“O jornalista é historiador do presente” (fjrp/umesp)
Ao professor Décio Neves (in memoriam).
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Os anos passam e o tempo continua implacável com a sua espada abaixo do equador em tempo de globalização, assim, de vento em popa, o mundo segue o seu caminho pelas estradas de um passado sem presente, porém, a história continua sendo o centro dos acontecimentos neste cenário tupiniquim.
A morte, como sempre, aparece pelas janelas de uma casa qualquer, não pede licença para entrar, assim, muitas vezes adentra o lugar sem avisar da sua chegada, criando um nevoa no lugar, ou seja, do barulho para o silêncio.
Algumas pessoas passam pelo mundo terreno e deixam marcas da sua presença humana, mesmo depois da morte, alguns alegam ser o espírito da pessoa que ali ficou, outros dizem que partiu para o lar celestial, porém, neste caso em especial, o que importa é a lembrança daquele que partiu para o outro lado e ponto quase final.
Os contatos com o professor foram poucos, mas deu pra sentir que o mesmo possuía um amor imenso pela província, acreditava ainda, que um dia tudo iria mudar, claro, para melhor, por isto e mais aquilo, o jornalista procurara sempre ouvir a voz do historiador do outro tempo.
Nos poucos encontros que aconteceram para os dois lados, o jornalista aprendeu muito sobre a história provinciana em meio às outras estórias creditadas aos donos do poder local, quando os vencidos foram engolidos pelos vencedores tupiniquins.
O professor gostava de contar os causos relacionados com a província, criando desta forma, muitos cenários pitorescos para um lugar comum, haja vista, o olhar do historiador frente aos acontecimentos do presente, ao mesmo tempo, com saudades do passado, aquele que não volta nunca mais, ainda mais agora, sua partida deixa um vazio no meio das muitas conversas efetivadas com o jornalista de plantão em terras provincianas.
Nos encontros, os temas eram, quase sempre, os mesmos para uma recordação dos velhos e bons tempos na região da alta paulista, quando os trilhos de uma ferrovia imperavam soberanos pelas estradas de ferro do progresso via interior paulista.
Dizia categórico que a história da província, ainda estava para ser escrita, desejando desta forma, uma nova proposta em nível histórico, para esta confirmação, basta reler os muitos textos e artigos publicados na mídia local sobre fatos relacionados com o passado provinciano.
Assim, cada qual, do seu jeito, busca os detalhes de um passado para entender o presente, desta forma, o melhor é sair em busca do outro lado para um desencontro em meio às descobertas nos anais da história sob a ótica de um professor que deixou marcas para uma pesquisa acadêmica frente às muitas estórias de uma única história ou vice-versa.
Neste contexto, fica a saudade das muitas conversas nas esquinas de uma província qualquer, como sempre dizia, “quem sabe, um dia, a província siga o seu caminho…” ou então, “é como o senhor diz nos textos, este é o ‘país do faz de conta mesmo…” ou então, “claro, somos todos tupiniquins…”.
Ave professor Décio Neves!