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quinta-feira, 17 julho, 2025

Pró-reitoria de Ensino da FAI tem novo gestor

Prof. Dr. Estêvão Zilioli assumiu pasta anteriormente conduzida pela Prof.ª Dra. Fulvia Veronez; fortalecimento da qualidade acadêmica, aproximação dos cursos com o mundo do trabalho e uso de tecnologia serão prioridades

Prof. Dr. Estêvão Zilioli fala sobre os desafios, prioridades e área de foco da PROENS | Foto: Priscila Caldeira

A pró-reitoria de Ensino (PROENS) do Centro Universitário de Adamantina possui novo gestor. O Prof. Dr. Estêvão Zilioli assume a pasta no lugar da Prof.ª Dra. Fulvia Veronez, que esteve à frente na primeira gestão dos professores doutores Alexandre Teixeira de Souza e Wendel Cleber Soares.                                                                                                                                                                                                                            “Iniciamos o mandato com o dever de defender o credenciamento do Centro Universitário junto ao CEE/SP [Conselho Estadual de Educação], além da tarefa de organizar o retorno dos alunos às atividades presenciais, atualizar materiais e equipamentos e ainda a atualização dos projetos pedagógicos dos cursos para fins de renovação de reconhecimento”, explica Fulvia.

De acordo com a docente, a rotina da PROENS está bem estruturada, e reúne “todos os recursos e disposição” para as ações necessárias neste novo ciclo. “O mais importante é sustentar o plano consistente de fortalecimento da qualidade do ensino, com foco no ENADE [Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes], já em andamento. O Prof. Estevão, que já fazia parte da equipe da PROENS, vinha sendo preparado para assumir a Pró-Reitoria. Confiamos em sua competência e responsabilidade com a FAI”, afirma.

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Em 20 anos na docência, Fulvia dedicou 10 anos à gestão acadêmica. “Está na hora de buscar outras realizações profissionais. Minha relação com a reitoria permanece firme. Sou candidata ao CONSU [Conselho Universitário] e estarei na retaguarda, ajudando no que for necessário, com a mesma disposição voluntária de sempre. Estendo também meu apoio a cada docente e servidor, diante das responsabilidades que a educação pública superior exige”, diz.

DESAFIOS

Para o Prof. Dr. Estêvão, um dos desafios do ensino nos próximos anos é conseguir acompanhar o ritmo das mudanças tecnológicas sem perder de vista o que realmente importa na educação: a formação humana. “Outro ponto que me preocupa é garantir que todos tenham acesso a uma educação de qualidade — porque a desigualdade ainda é muito presente, e isso impacta diretamente na aprendizagem”, avalia.

Ele afirma que as possibilidades se ampliam com as novas tecnologias se forem bem utilizadas, como a personalização do ensino, dinamização das aulas e aproximação do conteúdo ao dia a dia dos estudantes.

“Temos uma oportunidade de trabalhar mais as habilidades socioemocionais, o pensamento crítico, a criatividade — tudo aquilo que vai além do conteúdo e que é fundamental para o futuro. Para mim, o grande desafio vai ser equilibrar inovação, acesso, qualidade e, acima de tudo, manter a educação centrada nas pessoas. Porque por mais que a tecnologia avance, nada substitui a relação entre professor e aluno”, assinala.

ABORDAGEM INICIAL 

O docente ressalta que pretende manter o que está funcionando, melhorar o que for necessário e, acima de tudo, manter o “diálogo aberto” com todos para entender as rotinas e as necessidades dos cursos, e construir junto.

“Minha ideia inicial é seguir com o que já vem sendo bem-feito na FAI, valorizando o trabalho da professora Fulvia, a quem admiro muito. Eu já fazia parte do time da PROENS, sigo com meus colegas, mas agora com o desafio de chefiar esse time. Ao mesmo tempo, quero estar com o olhar aberto para o que pode ser melhorado. Acho que toda gestão precisa de equilíbrio: respeitar o que já funciona, mas também ter coragem e sensibilidade para ajustar o que for necessário”, aponta.

