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sábado, 22 novembro, 2025

Adamantinenses são condenados por homicídio de amigo em Mato Grosso

Júri em Sorriso fixa penas que somam mais de 55 anos de prisão pelo assassinato e ocultação de cadáver de “Xuxinha”

Após julgamento, Matheus e Richard deixam o Tribunal do Júri em Sorriso | Foto: Reprodução/Portal Primeira Página

Os adamantinenses Richard Bortolo Júnior e Matheus Augusto Drago Schnoor foram condenados pelo assassinato de Everton Marcelo dos Passos, de 39 anos, conhecido como “Xuxa” ou “Xuxinha”. O crime ocorreu em Ipiranga do Norte (MT). O julgamento, realizado pelo Tribunal do Júri em Sorriso (MT), começou às 8h de segunda-feira (17) e foi concluído às 00h45 desta terça-feira (18).

Richard recebeu pena de 29 anos e dois meses de prisão, enquanto Matheus foi condenado a 25 anos e 10 meses. Ambos respondem por homicídio triplamente qualificado – por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima – além de ocultação de cadáver.

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Segundo o promotor Luiz Fernando Rossi Pipino, responsável pela acusação, os réus deverão iniciar o cumprimento da pena em regime fechado e seguem presos no Centro de Ressocialização de Sorriso. A defesa poderá recorrer.

O CRIME

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Mato Grosso, o homicídio ocorreu na madrugada de 7 de setembro de 2022, após uma discussão entre a vítima e os acusados, que evoluiu para agressões físicas, atropelamento, golpes fatais e ocultação do corpo.

As investigações apontam que os três estavam em uma camionete circulando pela área urbana de Sorriso quando pararam o veículo e iniciaram uma discussão por motivos fúteis, ligados a despesas em uma casa noturna. Após o desentendimento, Richard e Matheus voltaram ao veículo, deixando Xuxa na via pública. A discussão continuou por telefone até que os dois retornaram e atropelaram a vítima.

Segundo o Ministério Público, após o atropelamento, os acusados desceram do veículo, agrediram Xuxa com socos e pontapés e o arrastaram até a carroceria da camionete. Eles seguiram para a estrada do Rodoanel, onde as agressões foram testemunhadas por uma pessoa que relatou ter visto a vítima receber uma “coça”.

Em outro ponto, para onde Xuxa foi levado já desacordado e sem possibilidade de defesa, os réus aplicaram golpes na região do pescoço, causando morte por esgorjamento. Na tentativa de ocultar provas, o canivete usado no crime foi colocado na roupa da vítima, cujo corpo foi posteriormente arremessado no Rio Lira.

Após o homicídio, Richard e Matheus retornaram ao rancho onde moravam, ainda com vestígios de terra e sangue. A familiares e conhecidos, afirmaram que haviam ido ao rio. Em seguida, lavaram roupas e o veículo na tentativa de eliminar evidências.

A testemunha que presenciou parte das agressões recolheu um documento e um chip de celular que caíram da vítima e os entregou à polícia, contribuindo para direcionar a investigação e embasar o pedido de prisão preventiva.

O corpo de Xuxa foi encontrado em 10 de setembro no Rio Lira, próximo a uma ponte no anel viário da MT-242, em Ipiranga do Norte, por um pescador que acionou a Polícia Militar. No mesmo dia, com mandados já expedidos, os acusados se apresentaram à polícia em Comodoro, a cerca de 600 km de Sorriso. O sepultamento da vítima ocorreu em 12 de setembro, em Adamantina.

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