O recuo do prefeito de Adamantina, José Carlos Tiveron, ainda gera questionamentos por parte dos servidores municipais, que aguardavam novo reajuste salarial no mês de abril. Em vídeo publicado em sua rede social, o gestor deu novo prazo para avaliar o aumento salarial dos funcionários da Prefeitura.
Inicialmente, na publicação, o gestor pontua o reajuste já concedido aos servidores neste ano. Em 17 de janeiro, a Prefeitura anunciou revisão salarial de 5,5%, sendo que 4,83% é referente à reposição da inflação de 2024 — Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — e pouco mais de 0,5% de ganho real. Também, na mesma data, foi anunciado o aumento do vale-alimentação de R$ 28 para R$ 33, creditado a partir de março, além de abono de R$ 300.
Porém, havia o compromisso de nova avaliação do reajuste salarial no mês de abril, já que o percentual concedido estava abaixo do previsto no orçamento, de 8%. “Lá atrás, a gestão anterior deixou o compromisso de reajuste, e nós assumimos esse compromisso com responsabilidade. Mas, a verdade é que a arrecadação do município não melhorou como a gente esperava. Por isso, estamos de olho nos próximos dois meses para ver se a situação melhora, para fazermos mais por nossos servidores”, disse Tiveron, no vídeo.
HISTÓRICO
A Prefeitura de Adamantina anunciou, no último dia 28, que o novo reajuste salarial aos servidores municipais, avaliado para abril, não será concedido “neste momento”, em razão de uma expressiva queda de arrecadação. Segundo comunicado oficial, a gestão enfrenta um déficit de R$ 3,3 milhões em suas receitas próprias e uma perda total de R$ 4 milhões, considerando todos os repasses.
O planejamento orçamentário de 2025, elaborado no ano passado pela administração anterior, previa a possibilidade de conceder um reajuste de até 8% aos servidores. No início do ano, creditado em março, a Prefeitura já havia aplicado um aumento de 5,5% e reajustado o vale-alimentação de R$ 28 para R$ 33 diários, com a promessa de uma nova avaliação para abril — o que agora foi adiado.
De acordo com a Secretaria de Finanças e Administração, até março deste ano a previsão de receita do Tesouro Municipal era de R$ 40,2 milhões, mas a arrecadação efetiva foi de R$ 36,9 milhões, resultando em déficit de R$ 3,3 milhões. A redução é atribuída, principalmente, à diminuição de repasses dos governos estadual e federal.
Além disso, a administração municipal alerta para a aproximação dos limites legais de gasto com pessoal. Atualmente, 42,43% da Receita Corrente Líquida do município está comprometida com a folha de pagamento, e a projeção é de que o índice chegue a 50,41% até o final do ano, o que pressionaria ainda mais as contas públicas.
Outro fator de preocupação para o caixa municipal é a previsão de perda de cerca de R$ 7,7 milhões em 2026, em razão da redução no Imposto de Renda retido na fonte sobre os salários dos servidores.