As mulheres foram as mais afetadas pela crise econômica, por conta da diminuição do emprego doméstico e queda de vagas em setores especialmente prejudicados pela pandemia de Covid-19, como comércio e serviços, onde a participação delas é intensa.
Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) apontam que, de abril a julho, Adamantina registrou saldo negativo de 345 empregos, entre contratações e demissões de carteira assinada. Se considerar apenas os postos de trabalhos de mulheres, o déficit na cidade vai para 348, já que no período o saldo entre homens admitidos e dispensados ficou positivo em três.
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No início de agosto, a Secretaria da Mulher da Câmara Federal junto com o ONU Mulheres, programa das Nações Unidas para as questões femininas, promoveram debate virtual sobre os problemas econômicos decorrentes da pandemia do coronavírus que atingem mais diretamente a população feminina. A situação de Adamantina representa o panorama nacional. “Tivemos um aumento da sobrecarga de trabalho doméstico, um aumento da violência em todos os países centrais do mundo e a demissão de mais de 7 milhões de mulheres no Brasil”, destacou a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA).
O presidente do Sincomercio Nova Alta Paulista (Sindicato do Comércio Varejista), Sérgio Vanderlei, pontua que o público feminino é a principal mão de obra do comércio, que vem sendo afetado diretamente pelas restrições da pandemia. Atualmente os estabelecimentos comerciais de Adamantina podem funcionar apenas das 14h às 18h.
“Em alguns casos as mulheres representam a complementação da renda familiar. Já em outros casos as mulheres são a única fonte de renda com o seu trabalho”, ressalta o presidente do Sincomercio, Sérgio Vanderlei.
E os números do Caged também comprovam o impacto da pandemia para o comércio. O grupo de trabalho “vendedores do comércio em lojas e mercados” representa o maior déficit de emprego em Adamantina: menos 143 postos no ano. Outro setor com saldo negativo em 2020 é o da indústria, que na cidade tem participação importante das confecções, onde as mulheres são maiorias.
“São dados preocupantes que mostram o quanto as medidas impostas pelo Governo do Estado para a nossa região estão equivocadas. As questões sanitárias são demasiadamente importantes, mas as questões econômicas deveriam ter o mesmo grau de preocupação nesta pandemia”.
EMPREGO EM ADAMANTINA
De abril a julho
MULHERES
Admissões: 215
Demissões: 563
Saldo: -348
HOMENS
Admissões: 610
Demissões: 607
Saldo: 3