Cerca de 40 membros do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira estiveram na tarde de terça-feira (28) no centro de Marília coletando assinaturas para um abaixo-assinado contra o casamento homossexual e a comunhão aos divorciados em segunda união. O movimento pretende reunir 500 mil adesões junto com outras entidades católicas de todo o mundo para que um documento com essas pautas seja enviado ao Papa Francisco.
O grupo que esteve na cidade era formado por jovens e adultos entre 14 e 35 anos de todo o país e o coordenador Paulo Américo, 36 anos, explica que a motivação da coleta de assinaturas é o Sínodo dos Bispos que se aproxima. Em outubro, a reunião que dita os rumos da Igreja Católica deve tratar justamente dos temas trabalhados na ação do Institut, que teme pela flexibilização dessas questões.
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“Nas últimas reuniões a Igreja já sinalizou mudanças no sentido de se abrir para casamentos homossexuais e para aceitar a comunhão de pessoas divorciadas que continuam frequentando as missas. Nós somos a favor da família tradicional, como assim é desde o início dos tempos e como Deus ordenou e queremos dar nosso recado para o Papa: a maioria dos católicos está conoscol”, diz Américo.
O posicionamento oficial da entidade que ele faz parte afirma temer “uma revolução sexual de décadas promovida por uma aliança de organizações poderosas, forças políticas e os meios de comunicação que sempre trabalham contra a própria existência da família como a unidade básica da sociedade”.
Para a pensionista Tereza de Oliveira, 66 anos, que assinou o documento, o serviço que o grupo faz é bastante válido, já que “estamos vivendo temos muito diferentes do que prega a tradição de nossa religião”. Ela se diz Católica Apostólica Romana, e ela explica que seu estranhamento se da com o espaço que casais gays tem obtido cada vez com mais força.
Enquanto essa questão incomoda Tereza e os membros do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, a publicitária Karla Mucily, 22 anos, que se negou a preencher o abaixo-assinado, questiona a postura adotada por eles. “Meu Deus é a favor do amor. Eles não deveriam se importar com o comportamento dos outros. Essa mensagem que eles pregam é um retrocesso, que gera discórdia e violência, principalmente contra grupos que já sofrem com a repressão”, retruca.