“Uma administração séria”, define o prefeito Samir Alberto Pernomian, que assumiu a Prefeitura de Parapuã em fevereiro de 2012 em meio a uma crise administrativa e política.
Os problemas se multiplicavam pela cidade, sendo necessário um choque de gestão. Foi o que Administração Municipal se propôs: resolver os entraves e trazer uma nova perspectiva de investimentos.
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As obras aconteceram por todos os cantos de Parapuã. Mas, uma crise financeira no país atrapalhou o planejamento para uma nova cidade. Apenas atrapalhou. Com seriedade e compromisso com o dinheiro público, o prefeito Samir afirma que continuou com os investimentos necessários para resolver, de vez, os problemas do município.
Em entrevista ao IMPACTO, Samir faz um balanço da Administração Municipal, fala das conquistas e investimentos, dos erros e acertos, e questiona: “muitos dizem que não fizemos nada, mas o que é fazer? Apesar destas dificuldades deixaremos à cidade em ordem, organizada, com recape na maioria das ruas. Saúde e educação estruturas. Zona rural bem cuidada. Investimentos em praticamente todos os setores”, enfatiza.
Como avalia os cinco anos de Administração?
Tivemos um mandato e 11 meses, e não oito anos. Recebemos a prefeitura em uma situação difícil. Casas para serem terminadas, em que a população aguardava há sete anos para realizar o sonho da moradia própria. Tinha um concurso a ser homologado devido à municipalização da educação, estádio municipal e Clube da Piscina interditados, galerias pluviais com desabamentos, os problemas estavam por todos os lados.
Avalio como um mandato atípico. Passamos por três eleições, sendo duas municipais e uma geral, o que naturalmente emperra a Administração Municipal. Desde 2014, uma crise assola principalmente os municípios menores que dependem dos recursos dos governos Estadual e Federal. Tivemos também um gasto alto com precatórios e devolução de recursos, além de uma oposição ferrenha e destrutiva, que atrapalhou muito o município, e está atrapalhando.
Mesmo com estes fatores encerramos a Administração, não dá maneira que queríamos, mas de cabeça erguida.
Precatórios e devoluções de recursos: qual o valor que deixou de ser investido no município para os pagamentos?
Somente em precatórios já pagamos mais de R$ 2 milhões. E ainda este ano temos mais R$ 400 mil para serem quitados. Os precatórios são ações judiciais de funcionários que se sentiram lesados no passado e buscaram seus direitos, ou de fornecedores que não receberam nas administrações passadas e entraram judicialmente para garantir o pagamento.
Ainda fizemos diversas devoluções de recursos federais por falhas nas prestações de contas e na execução dos recursos. Os que mais pesaram para o município foram às devoluções das verbas do Ministério do Turismo utilizadas no rodeio de 2008 e no carnaval de 2009, que, com os valores corrigidos o montante devolvido chega a quase R$ 500 mil.
Recursos estes que poderiam ser utilizados em obras, educação e saúde dos parapuenses, se não fosse às irregularidades na gestão dos recursos.
O que daria para fazer com este recurso?
São R$ 3 milhões que deixaram de ser investidos no município. Das obras que assumimos no início da administração com problemas, o que não conseguiremos entregar é a galeria da avenida São Paulo que rompeu em 2012, uma obra realizada no ano anterior, mas com as primeiras chuvas se rompeu, e a conclusão do estádio e do Clube da Piscina: a primeira etapa das reformas já foram realizadas e deixaremos a segunda parte aprovada, ficando para a próxima gestão a conclusão das obras que têm recursos já garantidos.
Mas, o que fica evidente é que se não tivesse devolvido esse dinheiro essas três obras teriam uma nova realidade.
Quais outros gastos que poderiam ser revertidos em investimentos?
Tivemos que refazer muitas obras que haviam sido feitas. Por exemplo: as galerias da rua Curitiba foram executadas em 2011, mas devido problemas na execução da obra, a galeria desabou novamente com as primeiras chuvas no início de 2012, sendo gastos mais R$ 360 mil para refazer. Mesma situação da rua Ceará, onde tivemos que instalar novas galerias e novo pavimento asfáltico no valor de R$ 500 mil.
Já na avenida São Paulo, o Estado havia assumido o compromisso de realizar a execução da galeria, mas devido à crise a realização da obra foi suspensa pelo Governo.
Apesar de não conseguirmos resolver este problema, tanto outros foram solucionados, investimentos realizados embaixo da terra que resolveram os problemas principalmente da população que sofria com alagamentos.
Quais foram às principais conquistas da Administração?
Habitação. Quando assumimos a prefeitura nos comprometemos resolver um problema que se arrastava há sete anos: a conclusão das 119 casas do Sol Nascente. Devido o mal gasto com dinheiro público durante este período houve uma grande defasagem dos recursos para término da obra, sendo necessário empregar mais de R$ 800 mil de recursos próprios da prefeitura. Fomos lá e investimos!
Além disso, entregamos mais 109 moradias do conjunto Por do Sol, investimento que ultrapassa os R$ 9 milhões. E ainda já conquistamos mais 200 habitações populares, que ficará para a próxima gestão a realização da obra.
Qual foi o trabalho de valorização do servidor público?
Fizemos muito para o funcionamos público. Todos os anos houve aumento salarial. Se fizermos um levantamento, o servidor de Parapuã teve ganho real acima da inflação no período em que ficamos à frente do município.
Também transformamos a cesta básica em vale alimentação. Dando mais R$ 130, houve ganho de 20% no piso salarial, já que o vale atualmente é de R$ 230, sendo um dos melhores benefícios da região. E o salário também é destaque regional.
Além da parte financeira, os investimentos aconteceram em todos os departamentos com a aquisição de equipamentos para o bom desempenho dos trabalhos, melhorando o ambiente e o clima com a implantação de ar condicionado.
