Os recentes acontecimentos políticos e os posicionamentos de algumas autoridades locais vêm gerando repercussão entre a comunidade, principalmente devido às falas de cobranças à Administração Municipal.
A postura do presidente do Democratas – partido do prefeito –, vereador Acácio Rocha, é a que chamou mais atenção nas últimas semanas. Uns dos articuladores da campanha de Márcio Cardim, o parlamentar vem fazendo incisivas críticas ao Executivo.
Em entrevista ao IMPACTO, Acácio Rocha afirmou, ao contrário do que parece, não houve qualquer rompimento com o prefeito de seu partido. “O que tenho colocado são reafirmações sobre minha conduta, no mandato legislativo, e assim reitero meu compromisso com a cidade. Os interesses coletivos, da comunidade, se sobressaem e sobrepõem a qualquer outro interesse pessoal, e é por esse fio condutor que transito. Tenho um bom relacionamento com a administração municipal – onde já atuei como funcionário público e secretário municipal – o que me faz ser conhecedor das rotinas internas e das pessoas que ali estão. Tenho também um bom relacionamento e espaço com o prefeito Márcio Cardim, e em tudo que for positivo para Adamantina, estamos juntos, aplaudindo e contribuindo”, afirma.
Segundo ele, os posicionamentos críticos refletem suas convicções. “Quem pensou o contrário, talvez não conheça minha história de vida e meu compromisso com o trabalho e com a nossa cidade. A maneira como tenho agido, com ousadia opinativa, independência e coragem sempre pautaram minha vida profissional, como jornalista, onde em determinados períodos da nossa história cheguei a sofrer ameaças, de toda natureza, quando escrevia sobre temas da política local. Agora vivencio uma oportunidade ampliada, pelo exercício do mandato, nele reafirmo minha conduta, a partir daquilo que acredito e cultivo, ouvindo as pessoas e colhendo informações que permitem subsidiar minha consciência e conduta”, enfatiza Acácio.
Sessão de críticas
Quem acompanhou as últimas sessões da Câmara viram uma série de críticas a Administração Municipal, dando a entender, pela maioria dos vereadores, que a gestão Cardim está deixando a desejar. “Em muitos aspectos considero que a administração tem atuado de maneira assertiva, com determinadas oscilações de desempenho e resultados, que correspondem ao perfil de cada secretário e às possibilidades estruturais de cada uma das secretarias, diante das necessidades que se apresentam. Mas há falhas e ausências, na gestão e na relação política, que não poderiam deixar de serem apontadas, e muitas das nossas colocações são de alerta e contribuição, embora, eventualmente, a administração possa interpretar de outra maneira. Não se pode atuar no hoje, e esquecer do futuro, nem atuar com os dois pés no futuro e esquecer o presente. E as nossas cobranças, na Câmara, são nesse sentido, realizando-as em tornos das necessidades atuais, bem como sobre questões futuras. E todas as pautas, que visem a organização da cidade, convênios, benefícios, melhorias, entre outros, tiveram nossa aprovação, em plenário, quando qualquer diferença pessoal, política ou ideológica é deixada de lado, evidenciando em primeiro plano a nossa cidade”, pontuou o democrata.
Líder do prefeito
Questionado sobre se a falta de líder do prefeito na Câmara reflete nas críticas, Acácio Rocha diz: “a definição de uma liderança do prefeito, na Câmara, é importante e poderia facilitar para ambos – Legislativo e Executivo. E tão importante quanto a identificação de um determinado perfil entre os vereadores, para representa-lo, é o Executivo reconhecer a importância de se fazer relação política que possa somar-se ao trabalho da gestão administrativa. Faltam mais habilidade, diálogo e atuação nesse tema. Porém, destaco, essa decisão de escolha do líder compete ao prefeito, em identificar um perfil de sua confiança para esse papel interlocutor”, explica.
Pressão popular
Outro ponto abordado é se as críticas, principalmente pelas redes sociais ao Executivo, refletem no trabalho dos vereadores adamantinenses. “A população tem uma relação mais próxima dos vereadores, bem como uma maior facilidade em falar com cada um de nós. Soma-se a isso a atribuição fiscalizadora, que compete ao Poder Legislativo. Assim, diante de qualquer problema, temas polêmicos, falhas na execução dos serviços públicos, enfim, o vereador é o primeiro a ser cobrado. Além de estarmos mais expostos, somos em nove, e isso amplia as possibilidades de interação e cobranças. Historicamente, se as coisas vão bem, os méritos são dirigidos ao Executivo, e no contrário, as cobranças recaem muito mais aos vereadores. E nesse contexto, é importante fazer uma colocação: os desejos por melhorias, avanços e o interesse da população também fazem parte daquilo que também buscamos, como vereadores e cidadãos, moradores em Adamantina. E há cobranças dirigidas a nós que, de fato, competem ao Executivo responder e satisfazer as questões apontadas. Nisso, o esforço de cobrança deve ser conjunto, de um lado os vereadores, dentro da atribuição legal do cargo e função, e de outro lado com a legitimação popular, expressa pela população, em suas diversas manifestações”, finaliza Acácio Rocha.