Na última terça-feira, o prefeito Ivo Santos (PSDB) decidiu conceder uma entrevista, depois de muito tempo sem se pronunciar através da imprensa. Falou com exclusividade ao IMPACTO no seu gabinete e afirmou que iria responder sobre todas as questões referentes à sua administração.
IMPACTO: O senhor foi eleito com um discurso de que iria fazer uma administração voltada para o povo. Grande parte da população afirma que isso não vem ocorrendo. Como explica isso?
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IVO SANTOS: Acredito que exista uma falha de comunicação entre a prefeitura e o povo. Estamos dirigindo nossos objetivos para atender a população. Mesmo que aparentemente algumas decisões tomadas contrariem uma parcela da cidade, à médio e longo prazo a população vai perceber que foram medidas que visam o bem estar da maioria.
IMPACTO: Em campanha o senhor assumiu o compromisso de dar atenção especial ao setor de saúde, como por exemplo, investir em profissionais e adquirir mais equipamentos. A população reclama que a saúde está abandonada. O senhor reconhece este fato?
IVO SANTOS: A precariedade da Saúde é um problema que afeta o Brasil todo. Em Adamantina conseguimos fazer algumas coisas boas, como por exemplo, a chegada de oito médicos do ‘Programa Mais Médicos’ que reforçaram o atendimento na cidade. A prefeitura também vem ajudando a Santa Casa superar as dificuldades que está enfrentando. Mas, quero dizer a Prefeitura não tem obrigação de dar socorro à Santa Casa. Temos sim, uma obrigação moral. Mensalmente repassamos R$ 260 mil a Santa Casa e há um bom tempo estamos pedindo a prestação de contas, de como estes repasses estão sendo aplicados. Nunca nos prestaram conta deste dinheiro. O Tribunal de Contas exige a prestação de contas. Não temos certeza absoluta de onde este dinheiro está indo. Já faz anos que a Administração Municipal aguarda a solução deste problema.
IMPACTO: Até o momento a situação da Fatec continua sem resolução. Quais os motivos de tanta demora em iniciar as aulas?
IVO SANTOS: Já despachei e vai descer para a Câmara o Projeto de Lei propondo a permuta de uma área pertencente a Rede de Supermercado Sete com o Matadouro Municipal. O local para a construção da Fatec que estamos propondo é viável. Está há 200 metros do asfalto e possui água e energia. Será um belo investimento para o município. Com relação ao matadouro, a Rede de Supermercados iria fazer as adequações exigidas pela Vigilância Sanitária e abateria o gado aqui para distribuir as outras lojas da rede, além disso, os açougueiros locais também seriam beneficiados. Vai constar no contrato que o novo administrador do matadouro deverá ceder espaço para os açougueiros da cidade abaterem os animais no local, mediante o pagamento de uma taxa que será definida pela Prefeitura. Desta forma iremos resolver três problemas de uma só vez. Além disso, a população poderá comer carnes de melhor qualidade e manter seu padrão alimentar.
IMPACTO: Desde o início do mandato foram cerca de 20 substituições no primeiro escalão do Governo Municipal. Este troca-troca é saudável para a Administração?
IVO SANTOS: Montei a equipe de secretário com o objetivo de ir com todos até o final do mandato. Mas acredito que se por um motivo ou outro houver necessidade de troca, não há problema algum. Trocas podem ocorrer ao longo do trajeto e dependem das circunstâncias. Estamos fazendo as mudanças necessárias para o momento. Vejo que um secretário não tem condição ou ele decide sair por outro motivo, então entramos em acordo e ocorrem as trocas.
IMPACTO: Consta no seu plano de governo a educação de Adamantina se tornaria referência na região e qualidade do nível de ensino daria um salto. Vem ocorrendo conforme idealizado?
IVO SANTOS: Hoje a educação é um dos carros chefes do município. Está seguindo conforme idealizamos. Embora não vá ao ritmo que a população deseja. Quero lembrar que fui o único candidato que colocou em seu plano de governo a criação e instalação do curso de Medicina na FAI. Lutamos e conseguimos. É uma conquista irreparável. Já aconteceu o vestibular e em breve as aulas terão início. Este fato é uma conquista para a cidade e região.
IMPACTO: Constava em seu plano de governo que se eleito o senhor iria viabilizar a oferta de casas populares na cidade. Até agora nenhuma casa foi construída. Só existe um projeto que não saiu do papel. Porque não conseguiu cumprir esta promessa feita em campanha?
IVO SANTOS: Estamos batalhando em prol de casas para a população. Já temos um projeto para a implantação das casas em uma área que fica na vicinal indo para Mariápolis. Compramos na época esta área porque era mais barata. Foi a que a Prefeitura achou mais viável naquele momento. O Grapohab (Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do Estado de São Paulo) já fez um estudo da área e aprovou a construção das 329 moradias populares no local. Estamos agora no processo burocrático para conseguir recursos e iniciar a construção. Com a crise econômica que o Brasil atravessa os recursos Federais e Estaduais foram reduzidos, portanto não conseguimos recurso ainda. Outro detalhe: Tem muita gente criticando que a área é inadequada para a construção das casas populares. O Grapohab aprovou tudo e o local está em perfeitas condições de abrigar o conjunto habitacional. Pode não ser o local mais perfeito, mas foi aprovado. Quem faz critica deste nível não tem o mínimo de conhecimento legal do assunto para apontar erros. Se os técnicos foram até o local e disseram que está tudo certo, quem é este cidadão para afirmar o contrario?
