Um esporte que exige equilíbrio e muita dedicação para manter-se em pé em cima de uma fita de nylon flexível e estreita: é o Slackline. Quem passa pelo Parque dos Pioneiros em Adamantina, nos finais de semana, pode reparar em um grupo andando sobre uma fita elástica amarrada entre duas árvores. Isso parece simples, mas a dificuldade se encontra nas manobras que os praticantes faz em cima da fita, e o que parece fácil torna-se impossível para quem nunca praticou.
Essa modalidade surgiu em meados dos anos 80 e começou como um passa tempo entre os escaladores que percorriam semanas em cima de montanhas.
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Charlie Hartin Oliveira de Godoy, 28 anos, morador de Osvaldo Cruz, é um dos praticantes deste esporte ainda pouco divulgado no Oeste Paulista, mas que chama muito a atenção pelas manobras exibidas e pelo equilíbrio de quem faz.
Hartin explica que conheceu o Slackline com um amigo quando ainda morava na capital paulista, “me apaixonei por causa da dificuldade que ele apresenta e também por ser um esporte diferente, que trabalha muito com o equilíbrio, disciplina e concentração”, diz. “Para pessoas que são agitadas como eu, esse é o melhor esporte, porque envolve a paciência e a determinação. Além disso, faz muito bem à saúde, alonga o corpo e trabalha músculos como pernas, glúteos e até o abdômen”, conclui.
Mesmo sendo pouco conhecido, o esporte chama a atenção e cresce cada vez mais. “Quando eu comecei a andar na fita éramos um único grupo pequeno e praticávamos no parque Villa Lobos. Atualmente nesse mesmo parque existem mais de 70 grupos com uma média de 5 pessoas por fita”, diz Charlie.
Segundo Hartin, qualquer um pode praticar o esporte, porém, é necessário ter persistência, que alias, é a palavra que define Slackline. “Como qualquer outro esporte, envolve muito sacrifício; você cai e se rala, muitas vezes fica com marcas, mas é preciso persistir. Persistência define todo o esporte. E a sensação de liberdade é algo inexplicável”, explica.
De acordo com Charlie, praticar Slackline trás muitos benefícios físicos e mentais, entre eles os mais exigidos são o equilíbrio, concentração, consciência corporal, velocidade de reação e coordenação. “Sem duvidas é um esporte completo, a única parte negativa é o preço do equipamento”, conta.
O equipamento utilizado geralmente é encontrado em sites especializados. Ainda segundo Charlie, nenhuma loja de Adamantina e região tem esse material à disposição. “É necessário apenas o kit de Slackline, que envolve uma fita e no mínimo duas catracas de tensão, entre um par de árvores. Uma fita com uma qualidade média, que aguenta em torno de 2 toneladas em tensão, e 120 quilos, tem um preço de aproximadamente R$ 800”, explica Charlie.
Modalidades
Trickline – É a modalidade mais conhecida e é praticada a mais ou menos 60 cm do chão e permite a realização de saltos e manobras. Esta modalidade exige preparo físico e principalmente bastante treino.
Longline – Realizada com fitas mais longas, as travessias são feitas geralmente em fitas de 30 metros ou mais. Esta modalidade também é realizada perto do chão e exige grande nível de concentração e equilíbrio do praticante.
Highline – A modalidade que é praticada no alto de montanhas, na parte mais alta das árvores e até mesmo entre prédios. Por ser praticado em alturas elevadas, exige muito conhecimento técnico em equipamentos de segurança, além de bom preparo físico e psicológico dos atletas.
Waterline – É o Slackline sobre a água. Pode ser praticado sobre piscinas, lagos, rios e na praia. Essa é a modalidade mais descontraída do esporte e por estar na água permite manobras mais elaboradas e arriscadas.
Dicas de uma iniciante para iniciantes
Para aqueles que nunca fizeram nada parecido com o Slackline, vai algumas dicas bem eficientes.
– Manter o olhar fixo num ponto à frente
– Manter os braços abertos e acima da altura dos ombros para trabalhar o equilíbrio
– Flexionar levemente os joelhos, com a finalidade de baixar o centro da gravidade
– Na primeira vez não tente andar. Fique apenas parado e tente se equilibrar na fita
– Você vai cair, pode até doer, mas a satisfação de conseguir é compensadora