A falta de planejamento no trânsito incomoda motoristas, pedestres e ciclistas. Os problemas nascem e crescem na desorganização urbana, na falta de um projeto viário definitivo capaz de mudar radicalmente o trânsito em Adamantina. Mas, até quando isso vai continuar assim?
Em 70 anos, a cidade viu sua população crescer, se tornar polo de educação – atraindo estudantes de diversas partes do país – e se consolidar como principal referência regional no comércio. Porém, a estrutura viária do Município continua antiga, trazendo diversos problemas e dores de cabeça aos motoristas.
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Exemplo desta falta de planejamento é o tráfego na avenida Deputado Cunha Bueno. Um morador da via, que se tornou uma das principais ligações entre o centro da cidade e a região oeste, a que mais cresce habitacionalmente em Adamantina, protocolou pedido de melhorias para o controle de velocidade.
Segundo ele, a maioria dos moradores da avenida, próximo à sede do Acrea, é idosa, o que traz preocupação devido a velocidade que os motoristas passam pelo trecho.
“A cidade cresceu bastante no lado oeste. Em consequência, agora ao trânsito é muito intenso neste trecho da Cunha Bueno, via preferencial, onde, de certo modo, há um ‘tobogã’ no qual os carros passam a altíssima velocidade. Parte das motos chega a 100 km/h, sendo que a sinalização estipula máxima de 30 km/h. Nos períodos de aula a situação é caótica. A Avenida dá acesso a muitas escolas”, consta no requerimento protocolado pelo morador Mauro Cardin.
Ainda, segundo o documento, o trecho é um dos principais locais que necessita de estudos e ações da Prefeitura de Adamantina. ”Mesmo numa cidade em que o trânsito apresenta imensos problemas, é difícil imaginar local em que a presença do poder publico se faça mais urgente. Uma moto a alta velocidade num declive, ao colidir com um carro saindo da garagem, tende a arremessar seu condutor para outro lado do veículo; tragédia que, felizmente, ainda não aconteceu, mas que o dia a dia mostra ser possível ocorrer a qualquer momento”, pontua.
O morador pede que a interferência da Prefeitura seja realizada no trecho entre as ruas Duque de Caxias e Hermenegildo Romanini, podendo ser a instalação de redutor de velocidade ou de câmeras. “A equipe técnica da Administração Municipal que tem que avaliar qual a melhor alternativa para o local”.
Cobranças relacionadas ao trânsito de Adamantina são recorrentes. Informais, por meio das redes sociais, ou até mesmo oficializadas pelos vereadores em requerimentos ou indicações, os pedidos de melhorias vão desde melhorias no sistema viário até pedidos mais simples, como a sinalização de ruas.
Na última sessão ordinária, realizada em 3 de junho, o vereador Aguinaldo Pires Galvão (DEM) solicitou a instalação de três lombofaixas: avenida Capitão José Antônio de Oliveira (em frente ao Supermercado Godoy), avenida das Rosas (em frente ao Supermercado Mituo) e na avenida Rio Branco (nas proximidades da escola Fleurides Cavallini Menechino).
Já o vereador Alcio Ikeda (Podemos) pediu melhorias no Residencial Novo Horizonte: pintura de pare, estipulação de quilometragem máxima, entre outras solicitações.
Entidades como Sincomercio Nova Alta Paulista (Sindicato Patronal do Comércio Varejista) e AEAANAP (Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos da Nova Alta Paulista) também já formalizaram diversas cobranças ao Poder Executivo, principalmente relacionadas ao centro da cidade. Tais mudanças favoreceriam o comércio, principal empregador de mulheres e jovens.
Entre os entraves apontados pelo presidente do Sincomercio Nova Alta Paulista, Sérgio Vanderlei, está o cruzamento da rua Deputado Salles Filho com a avenida Rio Branco. “É uma das nossas principais preocupações, porém nada é feito de concreto para melhorar o trânsito no centro da cidade. Especialistas já se prontificaram a ajudar, por meio da Associação dos Engenheiros, se colocaram a disposição para realizar estudo em busca de resolver os problemas, mas nada é feito por parte do poder público”.