IMPACTO: O vereador Galvão foi desde o início do mandato o seu principal apoio político, inclusive foi um dos responsáveis pela sua vitoria nas urnas. Houve um rompimento entre vocês e hoje o vereador Galvão se posiciona como principal opositor da Administração Municipal. O que realmente aconteceu entre vocês?
IVO SANTOS: O que vejo é que o Galvão quer mandar mais que o prefeito. No início do mandato tive problema de saúde. Eu percebia tudo o que testava acontecendo ao meu redor, mas tinha lentidão para responder. Foi uma sequela do problema de saúde que enfrentava. Devagar isso foi se resolvendo. Chamei o Galvão para ser Chefe de Gabinete, mas percebi que na Câmara as coisas não estavam funcionando bem. Fiz questão que ele voltasse. Muito a contragosto ele voltou e de uma hora para outra começou a fazer críticas. A situação foi se acirrando e hoje ele é um dos mais ferrenhos opositores à gestão (às vezes com razão e na maioria das vezes sem nenhuma razão). O que acontece é o que o vereador Galvão quer mandar mais que o prefeito. Se ele quer ser prefeito, então se candidata, ganha uma eleição, etc. Então isso é o que acontece. Não ficou nenhuma mágoa da minha parte. Agora dá parte dele é nítido que existe muita mágoa. Ele se julga dono da verdade e não admite ser contraditório. Se você for favorável as ideias dele você é o melhor amigo dele, caso contrário é o pior inimigo.
IMPACTO: O assunto agora é o funcionalismo público. No seu plano de governo constava que o senhor iria valorizar o funcionalismo e recuperar o poder de compra deles. O senhor enfrentou recentemente uma manifestação por parte do sindicato. O senhor vai atender as reivindicações do sindicato? .
IVO SANTOS: Estamos numa crise nacional. Os recursos Estaduais e Federais diminuíram muito. Temos no momento limitação para gasto com pessoal. Já estamos caminhando para 54% do limite apontado pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Cortamos as horas/extras e fizemos outros ajustes. Vamos dar o reajuste – embora legalmente não seja obrigação da Prefeitura. Hoje a situação é bem complicada. Eu não estou negando, simplesmente não é possível conceder neste momento. Vamos repor assim que for possível. Prefiro não situar uma previsão porque não depende da gente, depende do cenário nacional.
IMPACTO: O senhor acompanha as críticas da população pelas Redes Sociais? Como a Admistração encara o poder das Redes Sociais na atualidade?
IVO SANTOS: Hoje a internet é freqüentada quase que exclusivamente pela oposição. É a primeira vez que estamos tendo a internet tão arraigada no espírito da população. É uma novidade que estamos aprendendo a lidar. Precisamos trabalhar para que as Redes Sociais sejam mais democráticas. Que seja um local propício para se discutir ideias. Acho saudável, mas a Internet ainda é um local sem controle. As pessoas dão ênfase muito nas coisas ruins. Jamais vão dizer coisas boas. Eu digo que existem várias coisas boas que fizemos na cidade. Eu particularmente não entro em Rede Social. Acho até que deveria entrar. Mas os secretários entram diariamente para monitorar e checar o que andam falando da gente. Às vezes eles respondem, outras vezes só observam. Acredito que ao se aproximar o período eleitoral mais pessoas marcarão presença por lá.
IMPACTO: O senhor tem conhecimento sobre a investigação do Ministério Público? O que realmente aconteceu?
IVO SANTOS: Está sob segredo de justiça e o que posso dizer é o seguinte. Com relação aos cofres da Prefeitura não há problema algum. Está tudo certo. A parte recolhimento, de juros e correção monetária. Quando o Neivaldo pediu exoneração eu solicitei ao Departamento Jurídico que checasse se havia algo contra ele e me foi informado que estava tudo em ordem, por este motivo aceitei a demissão dele. Há uma investigação no MP e o que a promotoria recomendar iremos acatar. Da nossa parte está tranquilo, não existe nada de errado, isso eu posso garantir.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Quero dizer que meu mandato ainda não chegou ao fim. A gente assume o compromisso para realizar dentro de 4 anos ou nos 8 anos se houver reeleição. Peço paciência a população adamantinense. Acredito que dadas as circunstâncias econômicas que enfrentamos conseguimos realizar bastante em vários setores da cidade. Estamos fazendo a recomposição da força de trabalho da Prefeitura. Entendemos que tem muita gente ajudando e outras não. Vou seguir adiante com meu mandato procurando fazer o que é necessário com sugestões da população e aquilo que estiver ao nosso alcance e entendendo que é necessário realizar. Nas próximas semanas vamos voltar a organizar o ‘Governo Itinerante nos bairros’ e peço a participação dos moradores. Peço que todos estejam presentes nas reuniões que serão marcadas brevemente nos bairros. E para encerrar quero dizer que acredito no futuro. No futuro as cosias serão bem melhores do que estão atualmente. Muito Obrigado.