Além da apresentação de Fafá de Belém, outro destaque da programação da Virada SP em Adamantina é o cantor Odair José, no dia 14, às 11h, no Parque dos Pioneiros.
Quem já passou dos 30 anos se lembra. Ele surgiu no cenário musical brasileiro na rica década de 70 como um furacão. Odair José, o cantor da pílula; o terror da empregadas, o Bob Dylan da Central do Brasil. Estes foram algumas das expressões criadas pelos jornalistas da época para tentar definir o então novo fenômeno. Contudo, nenhum dos epítetos criados pela imprensa – e foram tantos que alguns até se perderam no tempo -, consegue traduzir o que realmente significa Odair José. A melhor tradução é do próprio Odair: “um cantor, compositor e músico, mas, acima de tudo, um artista totalmente identificado com a cultura popular brasileira”.
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De uma maneira ou outra, Odair José pode ser traduzido também como um dos maiores vendedores de discos do País nas últimas três décadas e meia. Compositor de melodias simples e letras diretas, com seu trabalho ele trouxe o cotidiano do povo para dentro da música brasileira, para os discos, as estações de rádio e televisão, contribuindo de maneira decisiva para uma significativa mudança comportamental na sociedade brasileira como um todo.
A maior característica de seu trabalho é retratar os conflitos e o amor em sua face mais real, ou seja, da paixão ao sexo, até então tabu, principalmente entre os compositores de maior apelo popular. Sobretudo aquele amor e sexo proibidos, dos prostíbulos, dos amantes escondidos em um quarto qualquer num dos cantos da cidade. O resultado disso foi uma enorme empatia com a massa e milhões de discos vendidos numa época em que as vendas ainda estavam restritas ao universo dos milhares.
Seu estilo objetivo, franco e a sua linguagem simples e direta, de fácil compreensão e assimilação criou um novo caminho na música brasileira e acabou influenciando uma geração de novos artistas que ainda hoje buscam inspiração em seu trabalho.