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Adamantina
sexta-feira, 4 julho, 2025

Jovem de 25 anos pode perder um dos rins devido à demora de cirurgia

A jovem disse que aguarda há mais de um mês para ser submetida a um procedimento cirúrgico, caso contrário poderá perder um dos rins

Diagnosticada com hidronefrose – distúrbio que geralmente ocorre quando um rim fica inchado devido a uma deficiência na drenagem normal da urina do rim para a bexiga -, Janini Guedes, de 25 anos, tem travado uma luta com o sistema público para conseguir tratamento. A jovem disse que aguarda há mais de um mês para ser submetida a um procedimento cirúrgico, caso contrário poderá perder um dos rins. A jovem é estagiária de Psicologia, não possui renda. Mora com o pai que também é doente, e além disse, tem uma filha de quatro anos.

Diagnóstico

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Janini conta que descobriu o problema renal há mais de um mês. Com dores fortíssimas nos rins, foi em busca de atendimento do Pronto Socorro Municipal. “O médico que me atendeu receitou somente medicamento para cortar a dor. Sequer solicitou um pedido de exame de urina”, conta.  Sem solução, procurou atendimento no Posto de Saúde, também sem sucesso. “Alegaram que não havia vaga para consulta com o urologista ou nefrologista”, conta. Quando já não aguentava mais de dor e sem saber para onde recorrer, decidiu pagar uma consulta particular com um urologista que solicitou imediatamente exames de ultrassom e urina. “Nem os exames consegui fazer pelo SUS [Sistema Único de Saúde]”, lamenta.
Através dos exames, foram constatadas várias ‘pedras’ nos rins. A jovem relata que a ureter (tubo que faz parte das vias urinárias) está com um calculo de 1 cm, impossível de expelir sem procedimento cirúrgico. “Com isto meu rim esquerdo está dilatado e funciona parcialmente”, diz.  A jovem disse que foi diagnosticada com hidronefrose e que o médico recomendou que ela deveria ser submetida a uma cirurgia urgentemente. “Corro o risco de perder um dos rins”, afirma.

Drama

A situação, no entanto, não foi solucionada até o momento, por conta do preço da cirurgia que custa em média R$ 8 mil, impedindo que a jovem passe pelo procedimento. Janini conta ainda procurou o setor de agendamento da Secretaria Municipal de Saúde onde uma assistente social tentou agendar uma consulta médica, mas sem sucesso. “É preciso aguardar na fila”, desabafa. Indignada recorreu a Justiça. “Busquei ajuda na Promotoria que entrou com uma ação de urgência, mesmo assim, o Juiz indeferiu o pedido. O promotor ainda recorreu para o Tribunal de Justiça de São Paulo que também indeferiu o pedido, informando que é preciso aguardar a fila de atendimento”, informa ao IMPACTO. “Não bastasse a dor, agora vem o desespero por não tem condições financeiras para realizar a cirurgia. O que me dói, é que a cada dia que passa, corro o risco de perder de vez a função renal”, diz.

‘Corro contra o tempo’

Para a jovem, a aflição ocorre por não saber quando poderá passar pelo procedimento. “Não me deram um prazo certo. O médico disse que preciso passar pela cirurgia até o fim de novembro. Já pensei em fazer uma rifa, empréstimo com familiares. Não sei o que eu faço mais.”, lamenta. A cada dia sem passar pelo procedimento, a jovem diz que o temor aumenta e pede uma resposta das autoridades. “Gostaria que me ajudassem a fazer essa cirurgia, porque não tenho condições financeiras. Quanto mais o tempo passa, mais corro o risco de perder um dos meus rins.”, finaliza.

Outro lado

Íntegra da nota encaminhada pela Secretaria Municipal de Saúde de Adamantina. “Tendo em vista o acontecido e apurado junto ao setor responsável pelo Agendamento, nos foi informado que a paciente havia passado pelo Pronto Socorro e após, procurou o serviço com diagnóstico de calculo uretral e indicação médica de cirurgia. No entanto, a solicitação foi feita por um profissional da rede particular, portanto, não poderia ser realizado o procedimento através do SUS (Sistema Único de Saúde) e que para isso seria necessário uma avaliação clínica com o médico da ESF (Estratégia de Saúde da Família) a qual está vinculada. Desta forma, o médico faria o encaminhamento para a especialidade. Ressalto ainda, que a Secretária Municipal de Saúde faz o agendamento de seus pacientes nas especialidades conforme a liberação de vaga pelo setor de regulação da DRS (Diretoria Regional de Saúde) de Marília. Até o momento, não houve entrada de guia de encaminhamento (SUS) em nome da paciente para que possamos solicitar a vaga junto ao DRS/Marília. Esta Secretaria se coloca à disposição da paciente para demais esclarecimentos e providências”.

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