
Referência na proteção, acolhimento, cuidado e adoção de cachorros em situação de rua e também os animais abandonados, a Associação ‘Apelos e Patas’ corre risco de paralisar o atendimento por falta de apoio. A Entidade, que completa três anos em janeiro, sofre com a falta de voluntários para dar continuidade as atividades, em Adamantina.
A Associação, particular, não conta com auxílio da Prefeitura para se manter, somente doações e contribuições que são destinadas para a manutenção do espaço, alimentação e tratamento dos animais. Para isso, 15 pessoas se revezam para garantir o atendimento aos 23 cães recolhidos no abrigo.
Segundo a presidente da ‘Apelos e Patas’, Nágila Mostafa Bernardo Marins, a quantidade de voluntários é insuficiente para dar continuidade às atividades. “Em dezembro, termina meu mandato de dois anos a frente da Associação. Com isso, tem que ser formada uma nova diretoria, mas não há sete pessoas que queriam se comprometer com a Entidade. Caso não seja possível montar uma nova chapa, teremos que encerram o trabalho de proteção de animais”, afirma.
Além disso, a Associação necessita de doações e empresas parceiras, já que a Prefeitura não colabora com as atividades. “A Administração Municipal não contribui com a Entidade. Ao contrário, a Associação atende as determinações judiciais para recolha e proteção devido ao Município não haver local adequado para destinação dos animais. E, mesmo assim, a Prefeitura alega falta de recursos para não contribuir”, explica.
Prefeitura

Desde agosto, o Ministério Público busca adequar à situação dos animais abandonados em Adamantina. Mas, a Prefeitura ainda não se comprometeu com TAC (Termo de Ajuste de Conduta) que prevê, dentre outras ações, a construção de um Centro de Controle de Zoonoses. “Entendemos que o Município passa por uma crise financeira, mas poderia realizar uma rígida campanha de castração, por exemplo, que contribuiria, e muito, para diminuição de cães e gatos abandonados”, comenta Nágila.
Em busca de adequar a situação, a presidente da Associação realiza constantes reuniões com as autoridades municipais. “Pretendo ainda me reunir novamente com prefeito eleito e os novos vereadores em busca de uma solução. Caso a Associação paralise as atividades, o que não almejamos, para onde serão destinados os animais abandonados?”, questiona.
Responsabilidade
Em Osvaldo Cruz, a Justiça determinou que a Prefeitura providencie um local adequado para abrigo e tratamento sob pena de multa diária de dez salários mínimos. Ainda, a juíza da 1ª Vara da Comarca de Osvaldo Cruz citou na liminar que a Constituição Federal prevê como competência também do município “cuidar da saúde pública e proteger o meio ambiente”, cabendo, assim, a Administração Municipal a responsabilidade em providenciar local para os animais abandonados.
ONG
Uma alternativa a situação de Adamantina é a transformação da Associação ‘Apelos e Patas’ em ONG (Organização Não Governamental). Para isso, são necessários voluntários para continuidade as atividades.
“Em janeiro, completaremos três anos de trabalho, prazo que é possível solicitar a denominação de ONG. Se conseguirmos reverter a situação e dar prosseguimento ao trabalho, entraremos com o processo de regulamentação. Por isso, precisamos de voluntários para que cães e gatos tenham assistência”, explica Nágila.
Ajuda
Desde agosto, a Associação não recolhe mais animais devido à limitação da estrutura física do abrigo e pelas condições financeiras. Atualmente, 23 cães passam por tratamento e aguardam ser adotados.
Para quem deseja fazer parte do grupo de voluntários ou contribuir com a ‘Apelos e Patas’, basta entrar em contato pela página no Facebook: Projeto Proteção Aos Animais De Adamantina. “Todo tipo de ajuda é bem-vinda!”, finaliza Nágila.
