Gosto de grandes histórias. Acredito que elas inspiram mudanças, impulsionam nossa fé e nos ajudam quando tudo parece difícil, ou até mesmo impossível.
A história desta mulher mostra é que é possível encarar o câncer, tão temido por todos – e se transformar em exemplo de superação. A professora aposentada Neusa Andrian Balzanini é uma mulher guerreira.
Com um olhar brilhante e sorriso contagiante ninguém imagina que venceu por duas vezes o câncer.
Diagnostico
O número é impressionante. A cada dois minutos, uma mulher é diagnosticada com câncer de mama no mundo. E foi assim, em questão de minutos que Neusa, aos 51anos, recebeu o primeiro diagnostico.
“Dois meses depois que me aposentei um belo dia acordei e avistei uma mancha de sangue no seio. Achei que era normal, mas na semana seguinte a mancha surgiu novamente e decidi procurar um médico. Ao passar pela ultrassom veio o tão temido diagnóstico: câncer no seio. Na hora foi um baque”, relata.
Neusa conta que devido ao tratamento de reposição hormonal que passava naquele momento, havia feito um check-up recendente e estava bem de saúde. Cerca de oito meses depois aconteceu o surgimento do câncer.
“Uma semana depois fiz um ultrassom abdominal total para constatar se estava tudo bem com o restante do meu corpo. Ao passar pelo exame, um susto ainda maior. Nunca me esqueço, era véspera do Dia das Mães, quando fui surpreendida pelo segundo diagnóstico desta vez em um dos rins. O câncer era tão agressivo que foi preciso retirá-lo com urgência”, relembra.
Fé acima de tudo
Três meses após os diagnósticos, Neusa foi submetida a cirurgia para retirada de um dos rins e três dias depois recebeu a notícia do falecimento do marido.
“Foi outro susto. Mas, sou positiva, procuro não me abater e ficar firme. Não me desesperei no momento e enfrentei mais este problema com muita serenidade. Fui ao velório e uma semana depois fui submetida a segunda cirurgia, desta vez para retirada do seio. Não retirei o seio totalmente, somente parte da axila foi extraída”, afirma.
Foi com fé, positividade e apoio de familiares e amigos que contra-atacou o câncer que abalou a vida dela. O tratamento intensivo durou cerca de dez meses. Passou por todo tratamento em São Paulo. Devido a morte do marido, ao retornar para Adamantina, assumiu a empresa da família [serralheria].
“Foi um grande desafio. Tive que assumir uma empresa sem saber nada do ramo. Foram 14 anos de dedicação e aprendizado”, conta.
Rede Feminina
Para atenuar suas dores e estancar as cicatrizes que o câncer deixa, Neusa descobriu um remédio: o amor.
“Há 20 anos atuo como voluntária da Rede Feminina de Combate ao Câncer em Adamantina. Um dia conversei sério com Deus e fiz uma promessa. Se fosse digna de continuar viva, iria dedicar 24h por dia em prol a outras pessoas que vivenciam o drama do câncer – através da Rede de Combate ao Câncer – a qual sou atualmente presidente. Deus me ouviu e renovo a cada dia esta promessa. Há dois anos, dedico integramente minha vida a nossa entidade. Gosto de ajudar e creio que se Deus permitiu que continuasse viva é porque tem um plano grandioso para mim. Minha missão é ajudar outras pessoas. Sempre penso que se os pacientes acham que faço bem a eles, vejo que eles fazem um bem enorme a mim”, diz.
Mulher de garra
Atualmente, aos 68 anos, Neusa é mãe de um casal de filhos, avó uma neta, e um exemplo de superação. Está na presidência da Rede pela oitava vez. Entre tantas escolhas na vida, teve por várias vezes, motivo de sobra para desistir de tudo, mas expressa com ternura seu lema de vida.
“Acredite no impossível. É difícil enfrentar o câncer, mas com ajuda dos familiares e amigos, e principalmente da sua forma, é possível vencer. Evoque o Espírito Santo a todo o momento. Encare a doença, não se esconda atrás dela. Não tenha vergonha de falar que está doente. Todo mundo vai orar por você e auxiliar a enfrentar o momento. Foram as orações que me salvaram. Se coloque no colo de Deus, pois Ele te ajudará a enfrentar esta tempestade”, encoraja.