A fase mais restritiva do Plano São Paulo, a emergencial, não surtiu o feito esperado em Adamantina. No período de 28 dias em que esteve em vigor, a cidade registou aumento na quantidade de casos e o número de internações se manteve em alta, com quase a totalidade dos dias com 100% de ocupação nos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e de enfermaria da Santa Casa local.
A fase emergencial foi decretada desde o dia 15 de março para frear o aumento de casos e mortes por covid-19 e reduzir a sobrecarga em hospitais públicos e particulares. O recrudescimento da pandemia exigiu prorrogação na medida no dia 26 de março, com término no último dia 11.
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Neste período, o Estado apresentou decréscimo de 17,7% em novas internações e de 0,5% ao dia em UTIs para pacientes moderados e graves com coronavírus. Já Adamantina viu aumentar a quantidade de hospitalizações, sendo que em 16 de março foi ampliado o número de leitos de UTI. O hospital também recebe pacientes de outras cidades, mas os internados de Adamantina ocuparam, na maioria dos dias, pelo menos a metade das vagas disponíveis.
AUMENTO DE CASOS
Em relação a quantidade de casos, a cidade confirmou 429 casos positivos, uma média de 15,32 novos registros por dia. Foram 13 mortes em 28 dias.
Se considerar a quinzena anterior da etapa emergencial em que todo o Estado estava inserido na fase vermelha, com regras até então mais rígidas, o aumento de casos é ainda mais impactante. De 1º a 15 de março, Adamantina teve média de 10,07 casos por dia.
Em fevereiro, a média diária foi de 13,53 novos registros, com 12 mortes, e, em janeiro, 13,96 casos por dia e cinco mortes, no mês.
POPULAÇÃO NÃO CUMPRE ORIENTAÇÕES
Diante do cenário de aumento, o IMPACTO questionou a Secretaria de Saúde sobre a efetividade das medidas adotados pelo Estado e seguidas pela Prefeitura.
“Tais medidas citadas ainda não surtem efeito em face do não cumprimento das orientações por parte da população, e que mesmo positivas ou comunicantes e monitoradas, insistem em circular por outros ambientes, realizar festas, churrascos, reuniões familiares, entre outros, o que favorece o aumento do número de casos e prejudica a eficácia das medidas impostas pelo poder público”, pontua a pasta.
Ainda, segundo a nota, a Secretaria de Saúde busca todas as formas possíveis com o objetivo de diminuir a transmissão do vírus e, em casos necessários, prestar o atendimento com o objetivo de tratar e recuperar as pessoas que são acometidas pela doença.
“Para isso, desde o mês de maio de 2020 implantou a Central de Atendimento Covid, onde os pacientes procuram atendimento em casos de suspeita de síndrome respiratória, de segunda a segunda, durante todo o dia. A pasta vem adquirindo constantemente exames, com o objetivo de uma detecção precoce da doença, objetivando um cuidado mais precoce dos sintomas, buscando evitar dessa forma o agravamento dos casos, concomitantemente há a Central de Monitoramento, onde os profissionais fazem o acompanhamento, através de telefone (telemedicina) dos casos positivos. Em parceria com a Santa Casa local, foram implantados 12 leitos de enfermaria e mais 10 leitos de UTI (9 SUS e um particular) exclusivos para pacientes com covid”, se posiciona.
A Secretaria da Saúde diz que reforça sempre as orientações de distanciamento social, uso de máscaras, higienização das mãos, entre outras ações, através das mídias disponíveis e dos profissionais de saúde durante a rotina de trabalho. “Contudo, salienta que a responsabilidade para o controle dessa doença é de todos, o poder público fazendo a parte que lhe cabe e a população respeitando as orientações, seguindo-as à risca, principalmente nesta fase mais restritiva. Só desta forma será possível vislumbrar dias melhores”, finaliza.
COVID-19 EM ADAMANTINA
JANEIRO | 433 casos positivos | 5 mortes
FEVEREIRO | 379 casos positivos | 12 mortes
MARÇO | Fase vermelha (1º ao dia 14) | 141 casos positivos | 11 mortes
MARÇO E ABRIL | Fase emergencial (15 de março a 11 de abril) | 429 casos positivos | 13 mortes
ABRIL | Fase vermelha (12 a 14 de abril) | 50 casos positivos | 2 mortes