O isolamento social decretado em função dessa pandemia da Covid-19 gerou inúmeras mudanças. Esse nosso mundo real, físico, que vinha mudando aos poucos, de repente mudou definitivamente. Na semana em que o Governo Estadual divulga o Plano de Educação para São Paulo, que patenteia a diminuição do protagonismo do ensino presencial, é bom refletir sobre o assunto.
Nada fácil para os famosos “jurássicos”. Eu, nesse meio. E como professora, vinha já me adequando a uma série de quesitos sobre as Metodologias Ativas e Tecnologias da Informação e Comunicação aplicadas à educação. Mas apenas isso não era suficiente. Foi preciso, em poucas semanas, aprendermos a lidar com novas plataformas de ensino, desenvolvermos as habilidades para aulas síncronas e assíncronas e entrarmos nesse novo mundo da educação a distância. Até porque ela chegou para ficar.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Daí ser fundamental conhecer um pouco mais e melhor sobre esse novo estilo de lecionar. Que na verdade não é tão novo assim e vem sendo discutido há décadas.
Ao estudar fomos obrigados a repensar essa nova relação professor/aluno. Quem são nossos alunos, como se comportam? Qual é a relação desses jovens com a informação e com o conhecimento?
Na verdade, o papel do professor que ensinava o “passo a passo” se modificou com as Metodologias Ativas e Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Há agora um sentido colaborativo entre docentes e discentes. A busca pelo conhecimento deve partir de cada indivíduo. A infinita facilidade e disponibilidade de informações na web transformam o aprendiz em sujeitos ativos, interagindo com professores mediadores.
São muitos os nossos desafios já que bons métodos ativos possuem como características incentivar debates e construção coletiva, trabalhar com diversidade de estratégia e de recursos, ser interdisciplinar, ser desafiador, ser interativo, explorar diferentes gêneros textuais, trabalhar com diferentes linguagens, incentivar a comunicação, …ufa!
Mas também nossos alunos devem se adaptar a esse novo modelo de aprendizagem. E na verdade todos temos que nos reeducar. Nessa nova era a informação é relevante, mas não tanto quanto o conhecimento. E só o conhecimento real pode levar à visão crítica da realidade possibilitando análises de situações pelos mais diversos ângulos e de forma profunda evitando assim conclusões equivocadas e ações desastrosas.
O mundo impõe novos desafios. A Educação impõe a nós professores desafios ainda maiores. Somos os responsáveis por educar nessa nova era. Se o Mundo mudou, é preciso mudar com ele. Porque realmente, ele nunca mais será o mesmo. E nós professores teremos um papel fundamental nesse novo normal.
MAIS SOBRE O ASSUNTO?
Dicas de leitura: “Metodologias Ativas para uma Educação Inovadora”, de Lilian Bacich e José Moran; “A Sala de Aula Inovadora”, de Fausto Camargo e Thuinie Daros. Ouça o Podcast “Paideia Digital” sobre Educação, em que entrevisto a pedagoga Silvia Almeida sobre esse tema.