Dinha faz avaliação da sua gestão frente ao Legislativo

Em quase sete décadas, Dinha foi à única mulher a comandar o Poder Legislativo Adamantinense.

A menos de um mês de terminar seu mandato como presidente da Câmara Municipal de Adamantina, a vereadora Maria de Lourdes Santos Gil, ‘Dinha’ (DEM), faz avaliação dos trabalhos do Legislativo.

Em quase sete décadas, Dinha foi à única mulher a comandar o Poder Legislativo Adamantinense. Com experiência de 12 anos na vida pública, se prepara para o quarto mandato como vereadora. Foi eleita pela primeira vez no ano de 2004.

Na entrevista ao IMPACTO, a presidente da Câmara destaca que espera da próxima legislatura, na qual foi à única mulher reeleita. “Sem distinguir vereadores novos ou reeleitos, espero de verdade que a Câmara de Adamantina seja no próximo mandato ainda melhor do que já foi nesta Legislatura”, fala em um dos trechos da entrevista. Revela ainda que o grande desafio do futuro presidente da Casa de Leis será o de restaurar o Município, para que a população volte a ter orgulho de Adamantina. Confira a entrevista.entrevista-07

Qual avaliação dos dois anos à frente da presidência da Câmara?

Dinha: Entendo que consegui cumprir com coerência e dedicação o meu papel, por isso saio encerro o mandato como presidente, satisfeita. Tenho consciência que a colaboração diária dos gabaritados funcionários do Legislativo e o pleno apoio dos demais vereadores foram fundamentais para que conseguisse desenvolver um bom trabalho no cargo. E volto a dizer: Sinto-me honrada em ser a primeira mulher a comandar a Câmara e espero que outras mulheres também ocupem este posto.

Qual a principal marca da atual gestão da Câmara?

Dinha: Acima de tudo, tentei ser a mais democrática possível, tanto no cumprimento das minhas funções como presidente quanto no relacionamento com os meus companheiros vereadores, mesmo em momento polêmicos ou de crise política relacionados ao Executivo.

Destaque algumas matérias apreciadas pela Câmara que beneficiaram a sociedade como um todo.

Dinha: Todo o trabalho da Câmara de Adamantina ao longo deste mandato foi importante, mesmo havendo críticas, desde a apresentação de uma simples indicação de limpeza da idade até as aprovações de projetos que resultaram em conquistas de recursos ou geração de empregos. Prefiro, em vez de matérias, testemunhar a dedicação dos vereadores nos trabalhos internos, de legislar, fiscalizar e tomar as decisões, porque eles sempre cumpriram suas funções sem titubear, e a maior prova foi cassar um prefeito, o que não é motivo de comemoração, mas não é qualquer Câmara que mostra essa independência e coragem. E aquele ditado popular é verdadeiro: Quando o Executivo vai mal, os vereadores não prestam. Mas se o Executivo for bem, os vereadores são ótimos.

Uma das funções do vereador é fiscalizar o dinheiro público e apurar possíveis irregularidades. Durante sua gestão, por decisão unânime a Câmara cassou o mandato do ex-prefeito Ivo Santos investigado pela justiça por improbidade administrativa. Como avalia a atuação da Câmara neste caso?

Dinha: Entendo que os vereadores cumpriram religiosamente com o seu papel. Não pode se enfatizar neste caso apenas o ato da cassação, porque, antes disto, nós recebemos a denúncia e a analisamos, abrimos a Comissão Processante e de Investigação por votação unânime, apuramos os fatos para somente depois apreciar o afastamento do então prefeito Ivo. Ou seja, não foi uma decisão sem base, cumprimos todos os procedimentos legais para que não houvesse parcialidade ou erros na decisão final, e a prova que agimos corretamente é que a própria Justiça da Comarca e o Tribunal de Justiça nos acompanharam perante recursos impetrados pelo ex-chefe do executivo.

Qual deverá ser o perfil do próximo presidente da Câmara?

Dinha: Cada presidente tem seu perfil próprio. Mas, no início do novo mandato, o prefeito eleito Márcio Cardim precisará de parceria e colaboração, não somente da presidência, como também dos outros oito vereadores, claro, sem deixar que isto interfira na independência do Poder Legislativo.

Quais os principais desafios para os próximos quatro anos que o Executivo e Legislativo deverão enfrentar em Adamantina?

Dinha: O maior desafio, como todos sabem, será restaurar o Município, para que os adamantinenses voltem a ter orgulho da nossa Cidade Joia. Não podemos pensar que o novo prefeito é o “Salvador da Pátria”. A Prefeitura de Adamantina precisa de um gestor. E espero que o Márcio consiga, mantendo-se próximo do Legislativo e com a capacidade demonstrada na FAI, implementar um modelo de gestão que solucione as falhas administrativas, promova a valorização dos funcionários e resgate a saúde financeira dos cofres públicos.

 Houve uma reformulação da Câmara, apenas três parlamentares foram reeleitos. Como será a próxima Legislatura?

Dinha: A vontade de renovação da população era evidente mesmo antes da eleição, devido às lamentáveis manchas deixadas por políticos que usaram o cargo público para interesses particulares, e se concretizou nas urnas. Sem distinguir vereadores novos ou reeleitos, espero de verdade que a Câmara de Adamantina seja no próximo mandato ainda melhor do que já foi nesta Legislatura. E sempre deve ser assim! Se isto ocorrer, o nosso Município e, principalmente, a população serão os maiores beneficiados.

Das 27 candidatas que pleitearam uma das vagas do Legislativo, você foi à única mulher vitoriosa. A que se deve esta conquista?

Dinha: Resumo em dois fatores: Em primeiro lugar, graças à confiança depositada pelos meus eleitores de que ainda posso fazer muito mais por Adamantina; Em segundo, pela dedicação e trabalho diário demonstrados por mim nesses 12 anos consecutivos que permaneci no Poder Legislativo. E tudo começou em 2004 quando o DEM me deu a oportunidade de iniciar a carreira política.

Você acredita que a Câmara está conectada com os anseios da população?

Dinha: Sim. Apesar de ser bastante cobrada nos quatro anos, a Câmara sempre nunca se omitiu frente aos problemas do Município e necessidades da população. Ressalto apenas que nossa atuação é limitada. Nós solicitamos e apontamos o que é preciso ser feito, porém, o poder de executar infelizmente é exclusivo da Prefeitura.

Existe uma participação efetiva da população na Câmara?

Dinha: Existem poucos cidadãos que vão ao plenário nas sessões, alguns acompanham pelo rádio e outros que procuraram os vereadores na Câmara no dia-a-dia. Mas efetivamente a participação popular no trabalho do Legislativo poderia ser maior, afinal, a Câmara é a Casa do Povo.

Deixe uma mensagem aos adamantinenses.

Dinha: Quero somente agradecer o respeito com que a população me trata sempre e também o carinho com o qual sou recebida nos lugares que vou. Às vezes não consigo agradar a todos, mas procuro fazer o meu papel de vereadora, com máxima responsabilidade, honestidade, amor e dedicação. Agradeço mais uma vez a minha reeleição! E para o novo mandato, reafirmo o compromisso de trabalhar dia-a-dia por uma Adamantina melhor para todos nós.

FONTEPOR ROGÉRIO PIRES / GRUPO IMPACTO
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