Há duas décadas, numa época em que quase não se cogitava a atuação de mulheres em cargos políticos, Tuika Yamamoto de Oliveira Lima, aos 68 anos de idade, entrava para a história da política adamantinense. Ao lado de Tuika, eleita pelo PMDB com 467 votos, outra mulher – Thereza Carvalho Menegucci – também colaborou com a abertura de espaço feminino no Legislativo.
Fato histórico, pois pela primeira vez, depois de quase meio século da fundação de Adamantina, mulheres eram eleitas para assumir uma vaga como vereadora. “Tive a honra de ser a primeira mulher eleita vereadora em Adamantina. Trabalhei com amor, sempre lutando pelo bem da população como um todo.
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Já aposentada, tive o privilégio de dedicar tempo integral para junto com o jurídico, estudar e discutir todos os projetos e indicações que chegavam a Câmara Municipal para análise. Tenho consciência tranquila de dever cumprido”, avalia Tuika.
Trajetória
A ex-vereadora conta que percebeu sua vocação política no início na década de 80.
“Eu lia muito sobre política e acompanha tudo que acontecia na cidade. Ao longo do tempo, fui tomando gosto pela política e decidi colaborar de forma mais efetiva para o progresso de Adamantina”, relembra.
No Poder Legislativo, atuou por dois mandatos de 1997 a 2000 e de 2000 a 2004. É lembrada pela postura fiscalizadora que adotou e principalmente pela personalidade contestadora. Tuika destaca dois fatos relevantes que marcaram sua passagem pela Câmara.
“Tive papel decisivo na votação em que definiu a atual FAI (Faculdades Adamantinenses Integradas), na época Fafia/Feo, além de ter sido autora da denúncia de desvios de verbas públicas envolvendo na época, o prefeito Laércio Rossi”, diz. Na época que atuou no Legislativo, o número de mulher era mínimo, porém sua opinião era respeitada pelos demais colegas. “Sempre fui contestadora, fiscalizadora e uma mulher que ia à luta. Não me calava jamais”.
Tuika conta que tentou se eleger em 2004, mas não teve sucesso.
Reconhecimento
Em 2003, foi escolhida pela revista ‘Leia Hoje’ com uma das vereadoras mais atuantes no Brasil, cuja cerimônia ocorreu no Rio de Janeiro.
Em 2013 recebeu o título “Paul Harris”, uma distinção concedida pela Fundação Rotária aos rotarianos que se destacam na prestação de serviços à sociedade.
Em 2014, a ex-vereadora foi homenageada com o título de cidadã adamantinense, ofertado pela Câmara Municipal.
Mulheres no legislativo
Durante a história de Adamantina outras mulheres também conquistaram espaço no Legislativo: Sílvia Helena Luz Camargo (2005); Cleusa Marquetti Francisco (2005/2009); Maria de Lourdes Santos Gil (2005/2009/2013) e Noriko Onihi Saito (2013).
Mulher atuante
Tuika sempre foi uma mulher à frente de seu tempo e colaborou para a construção da história de Adamantina. Além da política, atuou como sócia fundadora do Rotary Clube Adamantina Solidariedade.e participou de diversas pastorais na igreja Católica. Além disso, é uma das fundadoras do grupo de apoio Amor Exigente.
Futuro
Afastada da vida pública há uma década, hoje aos 86 anos sente-se orgulhosa por ter sido uma das pioneiras que abriu espaço para as mulheres na política adamantinense.
“Na atualidade a mulher vem se destacando cada vez mais em todos os campos de trabalho. São mais dedicadas, mais confiáveis, mais generosas, capazes de abraçar causas impessoais. Já dominaram a educação, estão dominando a medicina, o serviço público, as pesquisas, empresárias, judiciário, sem esquecer-se das trabalhadoras rurais, ajudantes gerais e outras áreas braçais menos reconhecidas. Como voluntárias abnegadas, se dedicam com amor, carinho, desprendimento e muito sacrifício, visando o bem ao próximo e a sociedade. Desejo que continuem na luta pela igualdade de seus direitos, valorizando cada vez mais o nosso papel em todas as áreas”, concluí.