Investimento promissor, leilão de imóveis também pode oferecer riscos, alerta advogada

Confira orientação da advogada Caroline Maria dos Anjos Marins, especialista em leilões de imóveis judiciais e extrajudiciais

Advogada Caroline Maria dos Anjos Marins orienta sobre investimentos em leilão de imóveis (Foto: Rogério Grespi | Grupo IMPACTO)

O investimento em leilão de imóveis pode oferecer bom retorno financeiro, porém, pode também trazer riscos se o investidor não conhecer o mercado. Por isso, é necessário assessoria especializada que garante segurança jurídica para determinada oportunidade de leilão. “Quem gosta de se aventurar nesse ramo, sem saber como investir de maneira correta e sem tomar algumas precauções, pode enfrentar grandes problemas”, alerta a advogada Caroline Maria dos Anjos Marins, especialista em leilões de imóveis judiciais e extrajudiciais, que explica ao IMPACTO os benefícios e riscos do setor.

A especialista afirma que um dos investimentos mais lucrativos do mercado imobiliário é a compra de imóveis em leilões para posterior revenda. “É uma atividade que prospera, principalmente em anos de crise econômica. É justamente quando a economia passa por dificuldades que o segmento de leilões de imóveis mais cresce. Não é difícil encontrar casos de imóveis arrematados por preços 40% inferiores ao valor de mercado”, pontua.

Nos últimos anos, também devido às dificuldades econômicas do país, tem crescido o número de pequenos investidores que conhecem, estudam e se preparam para lucrar comprando imóveis leiloados para depois comercializá-los. “Antigamente as pessoas precisavam se deslocar para um local físico onde o leilão acontecia. Hoje, existem leilões que acontecem na internet. Sem sair de casa, pequenos investidores de todo Brasil podem comprar imóveis com enormes descontos”, informa.

Com assessoria adequada os investidores podem ter lucros que variam de 50% a 100% sobre valor investido no imóvel arrematado. “É importante destacar que o leilão está disponível para diferentes bolsos de investidores. O segredo aqui para lucrar com esse tipo de negócio é saber aquilo que está fazendo”, orienta a advogada.

Após a arrematação, os investidores devem tomar providências legais para a desocupação do imóvel, fazer pequenas reformas, regularizar a documentação e colocar o bem adquirido à venda pelo preço de mercado. Como a compra do imóvel foi mais barato, o lucro é garantido, mesmo em tempos de crise.

Contudo, conforme pontuado pela especialista, se o comprador não tiver noções mínimas de como funciona um leilão de imóvel e o mercado imobiliário ou não estiver assessorado, o risco de prejuízos é enorme.

“Vão de problemas com a documentação, pendências judiciais, erros de procedimentos, passando pela possibilidade de o imóvel ainda estar ocupado, sem esquecer-se das condições físicas em que este se encontra, e ainda da possibilidade do leilão ser anulado por alguma irregularidade cometida do curso do processo de execução, motivo pelo qual o investidor pode ter prejuízo, tendo em vista que o dinheiro investido poderá ficar ‘preso’ em um processo por um bom período”.

A dica da advogada é simples: quem é leigo não deve entrar em leilão. “A chance de entrar em uma fria é grande”, alerta. “Para realmente achar pechinchas em leilões é fundamental ser profissional no assunto ou ao menos contar com uma boa assessoria jurídica especializada”, completa Caroline.

Riscos

Nesse sentido, embora leilões gerem oportunidades, ofertando imóveis abaixo do valor de mercado, a chance de um leigo entrar em uma cilada é grande, como, por exemplo, arrematar um imóvel ocupado e não conseguir se livrar do ocupante. Essa situação é bastante comum em imóveis que vão a leilão, pois o ocupante pode entrar com recursos e até mesmo a execução do imóvel pode ser discutida na Justiça. Com isso, a desocupação pode se arrastar por anos e acabar com seus planos de lucrar com aquela propriedade. “Imóveis ocupados costumam ter preço mais em conta, mas o tiro pode sair pela culatra”.

Outro exemplo é não visitar o imóvel e comprar um produto de má qualidade. “Quem não visita o imóvel corre o risco de comprar o pior apartamento do prédio ou um imóvel com uma localização aparentemente boa, mas cheia de problemas para quem olha mais de perto. Contudo, se comprar um produto ruim, o investidor terá dificuldade de revendê-lo, e vai ter que ficar pagando condomínio, IPTU e despesas de manutenção. No fim das contas, o preço mais baixo do leilão não compensará”.

A advogada orienta ainda que os compradores devem ficar atentos aos imóveis com pendências judiciais a ser resolvidas. “Fator esse muito difícil de um leigo saber antes da arrematação”.

E, por fim, ficar empolgado e pagar mais caro do que deveria é sem dúvida um risco grande de prejuízo, isso porque alguém menos experiente pode acabar se entusiasmando na hora e dar um lance maior do que deveria, acabando com o principal atrativo dos leilões de imóveis, que é o preço. “Importante ressaltar que além do preço pago pelo bem, ao estipular seu lance máximo o investidor deve levar em conta os outros custos envolvidos na compra de um imóvel, como os impostos e a taxa de registro”.

Mas, se souber como atuar em certas oportunidades, a revenda de um imóvel comprado em leilão pode ser altamente rentável.

“Por essas e outras razões, é sempre bom contar com uma assessoria especializada em leilões de imóveis. A ajuda de um bom profissional ajudará a diminuir os riscos de prejuízos com esse tipo de investimento. Esta assessoria consiste não somente na análise da documentação e edital, como também em todos os trâmites necessários após a arrematação até a imissão na posse da propriedade, além do que, se a oportunidade de leilão não for viável, este profissional com certeza lhe alertará sobre todos os riscos com esta arrematação, ele é quem vai encontrar problemas ou garantir que o imóvel é um bom investimento”, finaliza a advogada Caroline Maria dos Anjos Marins.

 

FONTEDA REDAÇÃO | GRUPO IMPACTO
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