
Atentos ao alcance global do coronavírus, adamantinenses têm se mostrado preocupados com a epidemia chinesa e já buscam métodos de prevenção. De acordo com o a farmacêutica Rosileyne Robler Stechi, da Nativa Farma, as vendas de máscaras respiratórias refletem essa tendência, com alta exponencial de janeiro a março em comparação ao mesmo período de anos anteriores.
Neste sentido, segundo a profissional, as vendas tiveram destaque expressivo. O estabelecimento farmacêutico registrou aumento de 80% no volume de vendas das máscaras.
“Não me lembro de termos vendido tantas máscaras respiratórias. No ano passado este item não registrou crescimento, as vendas eram estáveis. Após o anúncio do coronavírus no país, a comercialização foi impulsionada gradualmente, conforme era contabilizado o aumento do número de pessoas doentes. Isto fez com que atingisse este aumento tão significativo”, explica à farmacêutica.
Ela pontua que o produto já está em falta na farmácia em que trabalha, panorama comum em outros estabelecimentos do Município. “As próprias distribuidoras não têm mais o produto para oferecer”, pontua.
Outra importante categoria de itens de prevenção, a dos antissépticos para as mãos – classe de produtos que inclui o álcool em gel, também teve aumento significativo se comparado ao primeiro mês do ano passado. Na Nativa Farma, o produto também registrou alta de 80% entre janeiro e março de 2020. Os clientes e pacientes do estabelecimento serão orientados a manipular o produto, caso falte nas prateleiras. Em média o álcool em gel varia entre R$ 5 a R$ 18, dependendo da marca e quantidade.
Wellington Alves Golçalves, farmacêutico e proprietário da farmácia Poupe Aqui em Adamantina, afirma que o aumento, tanto de máscara quanto de álcool em gel, foi de 40% em seu estabelecimento. Segundo ele, as máscaras estão em falta, alta registrada principalmente nos últimos 20 dias.
A escassez de álcool e máscaras preocupa principalmente aqueles que fazem parte dos grupos de risco da doença, como idosos e crianças. A compra dos itens é um passo importante para a prevenção do Covid-19, mas, para completá-la, o Ministério da Saúde alerta que lavar sempre as mãos ao longo do dia, cobrir o nariz e a boca ao espirrar e tossir, não compartilhar objetos de uso pessoal e manter ambientes bem ventilados são alguns exemplos que colaboram para o aumento do vírus.
MINISTÉRIO DA SAÚDE
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, acredita que o Brasil deve viver semanas “duras”devido à transmissão comunitária do coronavírus. Na quarta-feira (11), Mandetta afirmou que reuniu sua equipe no último fim de semana para mapear hospitais e a capacidade de atendimento em todo o país. “Vamos passar por isso. Vai ser duro. Vão ser mais ou menos umas 20 semanas duras”, disse Mandetta.
Nesta quinta-feira (12), o Governo Federal apresentou novos dados sobre a situação do coronavírus no Brasil. Até o fechamento desta edição, a pasta confirma 77 casos da doença.
Os casos suspeitos saltaram de 930 para 1.422, um aumento de 50% em menos de um dia. São Paulo também lidera nesse grupo (704), seguido por Minas Gerais (117), Distrito Federal (82), Rio de Janeiro (76) e Santa Catarina (73).
PANDEMIA
Na quarta-feira (11), a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou pandemia de coronavírus. O termo é utilizado quando uma epidemia – grande surto que afeta uma região – se espalha por diferentes continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa. Atualmente, há mais de 115 países com casos declarados da infecção.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu para os países redobrarem o comprometimento conta a doença.