Nunca se falou tanto sobre a influência e o reconhecimento da cultura negra no Brasil. Felizmente, hoje em dia, o assunto está em pauta em muitos lugares, sobretudo nos meios de comunicação e na promoção de debates que visam conscientizar as pessoas sobre o papel dos afrodescendentes na construção do país que temos hoje.
Neste sentido, Adamantina já se tornou referência no assunto, com diversas ações e trabalhos, tanto no setor público e privado.
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Casa Afro
A Casa Afro será implantada no Antigo Centro Comunitário do Jardim Primavera, com o objetivo de levar desenvolvimento social e econômico por meio de políticas públicas que levam qualificação profissional para os jovens e para qualificar a beleza negra.
O espaço ainda deve ser usado para o desenvolvimento de oficinas de samba, capoeira e de todo cultura afro-brasileira para trabalhar a economia criativa e enfrentar o racismo.
Grupo Gangazumba
O Gangazumba é um grupo de Cultura Negra sem fins lucrativos, composto por voluntários, que visa atender com equidade as necessidades sócio-culturais da comunidade negra e não-negra através da educação, cultura e informações que possam ser importantes para a formação moral, ética e social de um indivíduo. Realiza eventos como debates e seminários, mostras e oficinas culturais e esportivas voltados a cultura Afrobrasileira com a intenção de diminuir o abismo cultural e social entre a esta cultura e outras.
Transição capilar
A adamantinense Gisele Silva é pioneira na região especialista em cabelos reais, formada pela Escola do Cabelo Real – método Bruno Dantte.
Ela começou a atuar na área após sua própria transição capilar. Na época, encontrou dificuldade em encontrar profissionais especializados e resolveu se aprofundar no tema, com o objetivo de empoderar as mulheres com a aceitação e identidade de seus cabelos.
Gisele trabalha com crespos, cacheados e encaracolados no corte, tratamento e indicação de produtos específicos.
Tranças e dreads
Adamantina conta também com uma trancista e dreadmaker que atende clientes de toda a região. Mabi Fernandes Bonfadini explica que as tranças são feitas a centenas de anos por tribos da África e Índia, alguns como costume local, para manter os fios no lugar. Elas foram trazidas no início do século XV, com a escravidão das sociedades africanas. “O cabelo exerceu a importante função de condutor de mensagens, como a trança rasteira, usada para registrar mapas em seus desenhos e formatos e para guardar sementes de alimentos que seriam plantadas no lugar que fossem residir, na maioria das vezes após uma fuga dos escravizados”, conta.
O mundo das tranças e dreads tem milhares de formas e modelos, mas o poder principalmente deles é a resistência que traz junto à história, que muitas vezes é apagada ao se falar dessa estética. “Podemos sim ver como essa cultura de trançar os cabelos vem crescendo, mas temos que visar à importância de sua origem. Que nossa sociedade se encha cada dia mais da história e da beleza que nosso povo tem e que nossos jovens saibam de onde vieram e se orgulhem, que se amem com sua estética”, ressalta Mabi.
Movimento Wakanda
O movimento Wakanda Rotária surgiu da necessidade da união de lideranças negras dentro da família rotária, trazendo conhecimentos ancestrais, vivências, apoio, refúgio e novas oportunidades.
Em Adamantina, esse movimento do Rotaract Club está desenvolvendo parcerias e eventos.
“Que os jovens percebam que podem mudar a realidade de muitos outros e mudar suas próprias vidas, assim como aconteceu comigo”, afirma Natália Lopes, tesoureira do Rotaract Club de Adamantina e Co-Fundadora do movimento Wakanda Rotária.