Todas as mães são especiais. Amorosas, guerreiras, destemidas, incansáveis, e tudo mais que precisa ser, para poder proporcionar uma vida feliz, digna e honrada a um filho. E mães de crianças especiais são ainda mais guerreiras.
O IMPACTO entrevistou três mulheres com filhos portadores da Síndrome de Down que contam os dilemas e as alegrias que vivem ao criar seus filhos.
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No dia 21 de março, o mundo celebra o Dia Internacional da Síndrome de Down, data comemorada desde 2006. O dia chama a atenção da sociedade para a garantia por direitos, respeito, bem estar e inclusão das pessoas que nasceram com a síndrome. Em 2012, por iniciativa do Brasil, a celebração entrou para o calendário oficial da ONU.A síndrome de Down não é uma doença. É uma ocorrência genética natural, que segundo estimativas do Ministério da Saúde, acontece um a cada 600 nascimentos. Estima-se que o Brasil tenha hoje cerca de 300 mil portadores.
Érica Martins da Costa, funcionária pública
A funcionária pública estadual Érica Costa, é uma, dentre tantas mães brasileiras que tiveram a grandiosa missão de receber um filho especial. O Arthur tem 1 ano e 3 meses e, é o xodó da família.
“Soube que teria um filho com Down durante a gravidez. Num primeiro momento foi um choque. Lembro que fiquei chorando por dois dias, por não aceitar esta nova situação. Ao passar dos dias, percebi que se não aceitasse seria pior. E fui trabalhando este sentimento durante a gravidez. Quando o Arthur nasceu foi uma alegria. Vi que era realmente uma criança ‘especial’ e foi uma alegria”, conta.
Érica relata ainda que amadureceu desde o nascimento do filho. “Eu e minha família crescemos muito em vários aspectos. Aprendemos a amar incondicionalmente. Como mãe aprendi a me dedicar ainda mais. O Arthur é sapeca e não para um minuto. Tem um pouco de atraso mental, mas está se desenvolvendo muito bem com o auxilio dos profissionais da APAE”, relata.
Érica deixa um recado. “Mães, não há necessidade de se espantarem, eles são maravilhosos”, conclui.
Maria Helena Soares, dona de casa
A dona de casa Maria Helena é mãe da Heloísa de 8 anos e conta que a filha é muito inteligente.
“A Heloísa gosta de fazer tudo, é muito inteligente. Na maioria das vezes tenho que colocar disciplina”, afirma.
A mãe conta que é muito feliz hoje, mas no início foi muito difícil. “Fiquei sabendo que minha filha era portadora de Down depois de 10 dias do nascimento dela. Foi um susto, mas hoje é uma benção. Sou uma mãe feliz, aprendi a ter mais paciência e amar incondicionalmente”, destaca.
Zulmira Marçal Ferreira, dona de casa
Guilherme de 11 anos é o filho caçula da dona de casa Zulmira Ferreira. Ela conta que se sente uma mãe muito forte diante da missão de criar o Guilherme.
“Como toda mãe ao receber a notícia que o filho será especial por ser portador de Down fiquei em choque. Procuro tratar o Guilherme normalmente, em alguns momentos tenho que ser ‘dura’ com ele, pois é teimoso. Por outro lado, acabo protegendo mais que os outros filhos. Ele recebe atendimento na APAE e vem dando bons resultados. Confio na equipe. confio muito na equipe”, afirma.
Inclusão
Com apoio para seu desenvolvimento e a inclusão em todas as esferas da sociedade, as pessoas com síndrome de Down têm rompido muitas barreiras.
Em todo o mundo, há pessoas estudando, trabalhando, escrevendo livros, se casando e até chegando à universidade.Quando se tem a oportunidade de convivência irá descobrir uma relação enriquecedora.
APAE
Nesse sentido, a APAE de Adamantina realiza atendimento clínico e educacional as crianças e adolescentes com Síndrome de Down e conta com uma equipe de profissionais capacitados.
A psicóloga Aline Garcez afirma que na APAE a família é acolhida e a criança recebe atendimento especifico. “As crianças com Síndrome de Down têm dificuldades como qualquer outra, e precisam de atenção, carinho, paciência e dedicação. As mães são guerreiras e o amor que dedicam é fundamental para um desenvolvimento saudável dos filhos”, relata.
Aline informa que a APAE está disponível para orientações e atendimentos gratuitos. “Assim que receberem o diagnóstico (durante a gravidez ou no nascimento) busque a ajuda da APAE. É de extrema importância iniciar as avaliações o quanto antes. Nossa missão é ajudar as famílias”, conclui.