Demos também direitos aos funcionários, como a ampliação da licença maternidade para mais dois meses, arcadas pela prefeitura, e da licença paternidade. Buscamos priorizar o funcionalismo.
Outro detalhe importante é que enxugamos a máquina. Entramos com aproximadamente 480 funcionários e hoje, temos 350 servidores municipais ativos. Não fizemos nenhum concurso público no mandato para enxugar o quadro de servidores e manter os aumentos salariais, o poder aquisitivo do salário dos funcionários.
E desde setembro de 2015, não há cargo em comissão ocupado, nenhum funcionário recebe diferença de salário, gratificações ou vantagens. Trabalhamos com quadro de servidores enxuto para garantir os direitos do funcionalismo municipal.
Foi uma gestão consciente com os gastos públicos?
Estamos com pé no freio desde 2012. Tivemos uma queda muito acentuada de arrecadação. Somente com a desoneração do IPI [Imposto Sobre Produtos Industrializados], o município perdeu aproximadamente R$ 14 milhões.
Além da grande perda de arrecadação, neste período houve devolução de recursos e pagamento de precatórios: quase R$17 milhões que deixamos de investir no município, que daria para ter feito muito.
Tivemos que fazer uma gestão consciente para garantir os investimentos que o município precisava nas áreas prioritárias. Não inventamos, administramos!
Muitas cidades enfrentam problemas na saúde. Qual a situação de Parapuã?
Realizamos um dos maiores investimentos da história de Parapuã na saúde. Gastamos 24% do orçamento municipal neste setor, sendo que somos obrigados a empregar 15% do orçamento. E esse investimento acontece desde quando assumimos a Administração Municipal. Antes disso, o município não gastava nem 17%.
Todas as unidades de saúde foram reformadas, investimento de qualidade na estrutura e na capacitação profissional.
Investimos ainda muito na Santa Casa com plantão médico, ajuda no custeio, não foi aquilo que a Santa Casa merece, mas dentro das possibilidades que o município pode arcar. Fizemos também reformas e adequações do prédio da Santa Casa, seguindo as normas vigentes, todos os investimentos possíveis para garantir um atendimento mais humanizado.
Qual o legado da Administração Samir Alberto Pernomian?
O legado que deixaremos é a seriedade no trato com o dinheiro público, a honestidade com que nos administramos, sem politicagem, uma gestão séria em que todos foram tratados com respeito, independente das ideologias e pensamentos.
Queríamos ter feito mais, mas recebemos uma situação difícil, estamos passando por um período de muita crise. Para continuar investindo tivemos que tomar algumas atitudes amargas, mas tudo pensando em Parapuã. E hoje, nós mantemos o município com os serviços essenciais, e de qualidade, para a população.
Realizamos ainda importantes investimentos na educação. Nossas escolas fazem um trabalho maravilhoso. Houve investimentos nas unidades para que os alunos se sintam bem, e fazemos o transporte escolar de qualidade.
Investimos ainda na zona rural, com destaque para os 27 km de Melhor Caminho, que a maioria das cidades do Estado não fizeram. Com isso, trouxemos investimentos das granjas já instaladas e de outras que se instalaram no município.
Com mais de 500 km de estradas, sempre fizemos a manutenção adequada. Construímos mais de 20 pontes e firmamos parcerias com produtores rurais para perfuração de poços artesianos e para doações de mudas de café, mamão, eucalipto e outras, além de sermos parceiros na execução de serviços dentro de inúmeras propriedades rurais (baixo custo).
Devido à crise, o planejamento que fizemos desde 2014 foi revisto e tivemos que trabalhar com as prioridades que tínhamos no município. Apesar destas dificuldades deixaremos à cidade em ordem, organizada, com recape na maioria das ruas. Saúde e educação estruturadas. Zona rural bem cuidada e com muito serviço prestado. Investimentos em praticamente todos os setores.
Se não fosse à crise e as perseguições políticas, nós teríamos feito muito mais em prol de Parapuã.
Qual a mensagem que deixa aos parapuenses?
A mensagem que deixo é de otimismo. Melhorando um pouco a situação econômica do país, o próximo prefeito terá condições de fazer muito mais, com certeza. Foi um intenso trabalho, que muitos não valorizam.
Alguns dizem que não fizemos nada, mas o que é fazer? Reformamos e ampliamos todas as unidade de saúde e a Santa Casa. Reformamos todas as escolas municipais. Iniciamos as melhorias no estádio e no Clube da Piscina (primeira etapa concluída e segunda, aprovada).
Fizemos novas praças públicas e revitalizamos as existentes com equipamentos para a prática de esportes. Reformamos ainda o museu, a biblioteca, as creches, o CCI [Centro de Convivência do Idoso] e a rodoviária.
Estamos construindo um novo CCI e uma nova Creche. Construímos também diversas pontes na zona rural e fizemos a maior quantidade de Melhor Caminho na história de Parapuã.
Construímos inúmeras galerias pluviais e foram recapeadas a maioria dos conjuntos habitacionais e outros trechos da zona urbana. Realizamos eventos praticamente todos os anos.
Investimos muito em saúde, educação, agricultura, habitação, meio ambiente, funcionalismo, social, serviços, saneamento, em todos os setores, como no esporte realizando competições e mantendo escolinhas.
E resolvemos muitos problemas. Entregamos escritura de casas beneficiando 200 famílias, e estamos trabalhando para entregar mais!
Construímos casas e estamos deixamos outras para serem edificadas. Renovamos a frota municipal e estamos modernizando a avenida São Paulo, além de tantas outras obras que não citamos. Será que isso não é fazer nada em 4 anos e 11 meses?
Que o futuro traga novas conquistas para a cidade.