Chegou a hora de discutir política

“O sábio não participará da vida pública se não sobrevier causa para tal.” (Epicuro)

Com quase tudo certo para o inicio da disputa eleitoral, acredito ter chegado a hora de refletirmos um pouco sobre a política. Assim, pra começo de conversa, vamos recordar algumas frases que grandes pensadores disseram a respeito de tão importante atividade.  Pode ser que sirvam para nos ajudar na decisão que teremos que tomar em outubro.

Segundo Platão, “o primeiro problema da política é que todos os homens acham-se capacitados para exercê-la, o que parece um grande erro, pois ela resulta de uma arte muito especial”. A propósito, o filósofo grego também afirma que “o maior castigo consiste em ser governado por alguém ainda pior que nós, quando não queremos sermos nós a governar”.

Para Max Weber, só existe duas maneiras de se fazer política, “ou se vive ‘para’ a política, ou se vale ‘da’ política. Nessa oposição não há ‘nada’ de exclusivo. Muito ao contrário, em geral se fazem ‘uma e outra coisa’ ao mesmo tempo, tanto idealmente quanto na prática.” E Weber completa, “neutro é quem já se decidiu pelo mais forte”.

No entendimento de Aristóteles, “a política não deveria ser a arte de dominar, mas sim a arte de fazer justiça”. Para Nietzsche, “um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos”. Na análise de Maquiavel, “a primeira impressão que se tem de um governante e da sua inteligência é dada pelos homens que o cercam”.

Marques de Maricá ensina que “os acontecimentos políticos humilham e desabonam mais a sabedoria humana que quaisquer outros eventos deste mundo”. E que em opiniões políticas, “os crimes de um tempo são virtudes em outros”. Para o poeta Carlos Drummond de Andrade, “a ignorância, a cobiça e a má fé sempre elegem seus representantes políticos”.

Blaise Pascal diz que “o rei está rodeado de pessoas que só pensam em diverti-lo e em impedi-lo de pensar em si mesmo”. “Porque, se pensa em si mesmo, é infeliz, por mais rei que seja.” Talvez foi este mesmo raciocínio que levou Voltaire a escrever que “a política tem a sua fonte na perversidade e não na grandeza do espírito humano”.

Falando no grande filósofo francês, Voltaire defende a tese de que “não existem grandes conquistadores que não sejam grandes políticos”. Para ele, “um grande conquistador é um homem cuja cabeça se serve, com feliz habilidade, do braço de outrem”. E que “de todas as doenças do espírito humano, a fúria de dominar é a mais terrível”.

No entanto, apesar das duras palavras dos pensadores citados, não devemos generalizar, pois ainda existem políticos que colocam os interesses coletivos acima dos interesses individuais, ou dos interesses de grupos. Todavia, sendo esses políticos uma minoria, cabe ao eleitor à difícil missão de encontrar a lanterna de Diógenes para poder identificá-los.

Por hoje é só, mas como sei que este texto promete deixar algumas pessoas contrariadas com a mensagem que passa, antes de encerrá-lo, deixo aqui uma citação da Madre Tereza de Calcutá: “Não posso dar-me ao luxo da política. Numa ocasião, fiquei cinco minutos a escutar um político e morreu-me um velhinho em Calcutá.”

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