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Adamantina
domingo, 5 outubro, 2025

Fotógrafo adamantinense resgata técnica de quase 200 anos e transforma imagens em obras de arte

Gustavo Castellon utiliza metais nobres em processo artesanal que gera fotos únicas e colecionáveis, resgatando a memória da fotografia analógica

Fotógrafo Gustavo Castellon | Foto: Maila Alves

O fotógrafo Gustavo Castellon, natural de Adamantina e atualmente morador de Presidente Prudente, ganhou destaque na imprensa regional por resgatar uma técnica quase esquecida da fotografia: a kalitipia, ou kallitype, criada no século XIX e considerada precursora dos filmes fotográficos.

Foto: Maila Alves

O processo artesanal utiliza metais nobres como ouro, prata e platina na revelação de cada imagem. Cada obra é única, com marcas do processo que tornam cada peça colecionável, assinada e numerada. Castellon aplica a técnica principalmente em retratos, arquitetura urbana, sementes e flores brasileiras, unindo a tradição histórica à memória coletiva.

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Foto: Maila Alves

O fotógrafo explica que o processo completo é minucioso e pode levar até sete horas. “Todo o método é desafiador, desde a escolha do material do negativo, a impressão, a mistura correta dos produtos químicos até a secagem. Cada fotografia ganha caráter único; é impossível ter duas imagens exatamente iguais.”

Foto: Maila Alves

Gustavo se dedica também a uma série especial sobre Adamantina, registrando monumentos e pontos históricos. As obras devem integrar uma futura exposição no município, com o objetivo de aproximar crianças e adolescentes do universo da fotografia analógica, resgatando a experiência tátil e reflexiva de um processo pouco conhecido pelas novas gerações.

Foto: Maila Alves

“Criar fotografia é ter intenção, consciência do que se quer registrar. Não é apenas apertar o botão; é transformar cada fotografia em algo com valor, narrativa e profundidade, algo que resista ao tempo e conte uma história”, afirma o fotógrafo.

Foto: Maila Alves

O interesse de Castellon pelos processos antigos começou na infância, quando usava a câmera do tio e anotava erros e acertos em um caderninho. “Minha formação veio do analógico. Cresci fotografando com filme, cada clique precisava ser pensado. Os negativos funcionavam como uma ‘nuvem’ da época, arquivando memórias de toda uma cidade”, lembra.

Foto: Maila Alves

Apesar da era digital, Gustavo acredita que a fotografia artesanal manterá seu espaço. “Sempre haverá pessoas curiosas ou saudosistas que vão querer conhecer, pesquisar e apreciar os processos iniciais da fotografia. A kalitipia é mais que nostalgia: é uma assinatura artística, que carrega história, técnica e emoção em cada imagem”.

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