
O governo de São Paulo investiga casos de intoxicação provocados por bebidas adulteradas com metanol. Uma operação realizada nesta segunda-feira (29) resultou na apreensão de 117 garrafas sem rótulo e sem comprovação de procedência. Até o momento, três mortes suspeitas estão em apuração pela Secretaria de Estado da Saúde.
A Pasta emitiu um alerta aos profissionais de saúde, por meio do Centro de Vigilância Epidemiológica e do Centro de Vigilância Sanitária, sobre os riscos da substância. O metanol, quando presente em bebidas clandestinas, é altamente tóxico e pode causar cegueira permanente ou até levar ao óbito.
Segundo o alerta, os sintomas da intoxicação surgem geralmente entre 6 e 24 horas após a ingestão e incluem sonolência, tontura, dor abdominal, náuseas, vômitos, confusão mental, taquicardia, visão turva, fotofobia, convulsões e acidose metabólica. Nos casos mais graves, pode ocorrer choque, insuficiência renal, pancreatite, comprometimento neurológico e cegueira irreversível.
A recomendação é que pacientes com sintomas incomuns após o consumo de bebida alcoólica sejam avaliados imediatamente, com exames laboratoriais e oftalmológicos. Os casos suspeitos devem ser notificados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação e comunicados ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde.
Desde junho, foram confirmados seis casos de intoxicação por metanol no estado, todos relacionados a suspeita de bebida adulterada. Outros 10 seguem em investigação, sendo três com resultado fatal: um homem de 58 anos, em São Bernardo do Campo, outro de 54 anos, na capital, e um terceiro, de 45 anos, com residência em análise.
O Centro de Vigilância Sanitária reforça a necessidade de bares, empresas e consumidores redobrarem a atenção quanto à procedência dos produtos. A orientação é adquirir apenas bebidas de fabricantes legalizados, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal, evitando riscos de intoxicação.