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José Maria Haddad é um dos empresários mais bem sucedidos de Adamantina. Atualmente a família comanda 12 empresas em vários seguimentos (presentes, flores, móveis, mecanografia, serviços funerários, escola de inglês, cinema).
O empresário é filiado do PP (Partido Progressista) e começou a militar na política na década de 80. “O prefeito Sérgio Seixas começou a me fazer diversos convites para participar de reuniões”, relembra. Haddad diz que o interesse pela política aumentou quando participou efetivamente da campanha que elegeu o prefeito Élio Micheloni. “Tive o prazer de conviver com o prefeito Élio e ver a mentalidade fantástica que ele possuía”, conta. Na área pública, Haddad atuou como secretário Municipal de Gabinete, na gestão do então prefeito Luis Hilson Lucianeti (1990 /1992). Haddad já foi filiado ao DEM e há cinco anos é membro do PP.
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Na entrevista ao IMPACTO, o empresário destaca a polêmica sobre o requerimento da Loja Maçônica ‘Estrela de Adamantina propondo a diminuição dos salários dos vereadores para a próxima legislatura. Revela se será um dos candidatos a prefeito pelo PP nas eleições de outubro e faz uma análise do trabalho dos deputados da região.
Seu nome é um dos mais cotados para concorrer a uma vaga no Executivo no próximo pleito pelo PP. Como estão as negociações?
Haddad: Meu nome realmente está sendo cogitado dentro do partido e também nas rodas de conversas na cidade. É até uma honra ser cogitado para concorrer ao cargo de Prefeito. Algumas pessoas pedem para que eu seja candidato e estamos avaliando esta possibilidade ainda. Estou num partido onde existem vários nomes (todos bem comprometidos) como, por exemplo, do ex-prefeito Luis Hilson Lucianeti. Caso ele se proponha a ser candidato estarei com ele. Mas, dentro da política tudo pode acontecer, e se for da vontade do partido que eu seja candidato ao Executivo, existe uma possibilidade. Ainda é muito cedo para afirmar alguma coisa.
Sobre o requerimento da Loja Maçônica ‘Estrela de Adamantina protocolado na Câmara propondo a diminuição dos salários dos vereadores para a próxima legislatura? É um assunto polêmico, não acha? Como os vereadores receberam esta sugestão?
Haddad: A Loja Maçônica protocolou uma sugestão. Não é somente em Adamantina que ocorreu esta sugestão, mas no Brasil inteiro. Considerando que os vereadores – tem outras atividades – e recebem um subsídio para atuar como parlamentares. Entendemos que eles poderiam fazer um sacrifício ganhando um pouco menos para que pudesse sobrar dinheiro e poderia ser destinado para ser investido em áreas mais sacrificadas. Vejo que alguns vereadores entendem que o salário que ganham é justo, já que trabalham bastante pelo município. Não vamos questionar se o vereador merece ou não. Estamos pedindo uma cota de colaboração deles para promover economia do município. Acredito que como cidadão adamantinense, se você puder doar um pouco do seu trabalho como doam os membros das entidades (Rotary, Lions, Maçonaria) que pagam para trabalhar e prestam um excelente serviço para a cidade, talvez fosse o momento dos vereadores fazerem o mesmo. Foi com neste sentido nossa sugestão. A população aceitou bem a proposta, agora fica a critério do Legislativo adamantinense avaliar nossa sugestão e tomarem uma decisão.
Qual avaliação que faz da atuação dos vereadores adamantinenses?
Haddad: Acompanho de perto o trabalho do Legislativo. Entendo que o trabalho que o vereador realiza de somente cobrar e fiscalizar as ações do Executivo não é suficiente. Cobrar só através de requerimento é pouco. Os vereadores deveriam colaborar também no sentido de trazer soluções para os problemas da cidade. Infelizmente existe na Câmara de Adamantina muita política partidária. “O meu partido fez isso e aquele partido não fez nada”. Devemos esquecer o partidarismo. O partido de todos devem pertencer é o Partido Adamantina.
No início do ano 2000, você ao lado de outras lideranças locais encabeçaram o projeto de transformar Adamantina em Região em Administrativa? Por que o projeto não deu certo?
Haddad: Na época fizemos um trabalho ao lado da Prefeitura através do prefeito Laércio Rossi que administrava a cidade na época, da OAB, dos clubes de serviço e conseguimos colocar um Projeto de Lei na Assembléia Legislativa pleiteando transformar a Nova Alta Paulista [de Queiróz até Panorama] em uma Região Administrativa, com sede em Adamantina que ficaria no centro desta área. Mas, a ciumeira política atrapalhou e o projeto que foi engavetado. Acredito que este seria um caminho para o desenvolvimento regional, pois somos uma região diferenciada.
Qual sua avaliação sobre a atuação dos deputados da região?
