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sexta-feira, 15 agosto, 2025

Ex-funcionários do cortume Couroada seguem sem receber direitos trabalhistas mais de uma década após fechamento

Empresa, que atuou em Adamantina e Londrina, acumula dívida milionária; processo de falência está em fase avançada, mas pagamentos estão suspensos por decisão judicial

Instalações abandonadas em Adamantina | Foto: Reprodução/TV Fronteira

A situação dos ex-trabalhadores do cortume Couroada voltou a ganhar destaque nesta segunda-feira (11) em reportagem da TV Fronteira. A empresa, que iniciou suas atividades em Adamantina em 2002 e fechou as portas em 2013, deixou dezenas de funcionários sem o recebimento de direitos previstos na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), como férias, 13º salário, cestas básicas, horas extras, FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e salários atrasados.

Ex-funcionário Vanderlei Donizeti Grassi | Foto: Reprodução/TV Fronteira

O motorista Vanderlei Donizeti Grassi, que começou na empresa como serviços gerais e chegou ao cargo de encarregado de setor, relatou a expectativa de receber os valores devidos. “Estamos contando muito [com o dinheiro], que faz falta”, afirmou à TV Fronteira.

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O problema atinge também ex-funcionários da unidade de Londrina (PR), inaugurada em 2007 e fechada em 2015, quando a Couroada entrou em falência com uma dívida estimada em R$ 300 milhões, incluindo indenizações trabalhistas.

Advogado de defesa dos trabalhadores, Bruno Torturelo | Foto: Reprodução/TV Fronteira

O advogado de defesa dos trabalhadores, Bruno Torturelo, disse à TV Fronteira que o processo de falência está em estágio avançado. “E o quadro geral de credores já foi devidamente publicado e segue sendo atualizado, inclusive com arrecadações e vendas de ativos, o que contribui com a ampliação da massa falida”.

No entanto, uma determinação do Tribunal de Justiça do Paraná suspendeu todos os pagamentos até o julgamento definitivo de ações movidas por terceiros, como bancos, que têm preferência legal sobre créditos trabalhistas.

Em nota à TV Fronteira, a administradora judicial explicou que pedidos de restituição feitos por bancos e pela União Federal, que somam mais de R$ 100 milhões, já possuem decisões favoráveis de reserva de valores, o que impede, por enquanto, o rateio entre os credores habilitados. Somente após a conclusão dessas ações será possível projetar novos pagamentos aos trabalhadores.

Ex-funcionário Isidio Vieira Leal | Foto: Reprodução/TV Fronteira

Para o aposentado Isidio Vieira Leal, que também trabalhou no cortume, a demora é revoltante. “A gente trabalhou, ninguém foi indenizado. Esse povo abandonou tudo nós e deixou a ver navios”, desabafou à TV Fronteira.

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