PRIORIDADES

O fortalecimento da qualidade acadêmica, a aproximação dos cursos com o mundo do trabalho e o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem serão as prioridades do atual pró-reitor de Ensino.

Para fortalecer a qualidade acadêmica, o Prof. Estêvão diz que pretende trabalhar em parceria com os coordenadores e professores, com a valorização da formação docente, revisão das práticas avaliativas e acompanhamento dos indicadores dos cursos, tanto os internos quanto os externos, como ENADE, Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (ENAMED) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

“Sobre a relação com o mundo do trabalho, penso que precisamos ir além do currículo. Como tivemos uma revisão curricular importante na última gestão, agora é hora de ver esses novos currículos em prática, avaliando o que está funcionando bem e onde ainda podemos ajustar para garantir uma formação que esteja de fato alinhada com as demandas atuais das profissões. Os alunos precisam entender como aquilo que aprendem na sala de aula se aplica lá fora”, conta.

E em relação à tecnologia, diz pretender utilizá-la de forma estratégica com as plataformas que a instituição já tem acesso: “Quero que a tecnologia ajude a tornar o ensino mais acessível, mais personalizado e mais interessante para os alunos, sem deixar o lado humano da educação. E para tudo isso acontecer, meu plano é a escuta, o diálogo e envolvimento com o time, construindo junto. Porque ninguém faz educação sozinho”.

ÁREA DE FOCO

Uma das áreas que o pró-reitor de ensino quer continuar se debruçando é a avaliação dos alunos, tanto em termos de instrumentos quanto na forma como os resultados são utilizados. “Quero incentivar práticas mais formativas, que realmente ajudem o estudante a aprender com o processo, e não só a tirar uma nota”, comenta.

Também quer olhar com mais atenção para o uso da tecnologia na avaliação e no acompanhamento da aprendizagem. “A FAI já conta com ferramentas que podem facilitar muito esse processo, dar mais agilidade, permitir análises mais profundas, mas, em alguns casos, elas ainda são pouco exploradas”, relata.

O docente busca incentivar o uso de metodologias “mais ativas e significativas”, que coloquem o aluno como protagonista, levando em consideração a realidade de cada curso, e respeitando o jeito de trabalhar de cada professor.

CONSIDERAÇÕES

O Prof. Estêvão reforça o tripé ensino, pesquisa e extensão como “partes inseparáveis da missão de uma instituição de ensino superior”. “Um curso forte não se sustenta só com boa aula: ele precisa incentivar a produção de conhecimento e manter um diálogo constante com a comunidade e com o mundo do trabalho”, ressalta.

O docente também acredita no valor do trabalho em equipe e da escuta ativa: “Minha gestão vai ser pautada por diálogo, respeito ao que já foi construído e abertura ao novo. Acredito que as melhores soluções nascem do coletivo e que ninguém faz educação sozinho”.

Para ele, o fato de a FAI ser uma autarquia municipal reforça o compromisso com o poder público e com a cidade. “Boa parte da nossa estrutura física, dos nossos laboratórios, da nossa equipe docente qualificada, vem justamente dessa condição pública. Isso nos permite oferecer uma formação de qualidade com um custo mais acessível”, argumenta.

Mas afirma que isso também exige um olhar ainda mais cuidadoso com os estudantes. “Sabemos que muitas famílias fazem um esforço grande para manter seus filhos estudando. Por isso, cada decisão precisa considerar o impacto real na vida dos nossos alunos. Cuidar do ensino, para mim, é também cuidar das pessoas que fazem parte dele — com responsabilidade, escuta e compromisso com o que é público”, observa.

O docente reforça que seguirá cuidando da qualidade da formação dos estudantes, mas sem perder de vista que quem faz essa formação acontecer, no dia a dia, são os professores, os coordenadores, e os servidores como um todo. “É com esse time que eu conto — e é com esse time que quero caminhar”, finaliza.

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