A Prefeitura de Lucélia, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Agricultura, divulgou um balanço das ações realizadas após o grande incêndio que atingiu a região em 2024. Segundo o órgão, a recuperação varia conforme o tipo de área afetada.
Nas áreas comuns, fora das APPs (Áreas de Preservação Permanente), houve regeneração natural, enquanto em locais mais atingidos os proprietários promoveram a reforma das pastagens. Já nas APPs, a regeneração tem ocorrido de forma mais lenta, mas proprietários isolaram as áreas para evitar interferências humanas.

APOIO EMERGENCIAL AOS PRODUTORES
Entre as medidas adotadas no período crítico, a Prefeitura distribuiu madeiras apreendidas pela Polícia Ambiental — lascas e ripas oriundas de autos de infração —, que foram transformadas em balancins e entregues a produtores que sofreram grandes perdas. Também houve doação de bagaço de cana, garantindo alimentação emergencial ao rebanho atingido. Os critérios para o apoio foram definidos por um conselho municipal.
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PARCERIA COM VOLUNTÁRIOS
Ainda, conforme a pasta, o grupo Refloresta Aguapeí, formado por voluntários, apresentou uma proposta de reflorestamento cadastrada no SARE (Sistema de Apoio à Restauração Ecológica). A Prefeitura deu suporte com orientação técnica, transporte e irrigação com caminhão-pipa, além de indicar propriedades com APPs atingidas para ampliar o alcance da iniciativa.
No caso específico do Parque Natural Municipal Salto Botelho, a Secretaria ressalta que qualquer ação de plantio deve obedecer ao Plano de Manejo, elaborado em 2023, que define regras de restauração ecológica com espécies nativas e diversidade genética. O Conselho Consultivo do parque reconheceu a importância da parceria com o grupo voluntário, mas reforçou a necessidade de seguir as diretrizes técnicas.
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PREVENÇÃO E FISCALIZAÇÃO
Para evitar novos episódios, o município reforçou brigadas de incêndio, promoveu capacitações e intensificou a fiscalização, além de campanhas preventivas junto à comunidade.
Em nota, a Secretaria destacou que a recuperação plena depende da atuação conjunta do poder público, sociedade civil, instituições de ensino e iniciativa privada. “A efetiva recuperação ambiental e a preservação do patrimônio natural só serão possíveis com o engajamento coletivo. Nosso compromisso é conduzir essas ações de forma sustentável, transparente e participativa, em benefício das presentes e futuras gerações”, destacou o órgão.