Haddad: Acredito que os deputados que pertencem à nossa região poderiam fazer mais por todo nós, embora avalio que o trabalho que realizam seja significativo. Por outro lado, entendo que a região também deveria colaborar mais com os deputados através do voto. Se os eleitores votassem maciçamente nos candidatos a deputados e fossem eleitos, passariam a ter um compromisso mais efetivo com nossa região. O que acontece atualmente é que os deputados se elegem com votos de outras regiões e posteriormente precisam pulverizar as verbas para várias regiões, enfraquecendo muitas vezes o trabalho deles na região de origem.
O suplente a deputado Bentinho se transferiu para o PP. Acredita que o partido terá mais representatividade com a chegada dele ao partido?
Haddad: Isso fortalece nosso partido, sim. O Bentinho é um menino que nasceu em Adamantina, nas eleições para deputado conquistou mais de 5 mil votos aqui, e irá assumir em breve uma cadeira na Assembléia. Através disso, irá contribuir ainda mais com Adamantina.
Nas eleições de 2012 você foi um dos apoiadores do prefeito cassado Ivo Santos. A administração Ivo te decepcionou de alguma forma?
Haddad: Participei timidamente da campanha do Ivo. Inclusive na referida eleição votei em outro candidato. Mas, depois que ele foi eleito me coloquei à disposição para colaborar no sentido que ele pudesse realizar um bom trabalho. Acreditei pela experiência que teve anteriormente como prefeito iria ajudar nesta nova empreitada. O que aconteceu é que a gestão do Ivo não foi aquilo que a população esperava. Houve muita oposição dentro do próprio partido dele [PSDB], começou existir racha nos que o apoiaram e ele ficou só. Além, dos problemas de saúde que enfrentou. Tudo colaborou para atrapalhar a gestão dele.
Nos bastidores da política, o nome do diretor-geral da FAI, Márcio Cardim, é certo como candidato do DEM para concorrer ao Executivo nas próximas eleições. Como avalia esta possível candidatura?
Haddad: Sou fã do Márcio Cardim. Ele é uma pessoa fantástica e realiza um trabalho brilhante na direção da FAI. Merece todo nosso respeito. Eu particularmente prefiro que ele continue na FAI cuidando da instituição como faz com tanta presteza. Ele é uma pessoa que tem todas as condições de ser prefeito. É um nome que pode ajudar muito na administração pública. Além do Cardim, outros nomes também estão sendo cogitados e creio que todos têm suas características positivas, são idôneos e representariam bem a cidade.
![José Maria Haddad é um dos empresários mais bem sucedidos de Adamantina. Atualmente a família comanda 12 empresas em vários seguimentos. (Foto: Rogério Pires/Grupo Impacto)](https://i0.wp.com/www.impactonoticias.com.br/wp-content/uploads/2016/04/IMG_2680-600x337.jpg?resize=600%2C337&ssl=1)
Qual a sua análise sobre a gestão do prefeito Pacheco?
Haddad: Desde que entrou, Dr. Pacheco tem feito um bom trabalho. Foi pego de surpresa para assumir a condição de Prefeito. Sempre solícito. Resolveu em pouco tempo o dilema da Fatec. Me parece que está bem intencionado, tentando diminuir as despesas da prefeitura. Portanto, tudo que ele faz é bem vindo. É muito precoce analisar o que fez ou deixou de fazer.
Em que cenário político/econômico o próximo prefeito de Adamantina deve governar?
Haddad: Entendo que hoje a situação que o País e os municípios enfrentem é complicada. Estamos enfrentando uma crise econômica e política muito grande. O novo gestor terá que administrar com muita cautela uma Prefeitura sem dinheiro. São quatro anos de muita dificuldade. Terá que resolver os problemas pendentes, equacionar e enxugar a máquina para depois começar o desenvolvimento da cidade. Acredito que o primeiro mandato será para isso. Será preciso que o próximo prefeito consiga colocar a casa em ordem. Aquele candidato que durante a campanha eleitoral prometer milagres estará mentindo.
Como deve ser o próximo pleito, com relação ao número de candidatos a prefeito?
Haddad: Acredito dois candidatos seria o ideal. O melhor cenário seria com dois bons candidatos, bem escolhidos. Eles deveriam travar uma disputa saudável e harmonia e aquele que perdesse poderia se juntar com o aquele que ganhou e ambos ajudassem a fazer uma administração séria pensando unicamente no progresso de Adamantina. Se isso acontecesse seria o melhor caminho e quem ganharia mesmo seria a população. Como em uma partida de futebol: o time que perdeu se junta com o time vencedor, e em seguida, os adversários se reúnem e vão para um churrasco tomam cerveja. Sem mágoas. A política também poderia ser da mesma forma.
Considerações finais
Haddad: Quero agradecer a oportunidade e dizer que não estou me lançando como candidato a prefeito. O diretório municipal ainda está avaliando o melhor nome para encabeçar uma possível chapa para as eleições 2016. Por outro lado, se o partido definir estou preparado e estaria disposto a enfrentar tal desafio. Mas, também estou disposto a apoiar qualquer candidato que o partido decida. Quero ajudar Adamantina de qualquer forma. Por enquanto é “Trabalho, trabalho e trabalho” foi o que aprendi com o ex-prefeito Élio Micheloni.