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quarta-feira, 27 agosto, 2025

Em debate sobre Orçamento do Estado, região pede investimentos para socorrer Saúde

Moradores da Nova Alta Paulista foram quase unânimes em pedidos de recursos para hospitais durante audiência do Orçamento; R$ 1,1 milhão em emendas foi distribuído para 10 cidades

Audiência ocorreu na Câmara Municipal de Parapuã | Foto: Rodrigo Costa

A população de Parapuã e dos municípios da região da Nova Alta Paulista foi uníssona durante a nona audiência do Orçamento de 2026 promovida pela Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento (CFOP) da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Quase a totalidade dos cidadãos ouvidos na noite desta sexta-feira (22) pediram recursos para a área da Saúde, indo desde a compra de equipamentos básicos até a construção de novos hospitais de grande porte.

A vereadora parapuense Mariane Muller Shimizu solicitou apoio para que o acesso a cirurgias eletivas seja ampliado na região. “A saúde é um direito de todos e um dever do estado, mas a realidade mostra pacientes aguardando meses e até anos por um procedimento que poderia devolver qualidade de vida. Essa espera não pode ser normalizada. Precisamos de investimento e estrutura. Nossa região tem profissionais comprometidos a atender, mas esbarram na falta de vagas, equipamentos ou de financiamento adequado. Queremos reforçar o pedido para que as cirurgias eletivas sejam prioridade”, defendeu a parlamentar.

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A Santa Casa de Parapuã, cidade de pouco mais de 10 mil habitantes na Região Administrativa de Marília, foi uma das mais citadas pelos moradores. A unidade de saúde onera em cerca de R$ 450 mil os caixas da prefeitura, o que dificulta os investimentos em outras áreas. Recursos para outros hospitais da região ou até mesmo a construção de um novo centro médico também estiveram na pauta.

Prefeito de Parapuã, Milton Mitio | Foto: Rodrigo Costa

O secretário de Saúde de Bastos, Éder Castro Menezes, solicitou R$ 1 milhão para custeio e investimentos no hospital da cidade. “Esses recursos vão ajudar não só o hospital de Bastos, mas toda a região, que é carente. Hoje, temos como referências na região as cidades de Tupã e Marília e temos uma demanda reprimida nos municípios menores. O hospital de Bastos sendo contemplado com investimentos vai poder atender várias cidades. Peço que olhem para a saúde da nossa região”, disse ele.

Morador de Salmourão, João Lemes dos Santos pediu a compra de um aparelho de ultrassom para sua cidade, que ainda não possui um equipamento como esse, mas também ampliou suas demandas. “A gente gostaria de um hospital regional. Trabalhei dois anos e meio na ambulância transferindo pacientes para Barretos, Jaú e Ourinhos e sei o sofrimento de um paciente deitado em uma maca em uma viagem de 4 horas. Queremos um hospital com mais especialidades”, reforçou.

“O nosso compromisso junto com a Comissão de Saúde é fazer uma conversa com o secretário Eleuses Paiva da necessidade de ter esse hospital regional ou aproveitar a estrutura de Bastos para transformá-lo em uma referência para a região”, afirmou o vice-presidente da CFOP, deputado Luiz Claudio Marcolino (PT).

Vereadora em Adamantina, Meire Alves | Foto: Rodrigo Costa

Dificuldades em atendimentos com médicos especialistas, como neurologistas e cardiologistas, também foi problema recorrente trazido pela população. Ainda foram apontados descredenciamentos de hospitais e profissionais do Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo) na região.

REDE DE COMBATE AO CÂNCER

Criada em 1993, a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Parapuã também solicitou apoio financeiro aos parlamentares da Alesp. A entidade, que possui parceria com a prefeitura da cidade, atende mais de 100 pacientes oncológicos. O vereador Luiz Carlos Trintin e a representante da Rede, Sônia Moreira, pediram R$ 100 mil para ajudar nas atividades do grupo.

“Queremos incrementar o apoio e os cuidados com os pacientes portadores de câncer e suas famílias, principalmente as de maior vulnerabilidade social. Para que possamos dar uma vida mais digna a todos os pacientes que já são muito castigados pela doença”, explicou Sônia.

Vereador em Adamantina, Hélio Santos | Foto: Rodrigo Costa

TEA

O atendimento a pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) voltou a ser tema nas audiências do Orçamento. Vereadores de Rinópolis e Parapuã solicitaram recursos para a construção de salas sensoriais para os autistas. Segundo o parlamentar parapuense, a falta de estrutura adequada tem causado a transferência de alunos para escolas de outros municípios da região.

A secretária de Saúde de Herculândia, Adriana de Freitas, fez um apelo para que a causa ganhe mais atenção do governo estadual. “Quero pedir um olhar especial para as crianças com TEA. Precisamos de recursos para implementação, implantação e manutenção de um centro de cuidado. Temos uma demanda muito grande e que precisa de profissionais qualificados. E não são só as crianças que precisam de cuidados, mas também as famílias que na grande maioria são mães solo”, disse ela.

RECURSOS

Demonstrando a agilidade da Casa no atendimento das demandas apresentadas durante a audiência, a Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento vai destinar R$ 1,1 milhão em emendas para a pasta da Saúde das dez cidades que participaram da reunião.

O presidente do colegiado, deputado Gilmaci Santos (Republicanos), anunciou que cada uma receberá R$ 100 mil e Parapuã, por ser a sede da audiência, R$ 200 mil. São elas: Adamantina; Arco-Íris; Bastos; Herculândia; Iacri; Irapuru; Lucélia; Rinópolis; e Salmourão.

Desde o ano passado, a CFOP dispõe de recursos próprios no Orçamento estadual destinados às regiões-sede das audiências públicas. A medida – que ressalta o dinamismo, comprometimento com a população e importância das audiências públicas a cada ano que passa – tem a chancela do presidente do Parlamento Paulista, o deputado André do Prado (PL). Os valores serão votados ao final do ano pelo Plenário da Alesp e repassados oficialmente em 2026.

O ORÇAMENTO

Entre os meses de agosto, setembro e outubro, os deputados integrantes da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Alesp viajarão 30 cidades de diferentes regiões do Estado para consultar, diretamente com os cidadãos, quais são as principais demandas dos municípios paulistas.

Todo o trabalho produzido durante esses encontros será incorporado à Lei Orçamentária Anual (LOA). Esse documento prevê a arrecadação estadual e fixa as despesas do ano seguinte. Dessa forma, é o instrumento pelo qual são previstos e planejados os investimentos em diversas áreas, como Saúde, Educação, Segurança Pública, entre outras.

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