15.7 C
Adamantina
sábado, 5 julho, 2025

Servidores municipais de Adamantina entregam abaixo-assinado por reajuste salarial

Com 562 assinaturas, documento protocolado pelo Sindserv cobra cumprimento de promessa de reajuste e aponta viabilidade financeira no orçamento de 2025

Fotos: Reprodução/Redes sociais

Na manhã desta quinta-feira (15), o Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais da Região de Adamantina) protocolou um abaixo-assinado na Prefeitura e na Câmara Municipal, reivindicando a complementação do reajuste salarial e o aumento do vale-alimentação dos servidores. A mobilização reuniu 562 assinaturas e foi lançada há cerca de dez dias.

Segundo o presidente do Sindserv, Nivaldo Martins do Nascimento, o ‘Londrina’, o documento de 30 páginas detalha a situação financeira do município e argumenta que há margem orçamentária para garantir os 8% de reajuste previstos inicialmente para 2025. “Esperamos que essa questão seja resolvida dentro do bom-senso que merece. Por fim, ficam aqui os nossos agradecimentos a todos que assinaram a justa reivindicação. Juntos somos mais fortes”, escreveu Londrina, nas redes sociais.

- Publicidade -

ENTENDA O IMPASSE

A tensão entre os servidores e a administração municipal aumentou após o não cumprimento da promessa de um novo reajuste salarial em abril deste ano. Em janeiro, a Prefeitura havia concedido um reajuste de 5,5% — composto por 4,83% de reposição inflacionária e pouco mais de 0,5% de ganho real —, além de aumento do vale-alimentação de R$ 28 para R$ 33 e um abono de R$ 300. Contudo, a gestão do prefeito José Carlos Tiveron suspendeu a complementação prevista para abril, alegando queda significativa na arrecadação.

Em comunicado oficial divulgado no final de abril, a Prefeitura informou que enfrentou um déficit de R$ 3,3 milhões nas receitas próprias no primeiro trimestre de 2025, o que comprometeu a capacidade de ampliar os reajustes. A arrecadação real foi de R$ 36,9 milhões, frente a uma previsão de R$ 40,2 milhões. A administração também alertou que os gastos com pessoal estão próximos do limite legal estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, podendo atingir 50,41% da Receita Corrente Líquida até o fim do ano — o teto é de 54%.

SINDICATO CONTESTA ALEGAÇÕES DA PREFEITURA

O Sindserv, por sua vez, contesta a justificativa do Executivo. A entidade afirma que déficits orçamentários no início do ano são comuns e que, em exercícios anteriores, como em 2022, reajustes expressivos foram concedidos mesmo com queda inicial na arrecadação. Um grupo de trabalho do sindicato analisou dados do Portal da Transparência para embasar a argumentação.

Outro ponto levantado pelo sindicato é a possível compensação federal pela ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda Retido na Fonte, que poderá aliviar os cofres municipais. “Ser contra essa mudança, é ser contra a maioria dos trabalhadores brasileiros”, ressaltou Londrina, ao defender a proposta em discussão no Governo Federal, que pode elevar a faixa de isenção para até R$ 5 mil.

REIVINDICAÇÕES E PRÓXIMOS PASSOS

Além da complementação do reajuste para os 8% inicialmente previstos, os servidores também solicitam a elevação do vale-alimentação para R$ 35. O documento entregue ao Executivo e ao Legislativo é descrito pelo sindicato como respeitoso, sem conteúdo ofensivo ou acusatório, e tem como objetivo promover o diálogo entre as partes.

Agora, os servidores aguardam um posicionamento oficial da Administração Municipal diante das reivindicações apresentadas.

Publicidade