No ano de 2016, o biomédico joga por Votuporanga e São José dos Campos e, o restante da equipe, por Adamantina.



HISTÓRICO DE VITÓRIAS
Neste ano, o biomédico adamantinense passa a integrar a delegação de Pindamonhangaba nos Jogos Regionais, sendo campeão, e nos Jogos Abertos do Interior, conquistando o 4º lugar. Em 2013, por questões políticas e falta de apoio do Município, Adamantina ficou sem representantes nos Jogos Regionais. Por isso, os atletas locais buscaram outras equipes, e Jacareí abriu espaço aos adamantinenses que conquistaram a medalha de ouro nos Jogos Regionais. O time era formado por Edinho, João Pedro, João Vitor (Dito), Sérgio Zago e Marquinho.
Em 2014, a falta de apoio se repete. E, com isso, os atletas de Adamantina jogam novamente os Regionais e a Liga Nacional pelo município de Jacareí, conquistando as medalhas de prata e bronze, respectivamente. Porém, em 2015, tudo muda, de novo! Adamantina volta a contar com time representando a cidade, desta vez formado por João Pedro.
Nesta trajetória de idas e vindas, Adamantina foi adquirindo mais técnica, experiência que agregou no fortalecimento e representatividade do time local. Tanto é que a partir de 2017, as vitórias ficaram ainda mais frequentes.
Com Edinho, Pedro Henrique, João Pedro, João Vitor, Marcello e Jalinho, a cidade conquista a primeira colocação nos Jogos Regionais e a medalha de bronze nos Jogos Abertos. Já na Liga Nacional foram vice-campeões. Os resultados de destaque se repetiram em 2018 e 2019, com Adamantina ficando na primeira colocação nos Regionais, 3º no Aberto e 4º no Nacional. O time ganhou o reforço de Vinícius Godoi.
A representatividade da equipe local se efetivou ainda mais com Edinho Ruete assumindo a presidência da Liga Nacional e João Pedro Castro como tesoureiro, no mandato 2017/18.



PÓS-PANDEMIA
Com a pandemia, as disputas e treinamentos ficaram suspensos por dois anos, retornando em 2022, com duas formações. Enquanto Edinho, João Pedro, Vinicius, Jalinho, Pedro e Mau foram representar Votuporanga, João Gabriel B. Forti, Felipe, Thalles e André levaram o nome de Adamantina para as competições. Já em 2023, Edinho, João Pedro, Vinicius, Gustavo e Newton Molina conquistaram o ouro dos Jogos Regionais por Adamantina, ficando em 4º nos Jogos Abertos do Interior, e João Gabriel, Felipe, Augusto, Thales e André conquistaram a medalha de prata, nos Regionais, por Flórida Paulista.
E, em 2024, o time de Adamantina que novamente ficou no primeiro lugar da competição regional foi formado por Edinho, João Pedro, Vinicius, Gustavo, João Gabriel e Felipe. Todos moradores locais.
“Pelo menos duas vezes por se mana, nos reunimos para treinar. Mais do que isso, para confraternizar, celebrar a amizade. E isso é muito mais importante que as conquistas, que também comemoramos, já que levamos o nome de nossa cidade para diversas partes do país. Isso que é o bonito do esporte, a união e a valorização de nossas raízes”, finaliza Edinho Ruete.