Com mais de 20 de experiência na área de estratégia política, Roberto Silva, o Boby, é atualmente assessor parlamentar do deputado Ricardo Bentinho (PRB). Iniciou a vida profissional como sargento de cavalaria do exercito, onde atuou por 12 anos.
Tem experiência internacional como diretor de área estratégica, onde atuou nos Estados Unidos, México e Canadá. Boby trabalhou na coordenação de seis campanhas eleitorais.
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A mais recente, foi em Adamantina, onde conseguiu eleger Márcio Cardim (DEM), como prefeito.
Em entrevista ao IMPACTO, o estrategista político relata a conquista de R$ 3 milhões em emendas parlamentares para a região; dá o caminho das pedras para os prefeitos eleitos conquistarem verbas em Brasília e revela a concretização de um projeto audacioso para 2017: o 1º Congresso Regional de municípios que pretende tirar a Alta Paulista do anonimato no cenário estadual e nacional. Confira a entrevista.
Recém chegado de Brasília, qual o balanço que faz da conquista de R$ 3 milhões em emendas para a Alta Paulista?
Boby: As últimas semanas foram de muito trabalho na Capital Federal. Algumas portas que são importantes para a Alta Paulista, mas principalmente para Adamantina foram abertas. Conseguimos R$ 3 milhões em emendas parlamentares para a área de saúde, destinadas pelo deputado Bentinho. A Santa Casa de Adamantina será beneficiada com R$ 1 milhão e os outros R$ 2 serão destinados para municípios da região que necessitam de investimentos na saúde. Em fevereiro de 2017, iremos anunciar as cidades contempladas. Facilitou o nosso trabalho, ter o deputado federal Bentinho, que tomou posse, praticamente dois dias depois do término das eleições municipais. Protocolamos mais de 160 ofícios, fomos a todos os parlamentares do estado São Paulo. Desta forma, mostramos a preocupação deputado Bentinho, que foi muito bem votado na região, em fazer um trabalho diferenciado. Estas conquistas vieram num momento ideal para que pudéssemos ter condições ajudar e ajudar muito vários municípios da região.
Como os prefeitos que foram eleitos agora, devem manter contato com os deputados federais e conquistar recursos em Brasília?
Boby: Brasília funciona a ritmo bastante acelerado. A mensagem que gostaria de trazer como assessor político e estrategista político é que os prefeitos devem visitar em Brasília constantemente. Existem várias formas de buscar recursos: através de emendas parlamentares, convênios e programa. Temos praticamente hoje, nos ministérios, mais de R$ 8 bilhões em projetos e convênios que não foram distribuídos, justamente porque os prefeitos não vão à Brasília. Outras regiões se desenvolvem por duas características: a primeira é que os parlamentares são eleitos por determinada região, fomentam para que os prefeitos apresentem emendas e abrem as portas dos ministérios e secretarias. Nós da região da Alta Paulista, sofremos algo que é muito pontual e que precisa ser mudado. Por exemplo, nas eleições de 2014, tivemos 76 deputados federais votados em Adamantina, e destes, 40 foram eleitos. Tivemos somente um deputado federal eleito por Tupã, e o Bentinho que ficou como deputado suplente. Se concentrássemos esta votação em um único representante regional, este candidato seria vencedor e teria a obrigação de representar a Alta Paulista no parlamento federal. Os prefeitos que estão chegando agora, devem pensar na região e não na sua sigla partidária. Devem pensar no desenvolvimento econômico e político regional. Isso somente se dará, ao eleger um deputado federal da sua região. Não simplesmente vir um representante de outra região, e após a eleição destinar a maior parte das verbas para a região dele. Parem de achar que ambulância é ajuda. Devemos ter planos e metas, por isso, é necessário o engajamento dos prefeitos eleitos para mudar esta realidade. Temos novas eleições para eleger deputados estaduais e federais em 2018, mas o trabalho deve ter início agora.
Você está otimista com relação a esta mudança de postura política ou acredita que esse processo será demorado?
Boby: Estou muito otimista. Acredito que as eleições municipais demonstram nas urnas o que realmente o eleitor espera de seus representantes, seja ele no Legislativo ou Executivo. Muitos candidatos pleitearam um cargo político com a finalidade de fazer um bom trabalho e não teve ajuda financeira do seu partido, e mesmo assim, conseguiu se eleger. Espero que nas eleições de 2018 a população como um todo eleja pessoas com qualidade e competência. Não elejam pelo apoio ao partido somente para fazer o coeficiente eleitoral.
Você está encabeça um projeto audacioso de realizar no primeiro semestre de 2017, o 1º Congresso Regional dos Municípios. Explique qual a importância deste encontro para região.
Boby: Pretendemos realizar o 1º Congresso Regional dos Municípios no mês de março, em Adamantina. Já temos a sinalização do governo do estado, através do governador Geraldo Alckmin, do presidente da Assembleia Legislativa e diversos parlamentares federais e estaduais. A ideia é dar o primeiro passo já que buscamos o desenvolvimento político e econômico regional. Precisamos o mais rápido possível, trazer a realidade dos municípios para este congresso, onde iremos reunir prefeitos e vereadores e promover um Fórum de Debates. Com isso, faremos com que as autoridades comecem a olhar para a Alta Paulista com outros olhos. Porque eu não concordo que aqui é o ‘corredor da fome’, aqui é o ‘corredor da prosperidade’. O que falta realmente são projetos e iniciativas que façam a região se tornar um pólo de desenvolvimento. É possível? Sim! Precisamos sensibilizar as autoridades e a sociedade em geral para este fato e o primeiro passo estamos dando com a realização deste congresso. Muito se reclama sobre falta de investimentos, mas reclamar é fácil, agora é o momento de mostrarmos nossa força política e mudar esta realidade.
Como visualiza a região da Alta Paulista daqui há cinco anos?
Boby: Se começarmos a colocar em prática aquilo que planejamos hoje, iremos longe. Ninguém chega a algum lugar sem metas. Depois da realização do congresso, precisamos traçar metas a curto, médio e longo prazo. Se conseguirmos sensibilizar o governo Federal e Estadual, creio que daqui a cinco anos teremos um progresso gigantesco.
Qual sua mensagem para os prefeitos eleitos que enfrentarão grandes desafios ao assumirem o comando das prefeituras em 2017?
Boby: Os prefeitos terão um desafio muito grande ao assumirem o comando das Prefeituras. Os reeleitos sabem como se ajustarem em algumas questões, portanto, terão mais facilidade. Para os novos prefeitos, é fundamental a montagem correta e profissional das equipes de trabalho. Com isso, os desafios que serão grandes se tornaram mais fáceis. É essencial que os prefeitos e vereadores estejam unidos em prol ao desenvolvimento do seu município. Se o Legislativo montar uma força-tarefa e junto com o Executivo buscar as necessidades de cada setor, a administração se tornará mais branda. Por outro lado, os prefeitos eleitos irão enfrentar sérios momentos. O Governo Federal já deu sinais com a PEC 241, que o momento será de contenção de gastos. Estes ajustes serão necessários, porque não podemos continuar da forma que está. Os gestores municipais terão que se readequarem para esta nova realidade, por isso, será necessário buscar entendimento com a sociedade em geral para encontrar saídas.