Conforme prometido na coluna publicada na edição anterior vamos falar sobre a harmonização de vinho com pratos simples, do dia a dia.
O objetivo é desmistificar o consumo do vinho mostrando que a bebida pode ser consumida todos os dias, sem qualquer cerimônia e que os pratos do dia a dia ficam mais saborosos (e até mais saudáveis) se forem acompanhados de vinho.
Sei que você pode dizer que não dá pra almoçar tomando vinho. Concordo, mas no jantar o vinho fica muito bem.
A regra básica para qualquer harmonização é combinar pratos simples, com vinhos simples e pratos mais sofisticados, com vinhos complexos. Isso porque deve haver um equilíbrio entre um e outro, de modo que o prato não se sobreponha e anule o sabor do vinho e vice-versa. Dessa forma um vai destacar o sabor do outro.
Seguindo essa regra básica a harmonização do nosso bom e velho bife, arroz e feijão deve ser feita com um vinho simples. Mas não é porque o vinho é simples e com preço acessível que deve ser ruim.
O que é um vinho simples? É um vinho que o próprio produtor faz para ser bebido jovem, aquele vinho de entrada da vinícola, ou seja, o vinho mais básico e barato produzido por ela.
O segredo para comprar um bom vinho simples é escolher um vinho de uma vinícola que é referência na produção de vinhos afamados, pois se o produtor preza pela sua marca ao produzir vinhos caros, não vai queimar o seu nome fazendo vinhos simples de baixa qualidade.
Para combinar com nosso feijão, arroz e bife minha dica é escolher um vinho produzido com a uva Merlot, jovem (veja pela safra que deve ser recente), sem ou com pouco tempo de madeira, de médio corpo, fresco, bem frutado, seco, com boa acidez e taninos domados. Um Merlot da Serra Gaúcha é uma dica certeira.
Também pode ser um Cabernet Sauvignon chileno, com as mesmas características: jovem, despojado, fresco e frutado.
Se sobrar vinho na garrafa pode guardar na porta da geladeira por 3 a 4 dias, fechando com a própria rolha. Se tiver um vacum vin, que é um equipamento simples, feito de plástico, que retira o ar da garrafa e veda a boca da garrafa, melhor.
SUGESTÃO
Merlot, Origem, Casa Valduga, 2018. Vinho de entrada da vinícola, bem feito, frutado, de médio corpo.
Preço médio: R$ 50,00
Cabernet Sauvignon, Santa Carolina, reserva, 2017, Chile. Vinho simples, frutado, com nuances de madeira, agradável, e fácil de encontrar nos supermercados.
Preço médio: R$ 50,00