A Polícia Militar Ambiental aplicou uma multa de R$ 2 mil a um criador amador de pássaros por manter espécimes da fauna silvestre nativa irregularmente em cativeiro em sua residência, no Centro, em Flórida Paulista. No local, foram encontrados quatro pássaros-pretos em desacordo com a licença obtida.
As aves foram apreendidas, mas depois de passarem por uma perícia e terem as anilhas retiradas acabaram soltas na natureza nesta quarta-feira (30), no Parque Estadual do Rio do Peixe, em Presidente Epitácio.
A ocorrência será apresentada via ofício à Delegacia da Polícia Civil por em tese estar configurado delito previsto na lei federal de crimes ambientais. As aves apreendidas não estão na lista de animais ameaçados de extinção.
Os quatro pássaros-pretos usavam anilhas destinadas a aves da espécie iraúna-grande.
Outros seis pássaros constavam no plantel do criador, mas não estavam no local. Em relação às anilhas de cinco trinca-ferro-verdadeiros, o criador alegou que as havia trocado com as de supostas iraúnas-grandes. Já em relação a um azulão-da-amazônia, o criador alegou que havia escapado no domingo (27), o que lhe rendeu uma notificação para regularizar a situação no prazo de 15 dias.
Quanto às inconsistências encontradas em relação aos pássaros-pretos, o envolvido informou à polícia que é um criador amador novo e achou que as aves eram iraúnas-grandes. Ele disse que não sabia que os pássaros eram de outra espécie.
As anilhas com adulterações serão encaminhadas à Delegacia da Polícia Federal, em Presidente Prudente, para a peritagem por configurar o crime de falsificação de selo ou sinal público.
O criador ainda teve suspenso o acesso ao Sistema de Controle e Monitoramento da Atividade de Criação Amadora de Pássaros (SisPass).

Denúncia anônima
O patrulhamento ambiental compareceu à residência, nesta terça-feira (29), após receber uma denúncia anônima de que existiam pássaros mantidos irregularmente em cativeiro no local.
A fiscalização constatou que a lista de pássaros apresentada pelo criador não estava atualizada, na qual constavam 12 aves nativas, mas no local havia somente seis, o que fez com que a corporação o orientasse a realizar as correções posteriormente.
Os seis pássaros da fauna silvestre brasileira estavam anilhados e mantidos em cativeiro em gaiolas e em um viveiro fixo na garagem e no quintal da residência.
As aves com anilhas regulares eram um bicudo-verdadeiro e um canário-da-terra-verdadeiro.

