Adamantina é um dos 210 novos municípios paulistas incluídos no Mapa do Turismo Brasileiro. Juntamente com Lucélia, Panorama, Paulicéia e Salmourão, a cidade faz parte da região turística denominada ‘Águas do Oeste’, conforme levantamento divulgado na quinta-feira (14), pelo Ministério do Turismo.
Porém, muitos podem questionar: o que a cidade tem de turística? Com vocação ao turismo de eventos, educacional e ecológico, poucos sabem das potencialidades do município, que ainda são quase nada explorados.

Um dos locais turístico que apenas pequena parte da população conhece, mas quem já visitou considera um dos mais bonitos de Adamantina, está a 1,5km da cidade. Com cerca de 100 metros de comprimento por 30 de largura, a natureza se expressa de forma vislumbraste, onde a força da água transformou o local em uma formação rochosa com beleza pouco vista em toda a região.
O córrego – canalizado do centro da cidade até o Parque dos Pioneiros – disputa espaço com as rochas de arenito, formando um dos pontos turísticos mais impressionantes de Adamantina, mas, também, com as garrafas pets e sacolinhas, que se acumulam pelo leito do ribeirão.
Sem preservação
O córrego Tocantins é conhecido por ser um dos marcos ecológicos de Adamantina. Há anos, quando o esgoto não era 100% coletado no município, o local sofria com a degradação ambiental. Com atuação forte de um grupo de ambientalistas adamantinenses, a situação foi mudada.

Passado anos, o córrego ainda sofre com a degradação humana. Desta vez não é esgoto que é despejado sem tratamento em seu trajeto, mas, sim, garrafas pets, sacolas e outros tipos de lixo que são jogados pela população nas ruas da cidade e acabam parando no leito do ribeirão, após as chuvas.
O adamantinense Martin Cobo – uns dos ambientalistas mais atuantes na cidade – explica que um gesto inconsciente da população é a principal forma de degradação atualmente. “Muitos ainda não possuem consciência ecológica. Uma simples garrafa que é jogada traz grandes consequências, seja para o meio ambiente com a degradação ou até mesmo para comunidade, pois, a maioria dos alagamentos que ocorre na cidade é devido bueiros entupidos por lixo”, afirma.

Em visita ao córrego, o IMPACTO constatou o triste fato: dezenas de garrafas pets acumuladas entre a vegetação. Mesmo em um local pouco explorado, a degradação humana está presente, como no trecho de formação rochosa. “Poucos conhecem este local e quase ninguém frequenta aqui. É uma área ainda a ser desbravada, um dos pontos, se não for o mais, bonito da cidade. Mesmo assim, já sofre as consequências da falta de zelo da população”, enfatiza Cobo.
Mobilização
Para ele, é necessária uma mobilização visando à conscientização ambiental e o fomento do turismo. “Esta formação rochosa é exemplo que o poder público e a sociedade precisam se mobilizar. Um local lindo, que quase ninguém conhece, porém sofre com o lixo acumulado”, diz, indignado.
Ainda, segundo Cobo, a preservação é primeira ação que deve ser realizada para o desenvolvimento turístico. “É necessário formar na população o pensamento ecológico, mas, também, desenvolver o turismo ecológico, que gera emprego e renda. Neste espaço, por exemplo, poderia ser muito bem utilizado por escolas, entidades, pela Prefeitura, no intuito de educar sobre a preservação ambiental e, ao mesmo tempo, ser explorado para atrair turistas”, completa.
Município de Interesse Turístico
Adamantina busca junto ao Governo do Estado o selo de Município de Interesse Turístico. Com a denominação, que ainda deverá ser aprovada pela Assembleia Legislativa, o município poderá receber recursos financeiros para investir na estrutura turística.
