Desde quando foi eleito para deputado estadual em 2006, Reinaldo Alguz (PV) vem buscando unidade política para o desenvolvimento regional. Passados 13 anos, e no quarto mandato, o parlamentar ainda almeja a união das cidades da Alta Paulista em torno de um projeto comum que resulte em crescimento.
Atualmente o grande apoiador é Enrico Misasi (PV), eleito no ano passado como deputado federal. O jovem, de 25 anos, anunciou na última semana R$ 800 mil para reforma do Pronto Socorro da Santa Casa de Adamantina, em um projeto que envolve cerca de R$ 5 milhões de investimentos visando, novamente, a efetivação da unidade política, agora com foco na área da saúde.
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Nos últimos anos, os parlamentares do Partido Verde destinaram para Santa Casa de Adamantina R$ 455 mil para reforma da ala feminina, que está em execução, R$ 800 mil para melhorias no setor masculino, em tramitação junto à Caixa Federal, e mais R$ 195 mil para compra de equipamentos. Com o novo anúncio, os investimentos chegam à R$ 2,25 milhões no hospital local.
Em entrevista exclusiva ao IMPACTO, os deputados destacaram que o trabalho visa proporcionar uma estrutura adequada para validação do curso de Medicina, da UniFAI (Centro Universitário de Adamantina). Para isso destinaram também R$ 500 mil para Santa Casa de Lucélia e outros R$ 1,15 milhão para o hospital de Flórida Paulista (R$ 450 mil já destinado e, na segunda-feira (14), foi anunciado mais R$ 700 mil), resultando na formação de polo regional de saúde. Há ainda um recurso de R$ 900 mil, em andamento, para compra de equipamentos pela autarquia municipal para a graduação de Saúde.
“Além de cuidar da vida, que é prioridade, Medicina também gera desenvolvimento. Se investimos nas Santas Casas, o curso de Medicina se fortalece, transformando a região e proporcionando desenvolvimento para as cidades”, pontua Alguz.
POLO REGIONAL DE SAÚDE
O projeto dos deputados do Partido Verde envolve a efetivação de dois polos de saúde na Nova Alta Paulista, um formado por Adamantina, Lucélia e Flórida Paulista e outro composto por Dracena, Tupi Paulista e Junqueirópolis. As duas maiores cidades possuem cursos de Medicina, que para os parlamentares poderão ser responsáveis pela transformação regional, aliados, claro, a mudança de mentalidade política dos gestores municipais.
“Sempre falei em minha campanha que é a unidade que fará a região crescer. Antes, era o café, algodão e amendoim que nos unia. Tínhamos uma unidade econômica, que não existe mais. Agora, a única saída que temos é uma unidade política, e isso acontecerá quando pararmos de criticar. Temos que unir, estamos em crise, não tem retorno, há uma necessidade e única saída que vejo é a política, não ficar se digladiando entre grupos, situação que não gera desenvolvimento. Penso em unir os três hospitais [Adamantina, Lucélia e Flórida Paulista] para que aqui se transforme em polo de medicina regional, que atraia outras regiões”, disse o parlamentar estadual.
Segundo Alguz, o momento atual de crise possibilita a tão almejada união, como alcançado das duas principais instituições de ensino superior da região: UniFAI e Unifadra. “Temos mais de R$ 5 milhões em emenda, quando houve esse investimento na região? Exemplo desta unidade coloco a UniFAI e a Unifadra. As duas faculdades se uniram para sair uma faculdade de Medicina aqui em Adamantina, o que incentivou sair outra em Dracena, os dois centros de ensino atrairiam outros tipos de profissionais, conseguiriam fazer daqui um polo mais forte que viabilizariam os cursos. O mesmo projeto estamos desenvolvimento em Junqueirópolis, Tupi Paulista e Dracena. Temos que parar de olhar para os dois polos como concorrentes, temos que descobrir suas vocações, o que vamos fazer? Estamos indo atrás para buscar soluções”, pontua.
O DESENVOLVIMENTO PODE PASSAR
Além do projeto envolvendo as unidades de saúde, outro foco do trabalho dos parlamentares vem sendo a retomada da ferrovia, ligando o porto de Santos à Panorama. A empresa concessionária da via já anunciou investimento de R$ 7 bilhões para colocar o trecho em funcionamento, caso há a prorrogação antecipada da concessão.
Os parlamentares vêm se articulando, principalmente na esfera federal, para efetivação da proposta. “Diziam que era algo eleitoreiro, mas está faltando apenas o parecer do TCU [Tribunal de Contas da União]. A empresa já se comprometeu a investir R$ 7 bilhões. Será uma transformação. Estamos ligando Panorama com o porto de Santos, de fora a fora. Se essa unidade política não acontecer, iremos ver mercadoria passando porque nós não nos unimos politicamente”, alerta Alguz.
PROJETO POLÍTICO
Em efetivação desta tão falada, e sonhada, unidade é necessário a formação de grupo político. Com olhar voltado para 2020, os dois deputados iniciaram no último fim de semana visitas políticas em municípios da região. O objetivo é fortalecer o Partido Verde no estado de São Paulo, que já foi considerado a terceira força.
“O Partido Verde está em um processo interno de mudança. Recentemente fui eleito vice-presidente da legenda no Estado e, agora, começamos a fazer um trabalho de construção de todo o partido. O que está me surpreendendo é a quantidade de municípios que vêm nos procurando, para trabalhar comigo e Enrico Misasi, é acima da expectativa”, destaca Reinaldo Alguz.
“Só para acrescentar a dimensão desta oportunidade, vivemos um período que se abrirmos todos os dias os jornais encontraremos uma pauta ambiental. Vemos agora o óleo vazado no Nordeste, o problema da Amazônia, então é um momento que o Partido Verde tem tudo para protagonizar o debate, situação que não era assim um tempo atrás. Estamos vivendo um período, para o mal ou para o bem, que o tema que é a nossa grande bandeira está muito em voga”, complementa Enrico Misasi.
Para o próximo ano, com a proibição de coligações na disputada de vereadores, o Partido Verde pretende lançar chapa na maioria das cidades paulistas. “Hoje só tem eu como deputado estadual, mas na última eleição fizemos coeficiente eleitoral para eleger três parlamentares. Como estávamos em uma coligação, outros deputados foram eleitos com nossos votos e nos dispensamos 78 candidatos, se não me engano, o que daria mais um, então teríamos uma bancada de quatro. O reduto eleitoral que temos é de quatro deputados estaduais”, explica Alguz.
SITUAÇÃO POLÍTICA
Mesmo em um partido sem tanta representatividade no cenário político estadual e federal, os deputados do PV contribuem para solução das demandas regionais, conforme pontuado pelo prefeito de Adamantina, Márcio Cardim (DEM), durante o anúncio de R$ 800 mil para reforma do Pronto Socorro local na sexta-feira (11).
“Graças ao apoio do deputado [Enrico Misasi], com articulação junto ao Governo Federal, conseguiremos colocar o CIS [Centro Integrado de Saúde] em funcionamento no prédio da UPA [Unidade de Pronto Atendimento]. São cerca de R$ 4 milhões, entre prédio e equipamentos, que podem ser colocados na conta dos parlamentares, que trabalham em conjunto com o Município para viabilizar a nova estrutura. Também podemos citar a cessão onerosa [do pré-sal], que também resultará em mais de R$ 2 milhões em recursos para nossa cidade”, disse o gestor municipal. O rateio de parte dos recursos do leilão de petróleo do pré-sal (cessão onerosa) foi aprovado pelos deputados federais no último dia 9.