
O ano de 2025 começou com a busca de famílias e alunos atendidos pelo projeto ‘Capoeira do Bem’, em Adamantina, pelo retorno das atividades. Desde dezembro do ano passado, as aulas foram suspensas devido reavaliação da aplicação dos recursos do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, pelo CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente).
Ao IMPACTO, a professora responsável Suelen Rocha explicou que as aulas ocorriam aos sábados em cinco polos, sendo o Parque do Sol, Jardim Brasil, Bela Vista, Jardim Adamantina e Casa Afro. Cerca de 100 crianças e adolescentes, de 4 a 17 anos, eram atendidas pelo projeto, que foi realizado por quatro anos.
Porém, no final do ano passado, uma decisão do CMDCA determinou a suspensão das atividades. E, desde então, os contemplados buscam a continuidade das aulas, que hoje são realizadas na área da casa da professora responsável de forma improvisada, e atendendo uma quantidade menor devido ao espaço.
“O projeto atendia todos os públicos e tinha uma grande quantidade de deficientes”, ressalta Suelen. “As aulas ocorriam nos centros comunitários dos bairros com o intuito de proporcionar mais qualidade de vida e bem-estar aos atendidos, que foram tirados de vícios, violência, prostituição, além de trabalharmos na formação como cidadãos”, destaca.
Desde o cancelamento, as famílias buscam o retorno do projeto, motivando, também, indicação apresentada pelo vereador Daniel Fabri na primeira sessão ordinária da Câmara Municipal, realizada em 3 de fevereiro. Inclusive, pais e alunos acompanharam a apresentação do documento.
“A retomada das atividades […] tem como objetivo principal oferecer uma alternativa educativa e cultural para crianças, jovens e adultos, afastando-os de situações de vulnerabilidade e incentivando o convívio em um ambiente saudável e organizado”, justifica o vereador. “Com a retomada do grupo, cria-se um ambiente de aprendizado e interação que beneficia não apenas os praticantes, mas toda a comunidade, ao promover a integração e o resgate cultural. Essa proposta reforça o compromisso de Adamantina como Município de Interesse Turístico e de valorização de iniciativas que preservem e promovam o patrimônio cultural”, complementa.
O projeto utiliza o Método Educapoeira, que integra os ensinamentos da capoeira com práticas pedagógicas inovadoras, ressalta a criadora, a professora Suelen. “Essa metodologia visa não apenas a formação técnica dos alunos, mas também a promoção de seu desenvolvimento integral, trabalhando aspectos como a coordenação motora, a disciplina, o respeito, a cooperação, a autoestima e o espírito de comunidade”.

OUTRO LADO
Ao IMPACTO, o CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente) justificou a descontinuidade do projeto ‘Capoeira do Bem’, que atendia, até dezembro passado, cerca de 100 crianças e adolescentes, de 4 a 16 anos, em cinco polos em Adamantina, sendo o Parque do Sol, Jardim Brasil, Bela Vista, Jardim Adamantina e Casa Afro.
Conforme o órgão, uma reunião realizada em 31 de outubro de 2024 decidiu “que o projeto não continuaria devido à necessidade de reavaliar os recursos do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, provenientes da arrecadação da Campanha Imposto de Renda do Bem”.
O projeto ‘Capoeira do Bem’ era vinculado ao CMDCA e financiado pelo Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
“A ação tinha como premissa não ser permanente e, inicialmente, os profissionais foram contratados para atender 200 crianças e adolescentes, mas esse número nunca foi atingido, e ao longo do tempo, o número de participantes diminuiu, conforme o acompanhamento realizado por técnico do Órgão Gestor da Assistência Social”, informa o órgão.
Outro fator que motivou a decisão do CMDCA, pontua a nota, “foi a indisponibilidade do profissional responsável pelas aulas de capoeira, que só podia atender aos finais de semana nos centros comunitários, o que impediu que o objetivo de atendimento nos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) fosse alcançado”.
Questionado se dará “outra alternativa de prática aos participantes”, o Conselho respondeu que “não há previsão”.
“No momento, a única ação em andamento é a Campanha Imposto de Renda do Bem. No entanto, em 2025, essa campanha arrecadou recursos abaixo do esperado, o que impactou a possibilidade de novos projetos ou alternativas de prática”, finaliza a nota.