Como fazemos com qualquer outro alimento ao degustarmos um vinho utilizamos os sentidos que capturam os estímulos sensoriais emitidos pela boca, nariz e visão.
Assim, ao bebermos tipos distintos de vinho, percebemos que cada um provoca uma sensação diferente em nossa boca. Uns são mais leves, outros mais densos e pesados.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
No mundo do vinho, a essa sensação dá-se o nome de “corpo do vinho”, de modo que é possível classificar os vinhos por estilo, em vinhos de corpo leve, médio e encorpado.
O corpo, portanto, retrata a intensidade do sabor, o peso e a estrutura do vinho que se sente na boca.
São vários os fatores que influenciam o corpo do vinho, mas o principal é o tipo da uva utilizado na sua fabricação.
Entre os tintos a estrela dos vinhos leves e vibrantes é a uva Pinot Noir, contudo outras uvas também podem produzir vinhos nesse estilo, como é o caso da Gamay, cultivada predominantemente na França e da qual se produz o clássico vinho Beaujolais.
Os vinhos leves são frutados e perfumados, com taninos baixos, por isso são fáceis de beber.
Além da Pinot Noir e da Gamay, vinhos produzidos com a casta Cabernet Franc também costuma resultar em bebidas de corpo leve.
São geralmente vinhos que devem ser consumidos jovens, aproveitando-se melhor o seu potencial quando degustados ligeiramente gelados, sendo ótimos para acompanhar carnes leves, saladas e pratos condimentados.
A região de Borgonha, na França, oferece grande variedade de estilos de vinho de corpo leve. O Chile também produz bons PInot Noirs, a preços convidativos.
Porém, se você desejar um vinho mais intenso, mas não tão encorpado, pode optar por aqueles classificados como de “corpo médio”.
Os vinhos de corpo médio que mais se destacam são os produzidos com a uva Merlot, mas há uma variedade de castas que resultam em vinhos com essa característica: Carménére, Barbera, Carignan, Sangiovese, Grenache, etc., bem como vinhos de corte, como os famosos Valpolicella e Chianti italianos.
Esses vinhos são chamados de “vinhos gastronômicos” porque harmonizam bem com uma grande variedade de pratos em razão de apresentarem taninos domados e aveludados e podem ou não passarem por madeira.
Uma boa opção para experimentar vinho de médio corpo a preço acessível é degustar um Merlot nacional ou um Carménere chileno produzidos por vinícolas reconhecidas.
Na outra ponta temos os vinhos densos e ricos, chamados de “encorpados”, cuja rainha das uvas deste estilo é a Cabernet Sauvignon.
Os vinhos encorpados apresentam alto teor de taninos, são intensos e marcantes, de cor mais escura, aromas intensos de frutas negras, café, chocolate, tabaco, etc. Geralmente são vinhos que pedem um tempo de guarda.
Os Malbecs argentinos, encontrados facilmente nos supermercados e lojas do Brasil, também são vinhos encorpados, assim como aqueles produzidos com a uva Syrah, sobretudo os provenientes do Vale do Rhône, na França, da Austrália e da Califórnia, a Tannat, que se destaca nos vinhos produzidos no Uruguai e a Tempranillo, característica casta espanhola.
Mas se você deseja provar um vinho encorpado mundialmente famoso, não economize, vá direto a um Barolo, produzido com a uva Nebbiolo na região do Piemonte, Itália, que começam a ficar bons após pelo menos uma década de guarda.
Ah! não confunda “corpo” com teor alcoólico, pois há vinhos leves que apresentam altos teores.