Com dívidas que chegam aos R$ 4,5 milhões, a Prefeitura de Adamantina passa por uma fase crítica, afirma o prefeito João Eduardo Barbosa Pacheco (PSDB), que assumiu a Administração municipal há duas semanas, depois que o ex-prefeito Ivo Santos (PSDB) foi cassado por unanimidade pelos vereadores por improbidade administrativa.
A cada dia aumentam os problemas afirma. “O cenário é trágico, estamos operando em nível de alerta máximo. A Prefeitura está na UTI e dependendo de ‘sangue e oxigênio’ para tirá-la desta situação”, desabafa.
Caos
Pacheco informou ao IMPACTO que durante a semana se reuniu com secretários de cada pasta para analisar a situação dos setores, com objetivo de estudar e promover cortes. Por todos os lados, o prefeito afirma ter encontrado problemas.
“O setor de obras está precário. Metade da frota está sucateada e o restante em condições precárias para operar. Não temos como consertar porque as dívidas da Administração com fornecedores de autopeças é grande e a Prefeitura está sem crédito para novos consertos e sem perspectiva de quitar a dívida. A cidade está esburacada e não temos dinheiro para comprar lama-asfáltica, nem maquinários para continuar o trabalho de tapa-buracos. Estávamos com quatro frentes de trabalho, agora só temos condições de deixar uma das frentes operando. Muitas pontes estão comprometidas e estradas municipais que necessitam de reparos devido a intensidade das chuvas dos últimos meses. Estamos administrando no limite e falta dinheiro em todas as frentes. Está muito pior do que imaginava”, destaca.
Cortes
Com o orçamento está comprometido em mais de 50% só em gastos com a folha de pagamento, Pacheco se desdobra para atender demandas básicas, como coleta de lixo, abastecimento dos postos de saúde com medicamentos e a garantia de merenda nas escolas.
“Nenhum setor irá escapar dos cortes que estamos prevendo. O orçamento está exprimido. Até segunda ordem, todas as compras estão suspensas. Temos que garantir o salário dos 1200 funcionários que ultrapassam R$ 3 milhões todo mês. Sabemos que a cidade tem muitas necessidades, mas temos que enxugar gastos para tentar tirar a Prefeitura desta situação agonizante”, diz.
Críticas
Bem intencionado, o novo prefeito afirma ter consciência que a população espera por mudanças, mas é enfático a afirmar que não conseguirá fazer milagres.
“Sei que os adamantinenses aguardam melhorias na cidade, mas não sou capaz de fazer milagres devido a situação caótica que a Prefeitura foi entregue em minhas mãos. Sei que as críticas virão, mas não tenho medo de críticas. Não sou candidato a nada, quero dar minha parcela de contribuição ao município. Não vou desistir, tenho um compromisso com a população e irei até o fim”, desabafa.
Colapso
Pacheco diz ainda: “Estamos vivendo na eminência de um perigoso retrocesso econômico que poderá causar um colapso no desenvolvimento da cidade, que terá reflexo em toda economia local (desemprego, perda de investidores na indústria e comércio, desvalorização dos imóveis de aluguéis, êxodo da população para outros centros com melhor infraestutura, reduzindo o número de habitantes e refletindo na redução das receitas do município e também do FMP). Resultado: Adamantina encolhe, reduz sua importância estratégica regional, como tem ocorrido com outras cidades que por não terem o necessário cuidado caíram nesta armadilha”, diz.
Apelo
Pacheco faz um apelo à população: “Este cenário retratado atinge toda população, principalmente os mais carentes. Diante desta perspectiva, espero sinceramente a compreensão e cooperação de todos, principalmente, em relação aos tributos municipais que são essenciais para composição do orçamento. Se a população colaborar os pagamentos em dia estaremos todos contribuindo para evitar esta gravíssima situação”, diz.