Ao participar do 2º Curso Integrado de Tratamento de Feridas Complexas no último final de semana na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), integrante do câmpus da Universidade de São Paulo (USP) naquela cidade, alunos de Medicina do Centro Universitário de Adamantina (UniFAI) tiveram trabalho premiado como o segundo melhor do evento.
O quarteto formado pelos alunos Taís Querino, Thalita Nakasse, Yuri Damasceno e Luiz Octavio Cianca apresentou o trabalho científico intitulado “Desenvolvimento de curativos poliméricos de quitosana e xantana com agentes bactericidas e anestésicos”, orientado pela Prof.ª Dra. Márcia Zilioli Bellini. A pesquisa conta com apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), através da modalidade Chamada Universal.
“Nosso trabalho concorreu com vários outros de grande impacto. Ficamos extremamente contentes”, disseram os estudantes.
Segundo a comissão organizadora do evento, o tema abordado no curso integrado é importante porque “as feridas complexas se tornaram um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo”. “Cresce a demanda por capacitação dos profissionais de saúde para o seu entendimento e manejo adequados. Este curso segue com caráter inovador, multidisciplinar e multiprofissional que novamente apresentará conteúdo teórico e prático (hands-on)”, informou a organização através do site do evento (www.oxfordeventos/feridascomplexas2018).
Os alunos contaram com o total apoio da Prof.ª Dra. Márcia Bellini que, além de docente do curso, é também pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UniFAI.
Para ela, a participação em eventos como esse é uma oportunidade de crescimento para os universitários. “Além de apresentarem o trabalho que realizam aqui na UniFAI, nossos alunos puderam entrar em contato com o que há de mais atual e avançado no mundo em tecnologia para a prevenção e o tratamento de feridas”, destacou.
O trabalho apresentado
Durante a elaboração do trabalho, Taís, Thalita, Yuri e Luiz Octavio pesquisaram sobre os diversos tipos de lesões que podem acometer a pele, entre elas as queimaduras graves e úlceras crônicas, que comprometem gravemente a sua recuperação natural, apresentando a necessidade de intervenções terapêuticas.
“Além de proteger a lesão, um curativo ideal deve promover a cicatrização, proporcionar um microambiente adequado e hidratado, remover o excesso de exsudato [líquido orgânico decorrente de inflamação], possibilitar as trocas gasosas e impedir a contaminação microbiológica. Assim, terapias alternativas que busquem o restabelecimento rápido e efetivo da pele lesada, que utilizem matrizes poliméricas produzidas em laboratórios utilizando materiais bioativos, e que atuem no controle do crescimento de microrganismos indesejáveis e no tratamento da dor, são de grande relevância”, analisaram os alunos.
Após intensos estudos, o grupo apresentou a conclusão de seu trabalho, dizendo que os resultados comprovam que curativos poliméricos de quitosana-xantana com agentes bactericidas e anestésicos podem ser uma alternativa viável para o tratamento de lesões de pele.
“[Esses curativos] apresentam características potencialmente importantes para a aplicação proposta como, adequada espessura e transparência, elevada absorção de fluidos corpóreos e hemocompatibilidade […] contribuindo, assim, para setor de desenvolvimento de materiais para este tipo de aplicação”, completou a equipe.