Não adianta nada correr demais para vencer, se depois da vitória, ficar tão cansado que não pode nem festejar.
Há tempos atrás, vi uma gravura inesquecível: – Dois pássaros pousados no galho de uma árvore observavam a agitação dos humanos lá embaixo e “conversavam”: -“Por que será que eles se afligem e correm tanto? ”Perguntava o primeiro pássaro, e o segundo respondia: -” Deve ser por que eles (coitados!) não tem um Deus bondoso, como nós temos, para cuidar deles.”.
A correria e a ansiedade não levam a nada a não ser nos deixar sem fôlego. Uma outra historinha, acontecida na África com alguns homens, carregadores, ilustra bem este diálogo imaginário. Um grupo de exploradores, viajando pela África, contratou o trabalho de 10 carregadores nativos, dizendo que tinham que andar muito depressa, para alcançar o navio em determinado dia.
Viajavam bem rápido nos primeiros dias, mas ao terceiro permaneceram sentados embaixo das árvores, recusando-se a pegar suas cargas para seguir viagem. Os exploradores ficaram assustados com aquela “greve” inesperada. Até que ouviram as explicações deles. “Hoje vamos descansar para deixar nossas almas alcançarem nossos corpos.”
É isso mesmo. Precisamos reservar tempo para viver, parar de correr e usufruir o melhor da vida que é a parte espiritual. O homem que vive correndo em constantes preocupações desgasta seu sistema nervoso e sua vida interior, perde contato com sua alma e acaba esquecendo que tem um Deus que cuida dele.
Não adianta nada correr demais para vencer, se depois da vitória, ficar tão cansado que não pode nem festejar.
O segredo da vida feliz está em saber gozar as coisas simples e naturais. E não procurar emoções constantes, que exigem sensações renovadas até chegar à saturação e ao imenso fastio de tudo. Em contra partida, as emoções simples do espírito são duradouras e muito mais intensas levando ao redescobrimento de Deus e ao despertar maravilho do espírito.
É muito triste perder a emoção de viver.






