Pedaços de madeira são cortados de forma minuciosa e encaixados manualmente. Aos poucos, as peças ganham forma e se transforma em carros, caminhões ou em aviões. Todas as possibilidades que normalmente teriam lugar apenas na imaginação de uma criança se tornam reais nas mãos do enfermeiro aposentado Ramon Medina Sanches, de 75 anos, morador de Adamantina, fabrica sozinho, brinquedos que são doados para crianças pobres da cidade no dia de Ano Novo. A atitude solidária surgiu como agradecimento a Deus pela cura de problemas de saúde, se tornou uma missão que há dura 17 anos.
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Produção
O artesão produz cerca de 150 brinquedos por ano com madeira recolhidas nas marcenarias da cidade. A produção acontece ao longo do ano, já que Medina precisa de tempo para construir individualmente cada presente, desde a ideia do brinquedo ao corte da madeira e pintura. Ao passar dos anos, o voluntário foi aperfeiçoando a técnica, comprando ferramentas e fazendo outros tipos de brinquedos manualmente. Hoje, são caminhões, tratores, caminhonetes e carros de madeira que fazem a alegria das crianças adamantinenses.
A paixão pelos brinquedos é tamanha que o aposentado fica até 8 horas por dia em sua oficina, um espaço no fundo de sua casa cheio de madeiras, ferramentas e imaginação. “Também faço os brinquedos sob encomenda. O dinheiro que arrecado reverto para a compra de doces para doação”, afirma o aposentado.
Entrega
A mulher do artesão, Ruth Pereira Medida, apóia incondicionalmente o trabalho solidário do marido. “Antes ajudava mais, hoje como meu marido tem as ferramentas eu ‘dou apenas uma mãozinha’. Sempre apoiei o trabalho dele, afinal é gratificante receber o carinho das crianças durante as entregas. Elas vêm até o carro, beijam e agradecem a lembrança. A gente se emociona muito. É nossa missão de vida e vale muito a pena”, afirma dona Ruth. Todas as peças que Ramon Medina produz ao longo do ano, são doadas para crianças no dia 1º de janeiro. Ramon e dona Ruth saem às 7h da manhã para realizar a distribuição dos brinquedos, que vem junto com uma sacolinha com guloseimas.
O aposentado ressalta que enquanto tiver saúde continuará realizando o trabalho. “É gratificante. No final, faz mais bem para mim do que para as crianças. Continuarei fazendo este trabalho até morrer como forma de agradecer a Deus pela minha saúde”, concluí.